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MUNICÍPIOS DE SOTAVENTO

Ilhas de Maio, Santiago, Fogo e Brava

Município de Maio

A maior povoação da ilha é a Vila do Maio (Porto Inglês). A ilha tem cerca de 7 mil habitantes e 269 km².

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

Criação

Segundo reza a história, em 1642 já contava com algumas almas vivas talvez alguns pessoas que dedicavam a pastagem de animais e outros afazeres. Dizem que foi descoberta em 1460, mas há uma outra versão que diz nos anos de 1446 foi visitada pelos navegadores chamados Antonio da Nola, Vicente de Lagos e Luis de Cadamosto.

Dizem que o seu nome Maio tem a ver com o mês em que terá sido descoberta. Foi inicialmente utilizada como ilha de criação de gado, principalmente caprino, até ao seu povoamento que só se iniciou no final do séc. XVI.

A primeira cultura introduzida na ilha foi o algodão, lentamente abandonada devido ao aumento do interesse na extração do sal, que se tornou a principal atividade, nas mãos de uma companhia inglesa durante o século XIX – daí a designação de Porto Inglês para a Vila do Maio, sede de concelho e recentemente elevada a categoria de cidade.

Localização geográfica

A ilha do Maio faz parte do grupo de Sotavento do Arquipélago de Cabo Verde e é a mais meridional do conjunto das ilhas rasas situadas na parte oriental do País. Tem forma elíptica, cujo eixo maior se dispõe no sentido Norte-Sul ao longo do meridiano de 23º 10’. Abarca uma superfície de 275 Km2, representando 6,8 % do território nacional. Tem cerca de 24,5Km de comprimento, por 16 Km de largura. A altitude máxima é de 437 metros. O ponto mais alto chama se Monte Penoso e tem uma elevação máxima de 436 m. Vila do Porto Inglês ou Vila do Maio é o maior centro urbano da ilha.

População

Segundo os dados da INE, a população residente do município do Maio é de 7215 mil habitantes. A população da ilha passou de 7111 para 7215 habitantes entre os anos 2017 - 2018, evidenciando um crescimento.

Na ilha do Maio as principais atividades económicas que contribuem para criação de principais fontes de rendimentos são a extração de sal, produção de carvão e produção do famoso queijo. A pesca artesanal, pecuária e agricultura tradicional são atividades complementares e que também contribuem para melhorar as condições económicas da população local.

Agricultura/ Silvicultura

De entre as ilhas planas do país, a ilha do Maio figura como aquela que possui as maiores potencialidades agrícolas, devido às condições climáticas menos áridas e a solos com maior vocação agrícola.

As principais culturas cultivadas em regime de sequeiro são o milho, os feijões, a melancia, a abóbora e a batata-doce.

Das três ilhas planas do país, Maio é aquela que tem desenvolvido programas de florestação mais intensos. Esse maior interesse silvícola se deve ao facto da ilha possuir melhores solos e um regime de precipitação algo mais favorável.

De acordo com dados oficiais, atualmente a área florestal da ilha é cerca de 4400ha, sendo aproximadamente 1.192.108 de plantas fixadas. As plantações à volta da comunidade de Calheta foram instaladas pelos portugueses em 1974 (574ha), constituindo o maior perímetro florestal do arquipélago.

Pecuária

A atividade pecuária é praticada na ilha desde a sua ocupação, constituindo um sector importante para a população local, revestindo-se de particular interesse económico. Tradicionalmente produzia-se peles de cabras, carne seca e salgada para o consumo local e para a exportação.

Indústria

O setor das indústrias pode ser a principal fonte de rendimento para a população local, visto que a ilha tem grandes potencialidades de matérias-primas como a argila, o calcário, o gesso e o sal. A indústria é considerada um ponto fraco para a ilha porque apesar da existência das potencialidades neste setor.

Comércio

O comércio tem grande importância na promoção das atividades económicas em que o turismo pode ser uma alternativa para aumentar o fluxo do comércio local, contribuindo para o desenvolvimento da ilha, melhorando as infraestruturas. Uma das grandes fontes de rendimentos das comunidades locais tem sido a produção e venda de carvão, sal e queijo.

Pesca

A pesca na ilha do Maio, praticada de forma artesanal constitui uma atividade importante para a população local. O mar da ilha é rico em recursos haliêuticos. A plataforma da ilha é estimada em 2.450 Km2, formando juntamente com a ilha da Boavista, a maior plataforma insular do País (6.450 Km2), a qual possui um importante stock de recursos pesqueiros, especialmente espécies demersais, pelágicos costeiros, pelágicos oceânicos e lagostas costeiras.

Apesar de ser uma das ilhas com maiores potencialidades em turismo de sol e praia, ainda esta atividade está insipiente. Persistem dificuldades de acesso marítimo e as ligações aéreas ainda têm uma baixa frequência. Em grande medida a ilha do Maio é considerada uma ilha periférica, apesar da grande proximidade da capital do País.

As condições naturais da ilha constituem um grande atrativo para o turismo. Os valores ambientais associados à tranquilidade da ilha e à sua riqueza cultural e etnográfica são potencialidades que começam por ser exploradas, encontrando-se o sector na sua fase inicial de desenvolvimento.

Os recursos ambientais de suporte ao desenvolvimento do sector são as praias de areia branca e águas cristalinas e o clima agradável durante todo o ano. Existem grandes potencialidades para a prática dos desportos náuticos (windsurf, pesca desportiva, etc.).

Existem condições favoráveis para a prática do ecoturismo, pela via do devido aproveitamento dos recursos naturais (paisagens naturais, flora, fauna).

Atrativos naturais

As potencialidades naturais são fatores determinantes num destino que tem grandes riquezas naturais, como a da ilha Maio. A ilha dispõe de muitos recursos naturais, como praias, grandes extensões das dunas, as Zonas de Desenvolvimento Turístico Integrado (ZDTIs), salina natural, área florestal, que tem tido um papel importante no combate à desertificação, no aumento da capacidade do solo para a infiltração e retenção de água, na melhoria da paisagem e das condições de vida das populações, principalmente no rendimento para a população rural, pois gera emprego e permite obtenção de rendimento a partir das plantações.

Ilha do Maio é rica em valores e tradições, as manifestações culturais centram-se nas festas de romaria, nos grupos de tocatina, na música, na dança, na gastronomia e no artesanato. Tem sido feito algum esforço por parte das autoridades competentes no sentido de criar mais infraestruturas e equipamentos, como por exemplo, a criação de espaços de convívio e lazer para a população, nomeadamente a “Casa da Juventude”, que ajuda a promover e desenvolver a vertente sociocultural. Também foram criadas várias infraestruturas desportivas.

Algumas instituições, como a HABITÁFRICA, em parceria com a Câmara Municipal da ilha, têm feito um levantamento do património cultural, imaterial e material da ilha. Convém frisar que o reconhecimento do património arquitetónico é de grande importância sociocultural e permite uma melhor preservação do mesmo.

O principal risco potencial identificado para a ilha do Maio é a seca que, no passado, teve efeitos nefastos na economia e vidas humanas. O acompanhamento da seca e seus efeitos é feito de forma sistémica por vários serviços centrais do Governo, abrangendo a Segurança Civil, a Agência de Segurança Alimentar, o Ministério da Agricultura e o Ministério de Saúde.

No período recente, os casos de seca foram mitigados através de programas de emergência com a criação de postos de trabalho para socorrer os camponeses atingidos, a distribuição de água por autotanques, etc.

Os ventos fortes da passagem de ciclones também constituem riscos pois, apesar de serem raros, são de difícil previsão. Um outro risco a ter em conta é a subida do mar, que poderá afetar a comunidade de Calheta, onde as casas estão localizadas a cotas muito baixas e nas proximidades do mar.

Um risco presente são as pragas e as epidemias, as últimas pragas de grande envergadura registadas em Cabo Verde estão associadas à invasão do gafanhoto do deserto (Schistocerca gregaria) o que constitui um perigo sobretudo para agricultura se a invasão coincidir com a estação das chuvas.

Município de Praia

O município da Praia está em pleno oceano atlântico, a menos de 400 km do Senegal, na costa ocidental africana, onde serve de plataforma giratória entre os três contentes.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

Com o advento da independência nacional em 1975, a cidade da Praia conheceu uma explosão demográfica em consequência de um forte movimento migratório das restantes ilhas e concelhos do país em direção à capital. Também foi nesse mesmo período que os bairros emergentes nas proximidades do Plateau, até então sede administrativa do país, passaram a fazer parte integrante da Cidade e desta feita passíveis de inclusão nos planos de urbanização e infra-estruturação urbana da cidade.

Constitui-se, desde então, no maior centro populacional do país albergando uma população de 131.602 habitantes conforme dados publicados no Censo de 2010 (INE, 2010). Essa cifra representa hoje mais de 45% da população residente na Ilha de Santiago e mais de 25% da população total do arquipélago.

Trata-se, pois, de uma Cidade cosmopolita, com características essencialmente urbanas, alvo, por isso mesmo, de intensos movimentos migratórios (tanto de outros Municípios como do estrangeiro) e sujeita a uma forte pressão demográfica.

Criação

A Cidade da Praia surgiu na sequência do declínio da Ribeira Grande de Santigo (atual Cidade Velha). O seu povoamento deve-se às boas condições que apresentava na altura, pois, situava num planalto arejado que permitia avistar de longe os inimigos, bem como o bom porto que possibilitava a navegação de navios e grandes ribeiras que tinham água que permitia o abastecimento dos navios que atracavam no porto.

Após alguma resistência, em 1770 deu-se a passagem oficial da Ribeira Grande para a Cidade da Praia.

Localização geográfica

Encontra-se localizada no sul da ilha de Santiago, entre os paralelos 14°53’ 15°00’ e os meridianos 23°28’ e 23° 43’.

O município da Praia está em pleno oceano atlântico, a menos de 400 km do Senegal, na costa ocidental africana, onde serve de plataforma giratória entre os três contentes. Tem como municípios fronteiriços a Oeste, Ribeira Grande de Santiago, a Norte e São Domingos a Este e Sul, banhado pelo Oceano Atlântico. É um território com cerca de 80 km.

População

Com base nos dados do Censo de 2010, estima-se que a cidade da Praia tenha uma população residente de 131.719 habitantes, representando 26,9% da população nacional (491.875 habitantes), que convivem num espaço municipal de 258,1 km2. A população residente no espaço urbano é de 127.826 habitantes (97%), o que faz da Praia uma das cidades com maior densidade populacional do mundo À semelhança do país, regista-se na Cidade da Praia uma predominância da população do sexo feminino (50,9%).

O município da Praia concentra cerca de ¼ da população de Cabo Verde. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE, 2010), a população quadruplicou nos últimos 50 anos, atingindo os 131.719 habitantes em 2010, com densidade populacional de 1.297 habitante/km. É o principal Pólo económico do país, pois ali concentra a maior parte das empresas e dos serviços, sendo este último sector empregando mais de 80% da população ativa.

Agricultura

O quadro da seca e razões de ordem cultural justificam a grande carência de áreas verdes nas cidades de Cabo Verde. Efetivamente, a falta de água ou o seu elevado custo não permitem a irrigação da vegetação nas cidades ainda agravada pela elevada evapotranspiração no clima árido das ilhas. No entanto, persiste a ausência de uma tradição de áreas verdes, o que dificulta o uso de tecnologia moderna e aproveitamento das águas residuais para a criação de espaços verdes.

Pecuária

A pecuária no município e uma atividade quase sem expressão. Existe pequenos criadores nos arredores da Cidade mas apenas para subsistência e em alguns casos, criação de animais nas habitações, o que não é aconselhável pelas autoridades locais.

Indústria

Para além dos serviços produzidos pelo sector público a cidade da Praia já possui um sector empresarial bem consolidado, é na capital que se encontram as principais indústrias do país e a generalidade dos serviços produzidos pelo país, sem que se possa enfatizar a especialização crescente dos negócios que está a ocorrer nas ilhas do Sal, da Boa Vista e, parcialmente, na ilha de São Vicente.

Por exemplo, a capital é atualmente sede das mais importantes indústrias de extração e transformação de pedra, fruto da forte dinâmica do sector da construção, motivada pelo forte investimento nas infraestruturas na capital. Possui também indústrias emergentes, como a produção de medicamentos, que exportam cada vez mais para os países continentais de África e, excecionalmente agro-alimentar para a diáspora. A cidade acolhe, ainda, sedes de empresas do sector dos transportes marítimos que cada vez mais dominam o transporte para a Europa e, recentemente, para a África.

Comércio

Caracterizado por pequenas unidades produtivas, o sector empresarial da Praia compreende cerca de 6 mil das 24 mil unidades informais existentes no país, predominando nos sectores do comércio (57%), indústria (21%) e serviços (21%). Mais de 80% destas unidades possui apenas 1 trabalhador.

A capital apresenta um número considerável de vendedores ambulantes ou informais, especialmente ao redor dos principais mercados da capital: Sucupira e Plateau.

Pesca

A Pesca é uma das atividades muito importante do município, quer em termos de contribuição para o Produto Interno Bruto, quer em termos de geração de empregos.

No que concerne à pesca artesanal, os dados estatísticos oficiais apontam para uma captura média anual equivalente a 2200 toneladas e uma produtividade média por pescador de cerca de 2,9 t, nos últimos cinco anos.

A pesca tanto artesanal como industrial tem um papel importante na economia do município através do abastecimento para o consumo e como sector empregador.

De notar que, em relação ao turismo, sector de maior crescimento no país, a contribuição da Cidade da Praia é ainda muito incipiente.

A capital do país beneficia de um turismo de curta duração mais virado para os negócios. Essa vocação tem sido aproveitada de forma muito consistente, tendo inclusivamente impulsionado o investimento em estabelecimentos e serviços de suporte à atividade.

Em 2010, a ilha de Santiago no seu todo comportava 42 estabelecimentos hoteleiros, o que representava 24% do total dos estabelecimentos no país, e em termos de número de camas e quartos 11% e 14%, respetivamente. O número de hóspedes representava aproximadamente 14% do total e o número de dormidas apenas 4%, indiciando assim, um turismo de curta duração das estadias, mais compatível com o turismo de negócio do que com o turismo de praia e sol que o país oferece, particularmente nas ilhas do Sal e da Boa Vista.

Atrativos naturais

A existência de recursos e atrativos turísticos constituem a condição básica para o desenvolvimento turístico de qualquer região ou localidade.

Baía do Porto da Praia

Esta Baía estende-se desde a Ponta da Mulher Branca até à Ponta Temerosa, onde se situa o Farol D. Maria Pia. Dado ao campo visual que proporciona a partir de Diogo Gomes, do Plateau ou do Farol D. Maria Pia, constitui um elemento natural importante no conjunto dos atrativos existentes na Cidade da Praia.

Reveste-se ainda de um importante valor histórico pela função portuária que desempenhou nos primórdios da ocupação da Praia e da ilha de Santiago.

Praia de Gamboa

Localiza- se no Sul da cidade da Praia e faz parte da Baía do Porto da Praia. Tem 1,2km de extensão e, é constituída essencialmente por areia branca. Embora seja uma praia de grande extensão, é pouco frequentada pelos banhistas.

É uma Praia utilizada para o desembarque de botes de pesca e para realização de grandes eventos, como o festival de Gamboa e outros eventos programados. É de fácil acesso quer a pé ou de carro.

Praia de Prainha

Trata-se de uma praia de pequena dimensão, com cerca de 78m de extensão, localizada no litoral da zona de Prainha. É uma Praia de abrigo constituída por areia branca, água cristalina que se encontra em bom estado de conservação, de fácil acesso e muito frequentado pelos banhistas.

Ainda nos arredores encontram-se alguns monumentos históricos, designadamente o Farol D. Maria Pia e o Seminário São José, cuja parte das instalações foi outrora o antigo Lazareto.

Praia de Quebra Canela

Situa-se no sul da cidade da Praia, mais concretamente na zona de Quebra Canela. É também uma praia de abrigo com cerca de 450m de extensão, constituída por areia branca e água cristalina. É de fácil acesso e dispõe de um conjunto de infraestruturas básicas e serviços de apoio turístico, como hotéis, bares, restaurantes e shopping.

Praia de São Francisco

Encontra-se localizada na zona de São Francisco e dista cerca de 13 km da cidade da Praia. É uma praia constituída por areia branca que se encontra em bom estado de conservação e de fácil acesso.

Gruta de São Francisco

Esta Gruta encontra-se na zona de São Francisco, mais concretamente na localidade de Ponta Mendes. É uma gruta constituída por pedras basálticas, dispostas em lâminas horizontais, com cerca de 10m de profundidade. O seu interior aparenta uma espécie de galeria que provoca uma sensação de algo misterioso por desvendar.

Praia de Portinho

Esta praia encontra-se na encosta sul da zona de Achada Grande, nas proximidades da Ponta Bicuda, uma das zonas de desenvolvimento turístico da cidade da Praia. Trata-se de uma praia de abrigo, de pequena dimensão, constituída por areia branca, água cristalina e apresenta boas condições para o turismo balnear. As arribas são muito escarpadas e constituídas por calcarinitos, lavas submarinas e rochas basálticas.

Ponta Temeros

Localiza-se no sul da Praia. É um geossítio que se singulariza pelas suas caraterísticas geológicas. Pois, em toda a ilha de Santiago é o sítio onde as lavas submarinas são mais bem representadas e estão dispostas em rolos de grandes dimensões, em que apresentam uma crosta vítrea estalada segundo formas poligonais irregulares. Toda a região que circunda é rica em elementos geológicos, destacando-se a “furna” do Seminário de S. José que se assemelha a um pequeno “géiser”, e os inúmeros filões basálticos, uns sub -horizontais e outros horizontais que atravessam as escoadas submarinas.

Calcarenitos, Porto da Praia

É um património geológico que fica nas proximidades do porto da Praia. São formações sedimentares, de cor esbranquiçada. O seu interesse turístico deve se pelo fato de ser raro, e também, impõe-se pela sua beleza.

Monte Vermelho

Trata-se de um cone vulcânico, localizado no sul da Praia, mais concretamente, na Achada de Palmarejo. É formado essencialmente por material piroclástico e a sua morfologia se aparenta como um “binde cuscuz”. Com cerca de 195m de altitude, singulariza-se pela sua protuberância e cor avermelhada, razão da sua designação. É o testemunho mais recente das erupções vulcânicas que aconteceram na ilha de Santiago.

Monte Babosa

É um relevo tabular, localizado na zona sudoeste da Praia, a nordeste do monte Vermelho, na proximidade da denominada zona industrial de Tira Chapéu. Possui 189 metros de altitude e é de fácil acesso.

Trata-se de uma elevação que se destaca pelo fato de a partir dali se ter a melhor vista panorâmica da cidade da Praia, razão pela qual a zona onde se encontra implantado é designada de “Bela Vista”.

São Jorginho, Ribeira de São Jorge

São Jorginho é uma localidade situada na Ribeira de São Jorge, a norte da cidade da Praia. Existe ali uma cobertura vegetal vigorosa, com destaque para as espécies arbóreas, com predominância para árvores fruteiras, tais como: mangueiras, coqueiros, tamarindos e tamareiras, o que origina um microclima agradável.É um local aprazível que se destaca na paisagem pelo seu aspeto verdejante, ou seja, é considerada uma espécie de “pulmão verde”.

O Centro Histórico da Cidade de Praia localiza-se no Sul da ilha de Santiago, com a altitude média na ordem dos 35m. Ergue-se sobre um pequeno planalto que domina a larga baía definida pelos cabos de Ponta Temerosa e Ponta de Mulher Branca.

A origem do Centro Histórico está diretamente relacionada com o declínio da Ribeira Grande de Santigo (atual Cidade Velha) que foi o primeiro núcleo de povoamento instalado pelos portugueses na costa Ocidental Africana no séc. XV.

No sítio do Plateau, as primeiras construções começaram a ser edificadas por volta de 1540.

Atrativos histórico-culturais

Palácio da Presidência da República

O Palácio da Presidência da República situado no Centro Histórico do Plateau foi construído em finais do século XIX. Desempenhou ao longo dos tempos várias funções, sendo de destacar, a residência dos Governadores Gerais da Província de Cabo Verde e Palácio da Presidência da República, função que ainda detém. É acessível e encontra-se em obras de restauro.

Obelisco, no largo Sá de Bandeira

Localiza-se na entrada do Palácio, ao lado do Banco Comercial do Atlântico. Foi construído em 1939 com o objetivo de assinalar o tricentenário da restauração de Portugal, ocorrida em 1640.

Estátua Diogo Afonso

Localiza- se no centro histórico da Cidade, mais precisamente, em frente da casa Presidencial, com a cara voltada para o mar. Trata-se de um monumento histórico-cultural de grande relevância para a história de Cabo Verde.Foi construída em 1956, em homenagem ao Diogo Afonso, descobridor das ilhas de Cabo Verde. Ali, pode-se apreciar toda rampa de Achada Santo António, Monte Vermelho, Farol, Baía da Praia e Ilhéu de Santa Maria. É um autêntico miradouro da Praia, devido a sua localização estratégica.

 

Praça Alexandre Albuquerque

Trata-se de um monumento histórico localizado no centro da cidade, albergando o busto de Alexandre Albuquerque, e à frente, outros monumentos de relevância para a história do país. Nos finais do século XIX era a Praça do Pelourinho, depois de 1876 passou-se a chamar Praça do Albuquerque em homenagem aos serviços prestados por Caetano Alexandre de Almeida, enquanto Governador da cidade.

Busto de Alexandre Albuquerque

Foi construído em 1927 pelo escultor Francisco Franco, em homenagem a um dos governadores Portugueses daquela época, pelo esforço que fez para a dignificação da cidade e da sociedade Praiense, tendo como preocupação a ornamentação e o embelezamento da cidade.

Busto Serpa Pinto

Localizada também na praça, edificado em 1926, o busto de Serpa Pinto representa a gratidão que a cidade da Praia quis honrar ao então Governador Serpa Pinto que governou entre 1894 a 1897. Uma figura emblemática que faz parte da história colonial.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça

Localiza-se no centro da Cidade da Praia, em frente à Praça Alexandre Albuquerque. Foi construída nos finais do séc. XIX, e princípios do Séc. XX (1903). É uma estrutura de pedra de cal com cobertura de telha. Esta igreja destaca-se pela sua arquitetura da época colonial - beleza e geometria dos arcos que definem as portas e janelas e pelas figuras decorativas que ali se encontram. No entanto, sabe-se que a primeira Igreja foi construída em 1886 a pedido do Bispo D. Joaquim da Diocese de Cabo Verde.

Edifício da Câmara Municipal da Praia

É um património histórico, localizado no Plateau e construído em 1858, pelo então governador da Província de Cabo Verde. Este edifício funcionou como gabinete do Primeiro-ministro do arquipélago. E mais tarde, com a abertura política, passou a albergar o gabinete do Presidente da Câmara e dos seus Vereadores.

Palácio da Cultura Ildo Lobo, antigo Palacete da Cidade

Situa-se frente à Praça Alexandre Albuquerque, na Avenida Amílcar Cabral. Trata-se de um edifício que se impôs no conjunto de outras edificações de cariz particular. Nesta cidade constitui um símbolo da moradia das classes mais abastadas. O nome atribuído foi em homenagem ao já falecido músico e homem da cultura cabo-verdiana Ildo Lobo, um dos músicos mais conceituados do Arquipélago.

Casa Serbam

Localiza-se no Centro Histórico, com a fachada principal para a antiga Rua Sá Bandeira, atual Avenida Amílcar Cabral. Foi provavelmente construída no séc. XIX e pertencia à família Sérgio Monteiro Mendes (SERBAM).

Casa Feba

Localizada no Centro Histórico da Praia, em frente à Praça Alexandre Albuquerque, com a fachada principal para a atual Avenida Amílcar Cabral. Acredita-se que foi construída por Bento Levy, natural de Portugal, grande comerciante e proprietário de terras no interior de Santiago.

Casa cor-de-rosa

Localiza-se no plateau. Representa uma das casas antigas dos finais do Século XIX que se impõe, quer pela sua arquitetura típica da época, mas também pela sua grandeza. Na época, situava num dos eixos da expansão da cidade que era ocupado pelas classes mais abastada.

Forte

Localiza-se no sul da Praia e confronta-se com o alto da falésia que desce em direção ao mar. Trata-se de uma estrutura que foi construída nos primórdios da ocupação do plateau para defender a cidade dos sucessivos ataques de piratas que a ilha vinha enfrentando.

Rua Pedonal

Fica localizada na antiga Rua 5 de Julho, no Plateau. Esta rua foi inaugurada recentemente. Dispõe de bancos e vários serviços de restauração, bares e lojas. Destaca-se pela sua singularidade, pois sendo pedonal, os visitantes circulam em condições de segurança e tranquilidade. Ali, se organiza vários eventos, exposição de artesanato, feiras agrícolas, atividades de animação e de lazer.

Museu Etnográfico

Este Museu situa-se exatamente na Rua Pedonal e contém um acervo de objetos que representam os usos e costumes tradicionais do povo Cabo-verdiano. Um edifício histórico que pelo seu valor patrimonial e arquitetónico por si só, constitui um atrativo.

Liceu Domingos Ramos

Um edifício emblemático localizado no Centro histórico da Praia, em que desempenhou um papel importante na formação de importantes personalidades de Cabo Verde. A sua estrutura arquitetónica se impõe pelas características marcadamente da época colonial e carregada de simbolismo histórico. Dispõe de uma Praceta circular que constitui uma área de lazer.

Mercado Municipal

Localizada no coração da cidade da Praia, a sua construção remonta os finais do Séc. XIX. No arquivo histórico nacional podem encontrar-se imagens que foram captadas em 1907. Destaca se pelo seu valor patrimonial histórico, mais também, pelo fato de ser um palco por excelência, aonde se pode vivenciar a cultura cabo-verdiana nas suas mais variadas dimensões.

Mercado de Sucupira

Localizada na Avenida Cidade de Lisboa, uma das Avenidas mais movimentadas da Praia. É o lugar onde se pode vivenciar a diversidade cultural tendo em conta o número de dialeto que se pode ouvir, a forma de vestir, e um clima bem requintado que convida os visitantes a ter um contacto direto com a população.

Ainda neste espaço, pode-se encontrar de tudo um pouco, desde vestuários, alimentos, artesanatos, artigos de decoração, e ainda no seu redor existem serviços de câmbios, agências de viagens e postos de combustíveis.

Busto Amílcar Cabral

Estátua que se localiza no largo da Biblioteca Nacional, zona de Taiti. Este monumento tem cerca de 6 metros de altura e foi erguida em homenagem ao combatente da liberdade da Pátria, pelo tributo prestado à Nação. A sua inauguração aconteceu a 5 de Julho de 2000, altura da comemoração dos 25 da Independência de Cabo Verde. É uma figura carismática e muito respeitada a nível nacional e internacional.

Biblioteca Nacional

Esta Biblioteca fica localizada na zona de Taiti, perto da Avenida cidade de Lisboa, bem perto da Estátua Amílcar Cabral. É uma infraestrutura com características arquitetónicas modernas que serve não só de lugar de pesquisa, mas também, pontualmente de exposição e venda de livros, assim como, locais de grandes eventos. A sua arquitetura pode despertar interesse e curiosidade dos visitantes.

Ponte, Cais São Januário e Nova Ponte Cais

A Ponte Cais São Januário situa-se na Avenida Marginal, logo na rotunda à frente da Estátua Diogo Gomes, muito próxima da Electra. A construção do Porto da Praia começou-se por volta 1858 com o Cais San Januário.

Era o mais frequentado porto do arquipélago naquela época, devido a sua importância do ponto de vista comercial. A denominação é uma homenagem ao engenheiro que esteve na origem da sua construção.

Tendo em conta as dificuldades que o Cais de São Januário se punha devido à sua profundidade e, segundo dizem, por causa da existência de muitos pedregulhos mandou-se construir em 1880 a nova ponte cais em estruturas de madeiras.

Monumento, às Vítimas da Fome e do Desastre da Assistência

Localizado na Avenida marginal, estrada que dá acesso ao Plateau, este monumento representa a triste memória do desastre que abalou o país no ano de 1947.

Instituto Nacional do Arquivo Histórico

Localizado na Avenida marginal, este edifício histórico e patrimonial foi construído nos finais do séc. XIX e esteve ligado ao desenvolvimento das atividades comercias. Após sucessivas remodelações e mudança funcional, ainda hoje preserva o traçado da arquitetura original da época colonial. Atualmente, desempenha a Função de Arquivo Histórico Nacional.

O Farol D. Maria Pia

O Farol D. Maria Pia, também conhecido por Farol da Ponta Temerosa ou Farol da Praia, localiza se na Ponta Temerosa, no lado Oeste da entrada do porto, junto ao Seminário de São José. Foi construído nos finais do séc. XIX para apoiar a navegação marítima e, é de salientar que, o nome foi em homenagem à Rainha D. Maria Pia. É caracterizado por uma torre octogonal em alvenaria, com cerca de 21m de altura e toda a estrutura pintada de branco, com a cúpula da lanterna cinzenta.

Lazareto

São edifícios para quarentenas, normalmente construídos em sítios isolados, para evitar a propagação das epidemias. Foi a primeira em Cabo Verde, construída no ilhéu de Santa Maria por volta de 1858. Posteriormente, foi transferida para a Ponta Temerosa (atual Seminário de São José).

Cruz de Papa

Localizada na ponta de Achada Santo António, vista panorâmica para o mar e praia de Quebra Canela. Foi inaugurada em 2008 e erguida uma estátua em memória ao Santo Padre, o Papa João Paulo II. Contempla à sua volta, além de um parque infantil muito frequentado, uma área de lazer e constitui um autêntico miradouro, senão um dos mais bem localizados na cidade.

Praça António Loreno (Pracinha da Escola Grande)

Fica situada no Plateau, em frente à antiga Escola Grande e do Café Sofia. Foi construída no século XIX como praça privativa da Escola Central N° 1 da Província de Cabo Verde, a Escola Grande. A sua construção esteve ligada aos edifícios públicos circundantes da época e ainda hoje serve de espaços de lazer.

Parque 5 de Julho

Fica situado na zona baixa da cidade, mais concretamente, na Fazenda, ao lado do mercado informal de Sucupira. Foi construída nos anos 80 para servir de área de lazer, mas também, de “pulmão da cidade” e palcos de eventos culturais.

 

Um conjunto de espécies de plantas faz parte da composição florística do interior do parque 5 de julho. Dentre esses se destacam: Acácia nilótica, Phoenix Atlantic, Azidirata Indica, Atriplex mumularia, Tamarindus indica, Acacia álbida e muitas outras espécies arbustivas ornamentais, incluindo plantas xerófitas.

Estádio Nacional

É uma infraestrutura desportiva, localizada na zona de Achada São Filipe, mais precisamente, ao lado da rotunda da estrada nacional que dá acesso ao interior de Santiago. Trata-se do maior empreendimento desportivo do país, com uma arquitetura moderna que se impõe pela sua grandiosidade. Foi inaugurado em agosto de 2014 e possui condições para acolher as grandes competições internacionais.

Atrativos histórico-culturais

Carnaval

É um evento cultural que se comemora todos os anos na época das cinzas em Santiago. Vários grupos carnavalescos se desfilam na Avenida Cidade de Lisboa para comemorar a festa de carnaval que vem ganhando expressão na capital do país. Num ambiente colorido de festa e acompanhado de muita batucada, pessoas de vários pontos da ilha se dirigem à cidade da Praia para participar espontaneamente neste evento.

Festiva de Gamboa

Realizada no mês de maio, no âmbito das comemorações da festa do município da Praia, o festival de Gamboa é um dos maiores eventos musicais de Cabo Verde. Trata-se de um evento que decorre durante 3 dias consecutivos na praia. O mesmo nome atrai milhares de visitantes, quer nacionais, quer estrangeiros. Ali, ocorre uma mistura de vários ritmos musicais, num ambiente de muita festa e convivência.

Tabanca

A tabanca é uma manifestação cultural com raízes africanas. Na cidade da Praia existem, pelo menos, três (3) grupos: Tabanca da Várzea, Tabanca de Achada Santo António e Tabanca de Achada Grande Frente.

Esta manifestação ocorre entre os meses de Maio e Junho, com desfile numa mistura de cores e fantasias mobilizando centenas de pessoas por onde passam num ritmo quente de tambores, cornetas e cantadeiras espalhando a alegria do povo Cabo-Verdiano.

Festas de Romaria e Folclore

As festas populares são manifestações de particular significado, quer pelo valor que representam do ponto de vista simbólico e religioso, mas também, tem toda uma dimensão festiva que constituem um importante vetor de atração. De entre as manifestações religiosas de maior realce destacam-se a festa de Nossa Senhora da Graça que se comemora a 15 de agosto, na Igreja Matriz da Praia.

Ainda, existem outras festas religiosas, como a de Nhô São Filipe, comemorada a 1 de Maio, em São Filipe e a de Nossa Senhora da Conceição, em Achada Santo António que se comemora a 13 de Junho.

Atlantic Music Expo (AME)

Comemora-se, normalmente, na primeira quinzena de abril, antecedendo a Kriol Jazz Festival (KJF). Ocorre no Plateau, onde são organizados vários palcos, em diferentes ruas, em simultâneo. São apresentadas atividades diversas, como feiras, exposições, vários estilos musicais nacionais e internacionais.

Trata-se de um evento de cariz internacional, trazendo à capital cabo-verdiana produtora, agentes, responsáveis de espetáculos, artista, constituindo assim, uma autêntica vitrina da música. É um evento organizado pelo Ministério da Cultura em parceria com a Câmara Municipal da Praia.

Kriol Jazz Festival (KJF)

Comemora-se no mês de abril, no Plateau, logo após AME. É um evento de cariz internacional que esta associada a uma das escolas música mais prestigiada a nível mundial-Berkley School dos Estados Unidos da América.

Ocorre normalmente durante 3 dias consecutivos, sendo um espaço de fusão de várias culturas. Esse evento já entrou no catálogo mundial dos festivais, pois, foi distinguindo como um dos vinte e cindo melhores festivais do mundo pela revista inglesa Songlines. É uma parceria entre a Câmara Municipal da Praia e a Harmonia.

Noite Branca

É um evento cuja iniciativa se deve a Câmara Municipal da Praia que ocorre no Plateau. Marca o início da quadra natalícia e, normalmente, acontece no último sábado que antecede o Natal.

De entre o leque de atividades, sobressaem o batuque, músicas, feiras variadas, exposições fotográficas, dança, desfiles de moda, concertos e teatro. Este evento prolonga-se pela madrugada adentro onde o traje a rigor é o branco para simbolizar a paz.

Há uma preocupação crescente na Cidade da Praia em relação à degradação ambiental provocada pelo crescimento urbano acelerado que facilita a contaminação e a destruição dos solos, a ocupação de zonas inadequadas para a construção das habitações e o subaproveitamento e utilização indevida dos recursos naturais. A poluição física e química dos mananciais e recursos hídricos aliada aos perigos e riscos criados pela própria população com a deposição indisciplinada de resíduos industriais e urbanos sólidos constituem outras preocupações latentes.

A qualidade da paisagem urbana tem sido prejudicada pela extração de inertes em pleno perímetro urbano, como acontece no Monte Vermelho, gerando uma imagem de vertentes esventradas e crateras prejudicando a qualidade estética das colinas e montanhas. Paralelamente o vazamento de escombros nas proximidades das rodovias, nas linhas de água e nas vertentes geram uma imagem caótica de má gestão de espaços comunitários.

Outra vertente da preservação ambiental e qualificação paisagística se prende com um cinzentismo da cidade, que evidencia um dos seus grandes desafios e mais recorrentes - a gestão urbanística.

Município de São Domingos

O Concelho de São Domingos é um concelho/município rural da ilha de Santiago, Cabo Verde, com 137,6 km² e 13.305 habitantes.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

O Concelho de São Domingos está distribuídos em duas Freguesias com 27 localidades sendo:

Freguesia de São Nicolau Tolentino com a sede em São Domingos - Várzea da Igreja, tem cerca de 8.910 habitantes em 16 localidades nomeadamente: Nora, Pau de Saco, Chaminé, Mato Afonso, Banana, Ribeirão de Cal, Godim, Água de Gato, Lagoa, Achada Mitra, Rui Vaz, Dacabalaio, Ribeirão Chiqueiro, Fontes de Almeida e Veneza. Ela é limitada pelas seguintes confrontações: Monte Campanário, Pico Leão, Oeste e Norte de Rui Vaz, Monte Rema Rema, Alto do Godim, Monte Diferença, Mato Afonso, Monte Solé, Monte Chaminé, Milho Branco, margem direita da Ribeira de Vale Cachopo, Pedregal, Monte das Vacas, Achada Ventreiro, Figueira de Portugal, Oeste de Achadinha do Meio, Escontra e Pico Leão.

O contexto sociopolítico passou a contar com algumas mudanças, tanto no campo conceptual como na assunção de um novo "ethos" político no qual se incorporaram novos valores e princípios de que viriam a surgir alterações significativas na forma de exercer o poder. É assim que a partir de 1992 iniciou-se um irreversível processo de afirmação do poder local, mediante a participação dos cidadãos na escolha dos seus representantes locais, reforçando e legitimando os poderes deste e definindo um novo relacionamento entre o Poder Central e as autarquias locais, passando estas a ver aumentadas as suas atribuições e a contar com recursos e meios suscetíveis de operacionalizar a política de descentralização.

A importância do poder local parece ser um dado inegável e reconhecido tanto pelo Governo como pelos parceiros de desenvolvimento e demais atores sociais. Aliás, a criação de novos concelhos, por parte do Governo Central, e o apoio cada vez maior de organismos internacionais, municípios e países estrangeiros aos esforços e iniciativas descentralizadas parecem ser um sinal inequívoco desse reconhecimento.

A maior parte da sua população ocupa-se de atividades económicas de subsistência, nos sectores de agricultura, pecuária e pesca. A agricultura de sequeiro que ocupa cerca de 95% das terras aráveis é a sua principal atividade económica. Mas, estudos em comunidades rurais do concelho de S. Domingos mostram que entre 80 a 90 % das famílias da zona agro-silvo-pastoril dependem de rendimentos extra-agrícola e cerca de 65% das pessoas do litoral obtêm o rendimento a partir da pesca. No entanto, o sistema de exploração pesqueira é tradicional e suficiente para o sustento das famílias.

Em São Domingos, um concelho rural em que a agrícola, pecuária e pesca constituem sectores preponderantes na determinação da taxa do desemprego, se o período de referência preferido para a recolha dos dados for na época das chuvas, essa taxa pode refletir a realidade que se vive nessa altura. Mas, na época da seca a sensação que se tem da taxa do desemprego quase que triplica.

Agricultura

A agricultura constitui um dos mais importantes meios de subsistência das populações de São Domingos, cuja população agrícola representa 91% do efetivo populacional.

O município ocupa uma área de 143 km2, da qual 16,2% é terreno arável, valor que se situa acima da média nacional, que encontra-se à volta de 10% e dispõe ainda de um total de 1.750 explorações agrícolas.

O regime de sequeiro é o predominante (95%), praticado tanto nas regiões montanhosas (Rui – Vaz e Loura) como nas zonas do litoral (Baía, Moía – Moía e Praia Baixo), passando pelas planícies e vales e pela própria sede do Concelho (Várzea Igreja e os seus espaços periféricos).

As principais culturas praticadas no sequeiro são o milho e os feijões. A batata-doce, a mandioca e a batata comum são cultivadas nas zonas altas, mais temperadas e húmidas neste caso nas localidades de Curralinho e Rui Vaz.

Pecuária

A pecuária é um sector de atividade de importância socioeconómica a nível do município, praticada por quase todas as famílias rurais e urbanas, cuja prática tem reflexos favoráveis sobre a segurança financeira e alimentar de muitos agregados familiares.

As principais condicionantes no domínio da pecuária são de ordem estrutural, socioeconómica, climática e física, a saber a falta de água e de pontos de abeberamento nas zonas com alguma vocação para a pastorícia, a limitada base forrageira, a má gestão das áreas silvo pastoris e a predominância de sistemas tradicionais de criação.

Comércio

A atividade comercial praticada no município de São Domingos é sem dúvida bastante expressiva, uma vez que muitos são aqueles que se dedicam a essa atividade, de maneira formal, informal, ambulante, caseira, através de pequenas empresas e com grande incidência por parte das mulheres.

Os produtos comercializados variam desde o pescado, produtos agropecuários frescos e transformados, artigos de uso pessoal, peças de artesanato, artigos de utilidade doméstica, vestuário, calçado, entre outros. Essa atividade muitas vezes é usada para fugir à situação de desemprego.

A atividade comercial é desenvolvida nos dois mercados, localizados um em Milho Branco e outro na Vila da Várzea da Igreja, onde as infraestruturas foram recentemente remodeladas, carecendo, no entanto, de matadouros municipais.

Pesca

A pesca constitui uma atividade económica de importância para o concelho e particularmente para as populações de Praia Baixo, Baia, Moía-Moía e Val da Custa povoadas do litoral do concelho, situados na freguesia de Nossa Senhora da Luz.

Essa atividade representa a base económica de cerca de 65% de famílias desses povoados e contribui significativamente para a melhoria da dieta alimentar da população do município.

Os recursos pesqueiros constituem um dos poucos recursos naturais importantes do município, contribuindo para a dieta alimentar da população e com potencial para a criação de riqueza através de exportações.

O Turismo representa um sector que desde que promovido de forma sustentável, poderá vir a contribuir para o desenvolvimento estratégico do município e para a melhoria da qualidade de vida das populações locais.

Como sendo zonas de potencialidade turística, destacam-se pela sua importância, a zona de Praia Baixo, situada no litoral a 10Km da Vila e a 20Km da Cidade da Praia, onde se pode praticar o turismo de sol e praia, zona esta beneficiada pela existência de infraestruturas hoteleiras e similares, a localidade de Rui Vaz, localizada na zona alta, a 4 km da Vila, onde se pode praticar o turismo de montanha ou turismo ecológico a que se associa um clima ameno, fresco e com uma paisagem peculiar, caracterizada pela presença de uma vegetação exuberante.

O artesanato local traduz-se numa longa tradição, que embora sendo uma atividade pouca expressiva do ponto de vista económico, se associa ao desenvolvimento do turismo. A sua importância advém também da necessidade de preservação do património cultural.

Destaca-se no município a produção, recolha e comercialização de peças artesanais, como binde, pote, vasos, produtos esses que podem vir a ganhar uma maior expressão de forem produzidos de forma semi-industrial.

Atrativos naturais

Rui Vaz e Serra de Pico de Antónia

Rui Vaz e Serra do Pico de Antónia constituem duas zonas contíguas localizadas na parte sul da ilha de Santiago, a uma altitude entre 820m e 1392m, sendo a última correspondente ao ponto mais alto da ilha. Em virtude do efeito de altitude, beneficia de um microclima, típica das zonas altas com temperaturas amenas e precipitações abundantes, num ano chuvoso.

As montanhas de Rui Vaz e Serra de Pico de Antónia representam um dos ecossistemas de montanhas mais importantes da ilha de Santiago e de Cabo Verde. Ali, existe uma grande variedade de espécies florísticas e faunísticas, sendo algumas endémicas, entre as quais, pode-se destacar a Língua de Vaca, Tortolho, Losna, Marmulano, entre outras.

Rui Vaz e Serra de Pico de Antónia pertencem à categoria de Parque Natural, um património nacional, de interesse científico e turístico.

Rui Vaz e Monte Pico de Antónia

É uma zona acessível que integra o roteiro turístico da ilha de Santiago que pode ser visitado a qualquer hora do dia. Neste local pode-se desfrutar de uma vista panorâmica deslumbrante antes do pôr-do-sol e apreciar algumas espécies endémicas ali existentes.

Com uma localização privilegiada pode-se desfrutar de uma vista deslumbrante, que em dias de boa visibilidade até pode-se alcançar a ilha do Maio. Da localidade de Rui Vaz pode-se observar o Monte Tchota, o monte Pico de Antónia que é o ponto mais alto de Santiago.

Água de Gato

A localidade de Água de Gato fica na parte noroeste do Município de S. Domingos, aproximadamente 350 à 400m de altitude, mais concretamente, entre Rui Vaz, Lagoa e Godim. Possui um microclima suave e ameno.

Apresenta um relevo acidentado coberto de vários tipos de vegetação, considerada o “pulmão de S. Domingos”. Uma das espécies arbóreas que se destaca na paisagem é Calabaceira. Nesta localidade existem nascentes com cursos de água permanente, como é o caso da Laranjeira, Ribeira Grande e Galeria de Ribeira Baixo. Água de Gato foi o local onde nasceu e viveu o famoso poeta, dramaturgo, músico e compositor Fulgêncio Tavares, mais conhecido por “Ano Nobu”, de Lém Pereira.

Localidade de Água de Gato

A localidade de Água de Gato tem boas condições para a prática do turismo rural, isto devido a sua vegetação, a prática de agricultura, criação de gado, modo de viver dos moradores, os trapiches que ali existem, a cultura, nomeadamente as festas, a música, casas a moda antiga etc. É uma localidade que é visitada frequentemente por turistas e pessoas da cidade da Praia. Logo à entrada da localidade depara-se com uma pequena praceta, denominada ‘praça trapiche’, por ter no seu interior esse antigo engenho utilizado na produção de aguardente.

Miradouro de portal

Localizado na estrada que dá acesso ao Rui Vaz, a meio do percurso. Trata se um miradouro natural, situado a cerca de 600m de altitude e permite aos visitantes ter uma visão panorâmica da Ribeira Funda, Monte Leão ou Monte Areia e o denominado ‘Monte de Água.

Miradouro sito nas cabeceiras do Vale do São Jorge

Na localidade de Rui Vaz nas Cabeceiras do Vale de São Jorge, logo após a Quinta da Montanha a cerca de 820m de altitude. Proporciona uma ampla bacia visual, permitindo a contemplação do Monte João Teves, da totalidade do Vale de São Domingos.

Vale de S. Domingos

Trata-se de um vale encaixado com a forma de “U”, talhado em complexo eruptivo antigo (CA) que desenvolve a partir dos Montes Leão e Bode, atravessando a Ribeira de S. Domingos e desagua na Baia de Achada Baleia. A orografia deste vale contempla várias vertentes abrutas e picos esculpidos, sendo de destacar o monte Bidela, Monte Leão, monte Chaminé, monte Rem-Rem e Mendes Faleiro.

Monte Bidela

É um afloramento de natureza basáltica que se impõe pela sua altitude e morfologia, podendo ser observado logo na entrada da zona de Variante São Domingos. Tem cerca de 508m de altitude e, a partir da entrada de Variante ou de Milho Branco, localidade de Nazaré, pode ser apreciado quase na sua plenitude. A melhor época do ano para visita aconselha-se entre os meses de Agosto e Dezembro que cobre de verde, quando chove. Pode integrar o roteiro turístico paisagístico.

Monte de Nora

São dois afloramentos de natureza basáltica formando uma serra situado entre o vale de Nora e o de Ribeira de São Domingos. Tem cerca de 558m de altitude e, é um local que serve de habitat de algumas espécies de aves como corvo, coruja francelha, entre outras.

A sua morfologia e imponência paisagística faz deste património natural um ponto de referência turística a considerar no roteiro turístico de Santiago. Pode ser observado ou contemplado a qualquer época do ano, mas é mais convidativa na época das chuvas que cobre de verde.

Parque Natural de Rui Vaz e Pico de Antónia

Este Parque Natural está localizado em Rui Vaz a cerca de 859m de altitude. Do ponto de vista climático pertence ao andar húmido e sub-húmido. Em termos morfológicos, trata-se de um conjunto montanhoso com declives acentuados e uma cobertura vegetal espontânea, com espécies florestais introduzidas e plantas endémicas.

Este conjunto montanhoso constitui numa vasta zona que percorre desde Pico de Antónia a Curralinho formando uma serra. A sua altitude permite uma expressiva diferenciação microclimática em andares, pelo que se regista um certo grau de humidade ao longo do ano, resultantes de precipitações na época das Chuvas e precipitações ocultas nos meses mais frescos.

Perímetro Florestal de Curralinho

É uma extensa área de cobertura vegetal que estende à norte da zona de Rui Vaz e Loura até à serra de Pico de Antónia, passando por “Monte Tchota”.

Trata-se de uma localidade com árvores e arbustos endémicos, medicinais e ornamentais a serem preservados, que constitui potencial para o ecoturismo. Foi classificado como zona protegida, em virtude do potencial vegetal que dispõe e da sua relevância científica.

Vale de Ribeirão Fundo

Encontra-se localizado na encosta norte do município e na parte sul de Rui Vaz. Apresenta uma morfologia caraterizada por encostas abruptas e verdejantes, vales profundos, com mantos de espécies vegetais endémicas que a torna uma paisagem relativamente exuberante, no contexto de Cabo Verde. Para quem sobe Rui Vaz, logo na entrada se depara com esta paisagem que lhe convida a contemplação e fotografias. Ali, se pode desenvolver atividades tipo escaladas, rappel e caminhadas.

Monte Gémeos de Caiada

É um património natural situado no alto da localidade de Caiada e a caminho de Rui Vaz. A sua configuração aparenta a imagem de duas irmãs gémeas. A partir deste monte, pode-se ter uma ampla vista panorâmica de todo o vale de São Domingos.

Gruta de Robão Cal

A Gruta de Ribeirão Cal fica situada no Norte do município de São Domingos, na localidade de Robão Cal, mais concretamente na Ribeira de Santa Helena. Trata-se de uma gruta estreita vertical, onde se sobressaem as estalactites e as estalagmites que assemelham aos dentes de elefantes.

Essas caraterísticas conferem-lhe uma beleza rara no contexto da ilha de santiago. Pesquisa efetuadas asseguram que a origem da gruta se deve a precipitação de carbonato de cálcio que estão na origem das rochas calcárias quando o clima da ilha era mais húmido.

A exploração das rochas carbonatadas para produção de cal em fornos, em tempo idos esta na origem do nome da localidade. A ribeira onde esta inserida apresenta biodiversidade diversificada, destacando-se várias espécies de aves e vegetações endémicas, nomeadamente, algumas raças de pombos, corvos, garças e algumas plantas medicinais e ornamentais que devem ser preservadas. A Ribeira talhada em basaltos com disjunção colunar prismática, apresenta uma vegetação arbustiva verdejante, alimentada por pequenas nascentes de água doce, portanto, de grande interesse turístico.

Gruta de Ribeirão de Cal

O acesso é difícil e a sinalização carece de precisão. Nas proximidades faz-se a prática de agricultura de regadio. De acordo com os moradores, ultimamente tem tido alguma procura por parte dos visitantes estrangeiros o que testemunha a importância da referida gruta enquanto atrativo turístico de grande valor.

Parede (dE dEuS) nhordés

Situado na encosta do Monte Bidela e constituída por rochas basálticas, sobrepostas umas em cima da outra de forma alinhada, dando a impressão de uma parede. É um conjunto de pedras enormes, sobrepostas, que parecem terem sido colocadas de propósito. Singulariza-se pela sua imponência na paisagem e beleza cénica que desperta curiosidade dos visitantes.

Baía de Alcatraz em N. S. da Luz

Trata-se de uma extensa baía de areia negra, mas não é balneável devido às caraterísticas da água e areia no seu interior que não permite o banho.

Foi ali que se ergueu uma das mais antigas igrejas do continente africano, denominada igreja de Nossa Senhora da Luz, reabilitada recentemente. A sua paisagem aliada ao património histórico material e imaterial pode servir de ponto de interesse turístico.

Praia de Praia Baixo

É uma praia de perfil longitudinal, localizado na zona sul do município de São Domingos. Uma das praias mais vastas da ilha de Santiago, constituída por uma mistura de areia branca e preta, originando um tom de cinza claro, o que difere das outras praias.

Praia de São Francisco

Localizada em São Francisco, trata-se de uma pequena praia de areia branca e água cristalina, apresenta a forma de um “U”. Possui caraterísticas singulares, o que motiva a deslocação de muitas pessoas, quer nacionais ou estrangeiros, para conhecê-lo e usufruí-lo.

São Domingos é, por outro lado, concelho-berço de alguns nomes sonantes da cultura musical cabo-verdiana, tais como Fulgêncio Tavares (Ano Nobo); Gregório Vaz (Codé di Dona), António Vaz Cabral (N’Toni Denti D’Oru), Pedro Mendes Sanches Robalo (Manu Mendi), sendo, por isso, um palco cultural por excelência.

Os seguidores desses percursores mantêm uma cultura viva com grupos culturais de grande atividade, tanto em Praia Baixo, como em Água de Gato, Várzea da Igreja, Rui-Vaz ou Loura, entre outros. O dinamismo destes grupos demonstra o potencial do turismo rural que o Concelho pode proporcionar, nas diversas comunidades.

O enquadramento das aldeias num programado roteiro turístico, com a promoção das manifestações tradicionais, como a música, o teatro e a culinária, são aspetos fundamentais, das potencialidades do Município que o tornam num dos pontos mais atrativos da ilha.

Atrativos

Várzea da Igreja

Várzea da Igreja é um pequeno núcleo urbano situado no Vale de São Domingos, onde se concentra a maioria dos serviços administrativos do Concelho. O edifício da Câmara Municipal com a sua arquitetura moderna um jardim verdejante, constitui um dos atrativos mais emblemáticos da cidade.

Na cidade da Várzea da Igreja pode-se visitar o Centro de Artesanato local onde faz-se a produção, recolha e comercialização de peças artesanais. Uma produção feita à base de trabalhos a partir de panos (rendas, bordados, bonecos, etc.). Existe ainda uma fábrica de cerâmica com uma loja de artesanato, onde neste momento encontra-se desativado.

Do ponto de vista histórico, o vale de São Domingos albergou a primeira comunidade de Jesuítas em Cabo Verde.

Igreja de S. Nicolau Tolentino

Esta Igreja fica situado no centro da cidade de São Domingos e integra a Paróquia do mesmo nome. É uma Igreja de estilo arquitetónico com marcas da época colonial e neste momento se encontra em restauro.

Nesta Igreja reza-se a missa em homenagem a vários Santos, entre os quais, se destacam São Nicolau Tolentino no dia 10 de Setembro e São Domingos (Nhu Febreru) no dia 2 de Fevereiro.

Igreja de N.S. da Luz

A Igreja de Nossa Senhora da Luz, situa-se na zona de Baía dos Alcatrazes. Foi uma das primeiras Igrejas construída pelos portugueses nos trópicos, além a de Nossa Senhora do Rosário, na Cidade Velha.

Igrejas de Milho Branco

Estas Igrejas encontram-se localizada na zona central de Milho Branco, a escassos metros da estrada principal que vai para cidade de Pedra Badejo. São duas igrejas, sendo uma antiga rodeada de plantas ornamentais à sua volta e a moderna com estilo arquitetónico mais moderno, construída pelo Padre Fernando Ferro, de nacionalidade portuguesa que esteve durante algum tempo à frente desta Paróquia. Esta igreja foi inaugurada em 2013, pelo Bispo da Diocese de Santiago.

Capela de Rui Vaz

Trata-se de uma capela que situa na localidade de Rui Vaz e que apresenta estilo arquitetónico colonial, com duas naves laterais e uma Cruz com a imagem de Jesus Cristo com um Pombo, logo à frente. Nesta Capela comemora-se a festa de Sagrada Família no dia 31 de Dezembro.

Capela de Sagrada Coração de Jesus

É um património religioso situado na zona de Godim, construída recentemente, onde apresenta um estado de conservação regular. É de fácil acesso devido a sua localização, pois, fica situada ao lado da estrada principal. Este património pode integrar o roteiro turístico religioso e cultural.

Capela de N.S. de Estrela do Mar

Esta Capela localiza em Praia Baixo, junto de uma das praias mais extensas da ilha de Santiago, considerada uma importante estância balnear. Trata-se de uma capela com estilo colonial, com caraterísticas semelhantes às Capelas da Freguesia de Santíssimo Nome de Jesus, onde se comemora o Santo Padroeiro no dia 30 de Junho a festa de Estrela-do-mar.

Capela de Imaculada Coração de Maria

Foi construída recentemente e fica localizada na localidade de Agua de Gato. As festas da imaculada Coração de Maria são celebradas nos finais de Maio e inico do mês de Junho. O estilo arquitetónico é definido por arcos em formas de losango, quer nas portas, quer na parte superior da cobertura, conferindo certo equilíbrio e harmonia do ponto vista estético.

Capela de Nossa Senhora porto Salvo

Fica situada na Zona de Robão Cal. Trata-se de um património religioso, cuja construção data o primeiro quartel do século XIX (1822).

Apresenta uma arquitetura da época colonial. Destacasse pela antiguidade e todo o historial que lhe esta associada deve ser resgatada e valorizada enquanto memoria coletiva

Capela de Nossa Senhora de Conceição

Situa-se na localidade de Banana, no Município de São Domingos. As festas de Nossa Senhora de Conceição é comemorada a 8 de Dezembro. A igreja encontra em estado de conservação degradada. Trata-se de uma igreja, cujo estilo arquitetónico é moderno e não dispõe de cobertura. Dispõe de um pátio e árvores de sombra. A igreja é de fácil de acesso.

Igreja de Ponta Baixo

Situada na Zona de Rui Vaz, mais concretamente na Zona de Ponta baixo. Trata-se de uma igreja que foi construída na década de 90. Nessa igreja comemora-se a Sagrada Família, no primeiro Domingo depois do Natal. No pátio tem uma espécie arbórea com formato de Dragoeiro, cujo nome comum na zona é “borracha”. O sítio onde a igreja esta localizada constitui um autêntico miradouro natural que proporciona uma vista panorâmica da Cidade da Praia, Vale de São Domingos, São Francisco e Monte Leão.

Atrativos Imateriais

Festas, romarias e gastronomia

As festas e romarias constituem momentos de encontro entre profano e sagrado. É uma oportunidade que os visitantes têm de interagir com a população local, mas também, de conhecer e apreciar a cultura das diferentes localidades. Pode ser aproveitado para promover o turismo religioso. Porém, torna-se necessário trabalhar estas festas na perspetiva da sua promoção enquanto produto turístico.

Festa de “nhu Febreru” São Domingos

Comemora-se no dia 2 de Fevereiro em honra da Nossa Senhora das Candeias. Consiste na reza da missa e procissão pelas ruas do bairro onde situa a igreja. Esta festa mobiliza centenas de fiéis, tanto nacionais como os da diáspora. Durante a semana da festa, realizam-se algumas atividades culturais, tais como: festival, tenda eletrónica, realização de feira, gastronomia. Representa o cartão de visita no que tange à gastronomia do concelho. É feito à moda tradicional, a base de milho, peixe e batata. É muito procurado pelos visitantes, sobretudo no período da tarde.

Artesanato

Acompanhando a atividade turística, tem ganhado expressão o artesanato local, muito rico e criativo. Destaca-se a produção, recolha e comercialização de peças artesanais tradicionais, tais como binde, pote e vasos, que são comercializados nas duas unidades de venda em funcionamento (i.e. a Cooperativa Rabenta e a Fábrica de Cerâmica de São Domingos). É ainda de se realçar, a produção tradicional de tecelagem de pano de terra, rendas, bordados e produção de balaios, embora em regime doméstico.

São Domingos é bastante vulnerável a catástrofes natu­rais, particularmente as provocadas por cheias e even­tuais inundações durante a estação das chuvas, e der­rocadas de pedras das encostas, devido à orografia dos terrenos do Concelho e os seus acentuados declives. Embora, essas ocorrências quase não se tenham nota­do no Concelho, observa-se cada vez mais construções nas vertentes, nos terraços e cada vez mais próximas das linhas de água. Esse facto resulta do crescimento do centro da Várzea da Igreja.

Por outro lado, sendo um Concelho com fortes potencialidades florestais, existem riscos de incêndios que clamam por uma vigilância apertada. O outro risco que se constata no Concelho refere-se a extração de inertes nas praias de mar da Freguesia de Nossa Senhora da Luz. Essa situação tem provocado a salinização de água e de solo, tendo consequências muito negativas para a agricultura e a atividade turística.

Município de Santa Catarina

No fim do séc. XIX, o Concelho de Santa Catarina ocupava a metade Norte da ilha, enquanto a metade Sul era o Concelho da Praia.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

Do ponto de vista histórico, o concelho de Santa Catarina foi criado em 1600 pelo Bispo D. Fr. Vitorino Ortuense, e inicialmente era constituído por duas freguesias: Santa Catarina e São Salvador do Mundo.

Em 1834, um senhor chamado de Manuel António Martins tomou posse como governador da Província de Cabo Verde e pretendia fazer a transferência da sede do governo da cidade da Ribeira Grande (atualmente Cidade Velha) para os Picos (Achada Igreja), na Freguesia de São Salvador do Mundo que posteriormente veio a dar origem ao concelho de Santa Catarina.

Esta transferência da sede do governo para os Picos não foi do conhecimento do governo português. A iniciativa desta transferência foi simplesmente uma opção do governador, contribuindo deste modo para o crescimento das infraestruturas e para o desenvolvimento do concelho de Santa Catarina e do interior da ilha de Santiago. O concelho tem um atracão natural (um clima montanhoso favorável) e dispunha de um solo rico e de abundancia de água. (VIEIRA, 1993, citado por, TAVARES, 2009, p. 51)

Criação

O Município de Santa Catarina surgiu quando houve a transferência da sede do Concelho de Ribeira Grande de Santiago para a povoação de Picos (na freguesia de São Salvador do Mundo) a 14 de fevereiro de 1834.

A sede do Município teve várias localizações, tais como: Picos (1884), Achada Falcão (1861), Mangue do Tarrafal (1869) e Assomada (1912).

Nas várias divisões administrativas feitas na ilha de Santiago, o concelho aglomerou freguesias de Santa Catarina (conhecida como Santa Catarina do Mato), São Salvador do Mundo, São João Baptista, São Miguel e Santo Amaro Abade.

Atualmente, compõe-se de uma freguesia do mesmo nome, resultante dos vários reordenamentos, no final do seculo XIX.

Localização geográfica

Do ponto de vista geográfico, o Concelho de Santa Catarina é um concelho/município da ilha de Santiago, no Sotavento de Cabo Verde, com uma superfície de 243 km² e 49.829 habitantes. A sede de concelho é a cidade de Assomada, que fica a 36 km para norte da cidade da Praia, capital do país.

O concelho de Santa Catarina é constituído pela freguesia de Santa Catarina. A freguesia de São Salvador do Mundo, que constitui desde 2005 o concelho do mesmo nome, fez parte de Santa Catarina até àquela data.

O concelho abrange parcialmente os Parques Naturais de Serra Malagueta e de Serra do Picos de Antónia. Parque da Serra Malagueta possui uma área de 774 ha e situa-se na confluência de três Municípios: Santa Catarina (302 ha), São Miguel (436 ha) e Tarrafal (36 ha). (ANMCV 2017).

População

Segundo o INE em 2010, o município possuía uma população de 43454 habitantes sendo 20324 do sexo masculino e 23130 do sexo feminino e de acordo com as projeções da mesma fonte no ano de 2017 o Município contava com cerca de 45922 habitantes sendo que 22092 masculinos e 23829 Feminino.

A pirâmide etária de Santa Catarina apresenta a base larga e o topo estreito pode-se então caracterizar a população do concelho como uma população jovem (59,6% têm menos de 24 anos). Dados de INE 2015.

Na pirâmide etária de Santa Catarina verifica-se que a base da pirâmide já começa a estreitar-se, facto que pode ser devido a diminuição da natalidade no concelho, por outro lado, na faixa etária dos 10 aos 24 anos a pirâmide já começa a alargar-se devido a existência de um número considerável de jovens;

Em 2015, o concelho de Santa Catarina tinha cerca de 11.223 agregados familiares, na sua maioria (6.132) representadas por mulheres, o que demonstra algum desequilíbrio na estrutura familiar do concelho.

As principais atividades económicas são a agricultura (em regime de sequeiro), a criação de gado.

Para além dos sectores considerados potenciais, como a área do turismo, energias renováveis e Tecnologias de Informações e Comunicações, o Concelho já conta com diversos tipos de atividades económicas capazes de induzir o crescimento e desenvolvimento do concelho de Santa Catarina.

Agricultura

A agricultura é uma ferramenta de desenvolvimento de vital importância não só para crescimento económico como também para superar a pobreza e aumentar a segurança alimentar.

Santa Catarina de Santiago por ser um concelho localizado na zona rural a atividade agrícola apresenta como um dos sectores da economia local que mais emprega as pessoas, portanto, é do campo que vem o sustento da maior parte das famílias que residem no concelho e em outras localidades do Arquipélago como a cidade da Praia a capital do país.

Ultimamente com o crescimento do sector do turismo a nível nacional tem-se registado um número significativo de comerciantes que tem exportado produtos agrícolas para as ilhas turísticas Sal, Boavista e São Vicente. Portanto, o sector agrícola do concelho tem contribuído não só para abastecer o mercado local como também de outros municípios e ilhas.

Atualmente com o surgimento das novas tecnologias de produção é possível perceber que alguns agricultores têm investido no sector agrícola com o sistema de rega gota-gota usando parcelas de terras cada vez maior para produzir.

Por outro lado, após a criação das barragens em algumas ilhas do país percebe-se uma certa preocupação do Ministério da Agricultura o órgão governamental que coordena todo o sector agrícola nacional em inculcar na mente dos agricultores a ideia de empresarializar o sector, isto é, organizar a produção agrícola visando melhorar a qualidade dos produtos e fazer com que os mesmos consigam concorrer em pé de igualdade com os produtos importados.

Pecuária

A atividade pecuária, em todo o país, é uma atividade estreitamente associada à agricultura praticada pelas explorações familiares e, no concelho de Santa Catarina não é diferente, o interessante é o nível de desenvolvimento dessa atividade no concelho que está em um estágio superior aos outros concelhos do país. É através da atividade pecuária que as famílias conseguem se sustentar e, ainda, abastecer o mercado local.

Hoje em dia já é possível também ver produtores que investem na atividade pecuária visando produzir em grande escala e abastecer o mercado turístico nacional, especialmente, em matéria de frangos.

Segundo os dados Recenseamento Geral Agrícola (RGA) de 2015, o Concelho de Santa Catarina é reconfirmado como sendo o maior do País em termos de produção pecuária. Nessa data, detinha o maior número de Bovinos, Caprinos e Suínos. A suinicultura ocupava o lugar cimeiro, com o maior número de cabeças. Seguindo-lhe os bovinos e caprinos. Santa Catarina é ainda o principal produtor da carne bovina e o maior fornecedor de carne a nível nacional. Neste cenário, é importante referir, ainda, que Assomada é o maior mercado de venda de gado da ilha de Santiago e do país.

Comércio

No âmbito dos concelhos do país Santa Catarina encontra-se muito bem posicionado em matéria de comércio, particularmente o comércio a retalho que é mais expressivo em todos os concelhos do país. Os dados indicam que Santa Catarina encontra em terceiro lugar. Praia com 832, São Vicente, 785, Sal 25, e Santa Catarina 203.

Atualmente, percebe-se um número cada vez maior de cidadão com nível de formação profissional e superior a enveredar para sector do comércio e, muita das vezes começando com pequenas unidades de negócios operando na economia de forma informal. Num estudo versando sobre o comércio informal no concelho de Santa Catarina realizado por Vilma (2015) constatou um número interessante de jovens com formação superior que praticam o comércio informal.

Uma outra constatação importante desse mesmo estudo foi o facto de mais de 50% afirmarem estar interessados e dispostos a formalizar os seus negócios. Um dado extremamente importante se entendermos que após a formalização estarão sujeitos não só a pagar as taxas diárias para operarem como também contribuir pagando impostos que vão aumentar as receitas municipais. Receitas essas que poderão ser convertidas em infraestruturas económicas que vão das mais condições ao sector do comércio.

Pesca

No domínio da pesca, as limitações são evidentes existindo, no entanto, alguns nichos de produto pesqueiro passíveis de identificação e exploração. A aquacultura, onde se conhecem algumas experiências embrionárias, carece ainda de confirmação da sua viabilidade.

No que concerne ao “Insight” da economia marítima Santa-catarinense é constatável que o mar assume-se como um dos ativos estratégicos, pois se bem desenvolvido, se bem planeado, se bem implementado, dará um contributo de grande importância para o desenvolvimento de Santa Catarina.

A limitada capacidade de agregação de valor, com particular ênfase no subsector da pesca artesanal, o reduzido envolvimento de produtores na comercialização dos seus produtos e deficiente organização e representatividade das estruturas associativas e os elevados custos operacionais de produção, são alguns dos constrangimentos enfrentados pelos profissionais ligados ao mar.

Analisando os dados do INE, resultado da pesquisa da oferta turística em Cabo Verde e por concelho percebe-se que o concelho está longe de ser considerado um destino turístico tendo em conta o número muito insignificante de alojamentos turísticos.

Santa Catarina em 2016 tinha apenas (1 hotel), (1 pensão), (1 pousa) e apenas (1 residência turística) em exercício. Resumindo, o Concelho contava apenas com 4 estabelecimentos de alojamento disponíveis.

Estes dados explica o facto de épocas de festas o concelho não dispor de números de alojamentos suficientes para hospedar os turistas que visitam o concelho em épocas festivas, nomeadamente, a festa da padroeira do concelho Nossa Senhora de Santa Catarina comemorada no dia 25 de novembro e Nossa Senhora de Fátima celebrada 13 maio, festas essas realizadas em dois pontos importantes do concelho.

Atrativos turísticos naturais

Monte Afonso

Este monumento natural está localizado a sudeste do município de Santa Catarina, à entrada da cidade de Assomada, sobre a Ribeira/Vale de Fonte Lima e de Mato Limão. Trata-se de resto de um cone vulcânico antigo, com 656 metros de altitude, de cor avermelhada devido às ações da natureza e do homem. O seu perfil longitudinal e a sua vertente com forte inclinação constituem potencialidades para escalada e montanhismo.

Monte Grande de Boa-Entrada

É um relevo de destaque em Santa Catarina, situado a este da cidade de Assomada. Possui cerca de 704m de altitude, com a forma de uma pirâmide, quando avistada em Nhagar. Dele irradiam as ribeiras de Boa-Entrada e a do Mato Limão, sendo a primeira verdejante, contrastando com o roxo no cimo deste Monte.

Miradouro de Pedra Branca

Pedra Branca é uma localidade situada na zona de Figueira das Naus, na zona Este, a 10km da Cidade de Assomada, freguesia e concelho de Santa Catarina.

A sua altitude é de 848m e num percurso em direção ao Tarrafal permite contemplar cordilheiras montanhosas, intercaladas entre várias ribeiras, que se aparentam a “Ribeira dos Dinossauros”.

Monte Brianda

Localizado no centro-oeste de Santa Catrina, sobre a parte terminal da Ribeira dos Engenhos (Ribeira de Águas Belas), constitui um atrativo de relevância para contemplação para quem percorre a Ribeira de Águas Belas até à foz, do topo de Achada Grande de Rincão ou da zona de Ribeirão Manuel.

Rocha Fundino em Achada Leite

Trata-se de uma falésia situada no litoral de Santa Catarina a noroeste, mais concretamente em Achada Leite. O atrativo é de fácil acesso, quer seja a pé ou de carro, a partir de Tomba Touro e da zona de Ribeira da Barca, respetivamente.

Gruta de Águas Belas

Situa-se no oeste de Santa Catarina, mais concretamente, na foz da Ribeira dos Engenhos, aproximadamente, a 2km para Sul de Achada Leite. Esta Ribeira possui uma vista panorâmica atrativa e faz parte desta paisagem natural uma caverna/gruta com dupla abertura, de dimensões diferentes: lado maior aceda à praia e a menor ao oceano.

Praia de Charco

Localiza-se a noroeste de Santa Catarina na contígua baía da Ribeira da Barca. É uma praia de pequena dimensão e em estado de degradação, devido à extração de inertes. Porém, apresenta a sua singularidade, devido à água cristalina e sem sinais de poluição à vista.

Baia/Porto de Rincão

Localiza-se no litoral oeste de Santa Catarina. A harmonia entre a terra e o mar, dois elementos cuja forma lhe deu o nome, marcada pela singularidade.

Baía de Angra

Localiza-se a norte da cidade de Assomada, mais concretamente na zona de Ribeira da Barca. É uma baía em forma semicircular e dispõe de uma praia de areia fina e preta, mar de água límpida e cristalina, ausente de qualquer sinal de poluição à vista, aprazível para atividades de lazer e recreio.

Cascata de Água Caída

Este atrativo natural situa-se a noroeste da cidade de Assomada, aproximadamente a 16 km, na zona sobranceira da Ribeira da Barca.

Trata-se de um lugar com elevada potencialidade isotérica, se admitir que o homem sempre tem procurado espaços naturais, nomeadamente, onde há presença de águas correntes para contemplação e satisfação espiritual.

Parque Natural de Serra Malagueta.

Trata-se de uma área protegida, localizada entre os municípios de Santa Catarina, Tarrafal e S. Miguel sobre um dos pontos mais altos do país (1064 metros de altitude). Predomina o manto de eucalipto e pinheiros, resultantes das diversas campanhas de reflorestação ali levadas a cabo.

Poilão e Bacia Hidrográfica de Boa – Entrada                        

Trata-se de uma das maiores e a mais velha árvore de Cabo Verde, estimando cerca de 900 anos, localizada na Ribeira de Boa-Entrada, a leste de Santa Catarina. Já no séc. XIV, os navegadores portugueses fizeram referência a esse monumento nos seus escritos

Barragem de Saquinho

A barragem de Saquinho localiza-se a norte da Cidade de Assomada, na Ribeira de Tabugal. É uma barragem recém-inaugurada (2014), que dispõe uma certa quantidade de água armazenada, o que tem contribuído para a alteração da paisagem local, surgimento de um microclima ameno e presença da avifauna.

Ribeira de Tabugal

A zona de Tabugal está compreendida entre Águas Podres, Charquinho e Tabugal, constituindo uma sub-bacia hidrográfica, com água permanente, que facilita a prática continuada de agricultura de regadio de forma tradicional. A paisagem verde é dominante no vale. Tabugal, pelas suas condições naturais e atividades socioeconómicas, foi um ponto privilegiado de encontro, intercâmbio e relações amigas.

Santa Catarina é um concelho que a cultura sempre esteve presente em vários momentos da sua existência, manifestando-se em várias formas, desde a música, o teatro, a tabanca, na dança, no artesanato, na gastronomia e em várias outras manifestações culturais.

Santa Catarina é um concelho com grande riqueza e diversidade culturais. Os hábitos e costumes da sua população estão bem patentes nas festas tradicionais, nas tradições de produção vária: de olaria, de cestaria, de esteira, de tecelagem; na sua própria tradição agrícola, especialmente no domínio da fabricação do "grogue"; nos seus atrativos gastronómicos; no seu passado histórico, ilustrado pelas revoltas ocorridas em Ribeirão Manuel e Engenhos, de entre outros aspetos culturais. Todos constituindo atrativos interessantes para o desenvolvimento de mercado de turismo cultural no concelho.

A mais importante de todas as festas tradicionais é assinalada a 25 de novembro e é dedicada a Santa Catarina, a padroeira do concelho. A festa é rija em todos os cantos do concelho, mas é na cidade de Assomada que tem maior notoriedade. Nessa altura regressam muitos emigrantes, trazendo mais brilho às comemorações.

Santa Catarina é um concelho de profundas tradições africanas. Desde os grupos de Batuque, ao profundo dialeto Crioulo, passando pelos frequentes desfiles de Tabanca, e os trajes tradicionais ainda usados por muitos Santa-Catarinenses, nuances do continente africano podem ainda ser encontrados em cada canto do Concelho. Se se quiser passar por uma verdadeira experiência cultural, assista-se a uma das muitas festas municipais, passe-se uma tarde visitando uma pequena povoação, ou jante-se e passe-se a noite numa casa rural cujos residentes normalmente apreciam sobremaneira acolher visitantes por módico preço.

Atrativos Culturais Materiais

Miradouro Cruz de Picos

Esta infraestrutura está localizada logo à entrada da cidade de Assomada, sobre o vale de Fonte Lima, cujo elemento de destaque é uma grande Cruz, que assinala a entrada da cidade.

Possui uma forma circular exatamente para que o visitante tenha uma ampla bacia visual e vista panorâmica, permitindo contemplar toda a cidade de Assomada, Vale de Fonte Lima, Ribeira dos Engenhos e as mais salientes formas de relevo do Município, e por último, a vista parcial do vulcão do Fogo.

O espaço é utilizado pelos munícipes, quer no período de manhã, quer à tarde para atividades físicas, pois, a sua localização permite ao visitante beneficiar de uma temperatura amena influenciada pela brisa do vale, mas também pelo efeito marcante da altitude na diminuição de temperatura.

A cidade de Assomada e seu Centro Histórico

A cidade de Assomada é um núcleo urbano que evoluiu de uma antiga vila (fundada em 1912), localizada sobre um planalto de aproximadamente 500 metros de altitude a noroeste da ilha de Santiago, quando se fez a transferência da sede do concelho de Santa Catarina de Tarrafal para este planalto.

A cidade de Assomada na sua malha urbana possui elementos patrimoniais materiais e imateriais, o que leva esta urbe a ser um atrativo por excelência.

Praça Gustavo Monteiro

Tem a forma retangular e localiza-se em pleno Centro Histórico mesmo em frente do edifício camarário e no seu lateral está a Igreja Nossa Senhora de Fátima, Centro da Juventude e Centro Cultural Norberto Tavares, ambos edifícios com elevados valores patrimoniais, históricos e arquitetónicos.

Nesta praça estão os elementos decorativos, tais como dois bustos/estátuas de Amílcar Cabral e Pe. Luís Allaz, jardins, assentos, o que a torna um atrativo com algum simbolismo e potencialidade para lazer e recreio.

Busto do Padre Louis Allaz e de Amílcar Cabral

Trata-se de dois monumentos que testemunham duas figuras de destaque para o desenvolvimento de Santa Catarina e de Cabo Verde.

O Simbolismo que carregam, tanto no campo religioso, bem como na história de libertação nacional valorizam a paisagem cultural da praça onde se localizam: a praça Gustavo Monteiro.

Por exemplo, o Padre Louis Allaz é uma importante personalidade na história da igreja católica em Cabo Verde ao contribuir para a dinamização do catolicismo local, bem como na educação de jovens no concelho ao fundar uma escola paroquial, com destaque para o desenvolvimento intelectual feminino.

O Busto de Amílcar Cabral representa a memória de uma personalidade histórica internacional, com forte simbolismo e peso na história cabo-verdiana, sobretudo, quando associada à história da luta de libertação nacional.

Centro Cultural Norberto Tavares

Trata de um antigo edifício da Fazenda e repartição dos Correios, atualmente Centro Cultural Norberto Tavares, situado em pleno centro histórico, em frente à Rua Gustavo Monteiro. Está bem conservado e constitui um ponto de visita para os nacionais e estrangeiros.

Mercado Municipal Antigo

O Mercado Municipal de Assomada é um espaço comercial de tradição antiga, localiza-se na extensão da rua que passa à frente do Museu Cultural Norberto Tavares, denominada de Avenida Gustavo Monteiro.

É um dos mercados mais antigos da cidade, inaugurado em 1931, após o desmantelamento de outro ainda mais antigo sito na localidade de Cutelo, onde funciona atual talho municipal. Hoje constitui um espaço comercial, onde se possa encontrar variedades produtos agrícolas, testemunhando as potencialidades do concelho para agricultura.

Mercado Novo Municipal

Localizado na Zona de Achada Riba, fora da zona histórica da cidade foi inaugurado recentemente, após 2010. Apresenta caraterísticas arquitetónicas modernas, funcionando como um espaço multiuso.

Edifícios da Câmara Municipal

Situado em pleno centro histórico da cidade de Assomada, em frente à Praça Gustavo Monteiro. O edifício singulariza-se pela sua arquitetura e harmoniza-se com os outros na sua redondeza: antiga Escola Grande à Sul, Enfermaria e a Igreja Nossa S. Fátima à Oeste, Museu Norberto Tavares à Este.

Antiga Escola Grande, atualmente Biblioteca Municipal

Localizada no centro histórico da cidade é um património arquitetónico, com caraterísticas marcadamente coloniais, sendo que na parte traseira vê-se os beirais cobrindo as duas varandas e escadas de acesso.

Antiga Enfermaria, atual Centro de Saúde

É um edifício com valor patrimonial, localizado no centro histórico da cidade, construído antes da Independência Nacional (1948), pelo Governador João de Figueiredo para Enfermaria Regional e, atualmente desempenha as funções da saúde. O que mais o marca como um atrativo é o seu traçado arquitetónico colonial e sua harmonia com outros elementos da paisagem histórica da cidade.

Casa Lubrano

Situado em pleno centro histórico é um edifício com várias portas grandes na parte dianteira, típicas das casas utilizadas para atividades comerciais no passado.

Hoje, o edifício alberga o comércio, apesar de seu valor patrimonial e a sua localização estratégica são aspetos importantes.

“Quintalona”, atual Museu de Tabanca

Localiza no vale de Chã de Tanque, a Oeste da cidade de Assomada, aproximadamente a 5 km de distância. O edifício está em bom estado de conservação, é visitado por nacionais e estrangeiros, pois, é atravessada pela estrada municipal que liga a cidade de Assomada a povoação de Rincão.

O que mais atrai o visitante no edifício é a sua “grandiosidade” e os traços da sua arquitetura da época em que foi construída, que se distingue das modernas.

Casa dos pais de Amílcar Cabral

Localizada na Zona de Achada Falcão, um pouco a Norte da cidade de Assomada. É um edifício singular, quer pela sua arquitetura da época colonial, quer pelo seu valor histórico, associado à memória do líder da libertação nacional que ali passou parte da sua infância.

Casa Grande da família Nhô Germano

Este edifício situa-se ao norte da cidade de Assomada, mais concretamente, em Achada Falcão, em frente à Igreja Nha Santa Catarina.

A designação “Casa Grande” está sempre associada aos antigos ricos proprietários agrícolas em Santa Catarina, cuja posse de grandes extensões de terras constitui um estatuto identitário, pelo que esta moradia também não está isenta.

Os seus traços arquitetónicos típicos da época colonial constituem singularidades no meio em que se encontra, onde há construções modernas, pelo que é ali que reside seu valor turístico, que pode ser complementado com o conhecimento da história dos familiares a que pertenceram.

Casa Grande no Telhal dos Engenhos (Casa nhô Ruba)

Localiza-se nos Engenhos, a Oeste da Cidade de Assomada, um dos mais férteis vales do concelho.

Este edifício é um dos mais antigos do concelho de Santa Catarina. Assim como as outras casas senhorias espalhadas pelo mundo rural no concelho, o que marca esse edifício é também a sua grandiosidade e os traços arquitetónicos tipicamente colonial, num vale que cujas habitações são diariamente modernizadas como reflexo de muita emigração.

Casa Grande de Luísa, atual Espaço Jovem de Cruz Grande

Trata-se de uma antiga residência de uma das mais ricas proprietárias da Zona de Achada Falcão, situada em Cruz Grande, ao Norte da cidade de Assomada.

 

Segundo informação, aquando das antigas Revoltas em Ribeirão Manuel este espaço serviu de presídio para aqueles que tinham participado.

Este edifício é um dos patrimónios rurais por excelência, pois preserva os traços da arquitetura portuguesa, bem como a memória às antigas “Casas Grandes” no território ultramarino.

Igreja de Nossa Senhora de Fátima

Este monumento religioso localiza-se em pleno centro histórico da cidade de Assomada e tem a sua frente o edifício da Câmara e a Praça Gustavo Monteiro. Trata de uma construção antiga da época colonial mandada erigir entre 1947 a 1949, sendo nesse último ocorreu a sua inauguração.

Os seus traços arquitetónicos são marcantes, e vendo para sua fisionomia atual a partir da vista de cima, destacam-se, sobretudo as duas torres, uma na parte dianteira, ou no lado traseiro.

Igreja de Nha Santa Catarina

É um monumento religioso situada em Cruz de Cima, na cabeceira da Ribeira de Boa-Entrada, podendo ali chegar à pé ou de carro. Apresenta traços arquitetónico da época colonial, construída no século XIX.

Dados apontam que foi a primeira paróquia localizada no concelho e ali se festeja Nha Santa Catarina a 25 de novembro, Santo padroeiro do concelho.

A sua arquitetura e a comemoração do Santo Padroeiro constituem atrativos que motivam os visitantes nacionais e internacionais, logo um potencial para turismo cultural e religioso.

Capela de Santa Terezinha

É um património religioso situado a noroeste da Cidade de Assomada, mais concretamente em Ribeirão Manuel.

O edifício apresenta os traços de uma arquitetura simples e moderna, se comparada com os outros estabelecimentos religiosos no município. Neste espaço comemora-se a festa de Santa Terezinha, no dia 01 de outubro.

Destaca-se pela sua localização, pois estando junto ao atrativo dois elementos singulares, onde se possa observar: um memorial símbolo da Revolta de “Rubom Manel” que aconteceu em outubro de 1910 e o majestoso Monte Brianda, que simboliza a defesa da Cidade.

Capela de Santa Ana

Um monumento religioso de simples traços arquitetónicos, localizados em Achada Lém a poucos metros da Estrada Nacional da primeira classe (EN1), que liga o concelho ao Norte da Ilha de Santiago.

 

Capela de Nossa Senhora de Lurdes

É um monumento religioso de traços arquitetónicos simples situado a nordeste de Santa Catarina, em Figueira das Naus. É de fácil acesso e encontra-se em bom estado de conservação.

Nela se festeja Nossa Senhora de Lurdes no dia 11 de fevereiro, missa rezada pelo Bispo da Diocese de Santiago, um natural da zona, atualmente promovido ao cargo de Cardeal pela Santa Sé.

Capela de Nossa Senhora da Graça

Situada no vale de Chã de Tanque, a oeste da cidade de Assomada é um monumento religioso de pequena dimensão física, de fácil acesso, com uma arquitetura única, mas com grande dimensão espiritual se associar ao simbolismo religioso ao Santo associado: Nossa Senhora da Graça.

Capela de Santo André

É um património histórico de caráter religioso, localizado a sudoeste da cidade de Assomada, no vale dos Engenhos. Trata-se um edifício antigo, bem conservado e com caraterísticas às outras capelas da época.

A sua singularidade está associada ao simbolismo religioso: a comemoração do Santo André no dia 30 de novembro, marcada pela missa e outras atividades religiosa.

Monumento Revolta Ribeirão Manuel

É um monumento cultural localizado a norte de Assomada, em Ribeirão Manuel, a oeste de Achada Falcão.

O monumento arrasta consigo a memória, isto é, foi erigido em homenagem aos rendeiros que recusaram pagar rendas dos terrenos, o que originou alguns tumultos com as autoridades da época. Assim, é símbolo da resistência dos rendeiros e dos escravos que aconteceu em 1910.

Artesanato, Centros de Produções e Exposições

As artes sempre se têm despertado interesse dos indivíduos, quer sejam nacionais ou internacionais, dependendo, sobretudo da perceção cultural dos mesmos.

Os processos produtivos, a extração e matérias-primas e os objetos resultantes em mercadorias somam para se transformarem em recursos turísticos pelo poder atrativo que desencadeiam.

Olaria de Fonte Lima e de Achada Galego

Esta atividade realiza em Fonte Lima, um Vale situado a oeste da cidade de Assomada e zona de Achada Galego, respetivamente. Trata-se de uma arte antiga no concelho, em que produzem diversos objetos: Bindes, potes, vasos, entre outros.

Praça 13 de Janeiro

Situa-se para fora do Centro histórico de Assomada, mais concretamente ao lado dos correios e do Gabinete Técnico Intermunicipal, zona de Pobretãozinho, onde foi construída entre as décadas de 1990 e 2000.

O nome “praça 13 de Janeiro” tem algum significado histórico para o país se for associada ao dia da liberdade (13 de janeiro), daí um atrativo com um valor histórico-cultural.

Parque Infantil de Achada Riba

Este equipamento de lazer está localizado a poucos metros do centro histórico, próximo ao centro comercial Cálu e Ângela, a maior de Assomada.

Centro Comercial Cálu e Ângela

Situada na zona de Achada Riba, junta aos condomínios – Casas para Todos. É um edifício de arquitetura moderna, de dois pisos, sendo na parte inferior alberga a parte de minimercado e superior uma loja de eletrodoméstico e um ginásio.

Polidesportivo de Nhagar

É um equipamento urbano coletivo, localizado a poucos metros do centro da cidade, na localidade de Nhagar

Atrativos culturais imateriais

O Batuque

Batuque - é um género performativo complexo que envolve percussão, poesia, canto e dança. O repertório é constituído por cantigas em crioulo, acompanhadas por percussão polirrítmica realizada com as mãos num idiofone formado por uma pequena almofada ou pano enrolado designado por «tchabeta», dançada de forma vigorosa e virtuosa (torno) por uma ou mais dançarinas e com menor frequência por dançarinos. O Batuque é típico da ilha de Santiago e ainda hoje a sua presença reduz-se a esta ilha. É um género que manifesta a presença africana, e retrata as convivências sociais.

A Tabanca

É uma forma de expressão cultural praticada nas ilhas de Santiago e do Maio e reflete a origem da nossa cabo-verdianidade - a miscigenação proveniente das culturas europeia e africana.

No festejo da tabanca existem vários rituais que são respeitados como é o caso da capela que é um espaço muito importante para qualquer grupo de tabanca, onde se realiza os cerimoniais «sagradas», nomeadamente o Toki de salva, o roubo do Santo e por vezes interrogatório aos ladrões, momentos importantes na festividade da Tabanca.

O Toki de salva é o momento em que se efetua a comunicação com o Santo patrono do grupo, através das batidas cadenciadas nos tambores, do cerimonial das varas «sagradas» e da oração (reza cantada) etc. Esse é o momento em que se presta culto e se pede a proteção divina. Toda a sequência dá a ideia de um verdadeiro ritual africano, mas na realidade é uma «encenação» do rosário com figurações: os batimentos de tambores correspondem às Ave Marias e Glórias.

Antes do ritual dos beijos, costuma-se rezar padres-nossos de oferenda ao santo padroeiro. Além do período festivo, fazem-se as salvas quando morre algum cativo da Tabanca, as quais tem lugar no sétimo dia depois do enterro».

O roubo do Santo é executado pelos ladrões da Tabanca, embora o Santo encontra-se, normalmente, sob vigilância dos guardas na corte. Há uma espécie de encenação entre quem vigia e quem rouba o Santo. O Santo, representado por uma bandeirinha branca com uma cruz vermelha no centro e uma vara de marmeleiro com uma fita vermelha atada numa das pontas, é vendido na casa da Rainha do agasalho ou do Rei de bandeira.

Em regra, estes últimos mantêm a compra do Santo por setes anos consecutivos. Esse ato desencadeia uma série ações e animações que dão continuidade aos festejos. Nas épocas em que não se comemora a Tabanca, guardam – se na capela todos os objetos que fazem parte do cortejo, exceto a indumentária que fica ao cuidado da pessoa que a utiliza. Os grupos de Tabanca têm, regra-geral alguma economia, designadamente terrenos que cultivam, milho, feijão e outros produtos armazenados.

Funaná

O funaná é um género musical, surgiu no meio rural que inicialmente abarcava somente a ilha de Santiago. Esse estilo antigamente era tocado com instrumentos como gaita e ferro, animando, assim, as festas populares e religiosas. Possui um ritmo mais acelerado do que a coladeira.

É um género muito próximo do continente africano que apareceu graças ao acordeão introduzido no país pelos portugueses para acompanhamento nas missas e apropriado posteriormente pelos habitantes desta ilha para as suas canções. O funaná é dançado com cadência própria e conexa ao ritmo musical.

O Teatro

Teatro é um termo de origem grega que designa simultaneamente o conjunto de peças dramáticas para apresentação em público onde é utilizada a arte de representação por um ou vários atores que apresentam uma determinada história que desperta na plateia sentimentos variados. Essa forma de manifestar em Cabo Verde é representada de acordo com a sua realidade socioeconómica.

Festas de Romarias e Folclore

O concelho de Santa Catarina preserva fortemente as tradições da cultura cabo-verdiana e da ilha de Santiago em particular.

Estas tradições se manifestam de várias formas, tais como: música, dança, gastronomia, vestuários e festas de romarias e folclore. Sobre os dois últimos destacam-se três festas de peso: Festa de Nhâ Santa Catarina (25 de novembro); Festa de Nossa Senhora de Fátima (13 de maio); Festa da Tabanca (início de maio a finais de junho).

A primeira é uma festa de cariz religiosa celebrada a 25 de novembro em todo o concelho, cuja Santa Padroeira é Santa Catarina, apesar do espaço de culto é na igreja do mesmo nome, sita em Cruz de Cima, na cabeceira da Ribeira da Boa-Entrada.

De abrangência espacial menor, mas quase nos mesmos moldes (sagrado e profano), temos a festa de Nossa Senhora de Fátima, comemorada no 13 de maio, centralizada sobretudo na cidade.

A igreja de Nossa Senhora de Fátima é o palco onde se desenrola todos os rituais religiosos, terminando com lado profano na cidade e nos arredores (Gil Bispo, Achada Galego, Furna e João Dias).

Santa Catarina, integrado no desenvolvimento do País, seguiu as orientações e cumprimento pelos dispositivos que orientam o desenvolvimento de proteção ambiental. Em referência, o Plano Ambiental Municipal I e II (PAM 1 e 2), o Plano Diretor Municipal e Estudos dos Resíduos Urbanos bem como O estudo do Parque Natural de Serra Malagueta, são documentos de excelência e de política de proteção ambiental no concelho.

Município de São Salvador do Mundo

São Salvador do Mundo é um concelho da ilha de Santiago, em Cabo Verde. A sede é a vila de Picos. É constituído apenas por uma freguesia, com a mesma designação.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

O município de S. Salvador integrou desde 1834 o concelho de Santa Catarina na sequência da transferência da sede da cidade de Ribeira Grande de Santiago para Santa Catarina. Picos tiveram desde cedo algumas identidades e memórias como: existência de Morgados e Rendeiros e os escravos fujões.

Alguns estudos apontam que foi para São Salvador do Mundo que o Bispo Don Francisco enviou a carta pastoral para a defesa da Ribeira Grande na posse do pirata Jacques Cassard (Inventário dos recursos turísticos).

Criação

Foi criado em 2005, quando uma freguesia do antigo Concelho de Santa Catarina foi separada para formar o Concelho de São Salvador do Mundo. A 18 de Maio de 2008 foram eleitos os primeiros líderes municipais, João Baptista Pereira e Pedro Brito para presidente da câmara e assembleia respetivamente.

Localização Geográfica

O município de S. Salvador do Mundo situa-se centro da ilha de Santiago e faz fronteira com os municípios de Santra Catarina (noroeste), Santa Cruz (nordeste), a sul e sudoeste com S. Lourenço dos Órgãos e Ribeira Grande de Santiago.

São Salvador do Mundo, mesmo com a sua autonomia continuou a localizar a sede administrativa em Achada Igreja, distanciando em termos absolutos da Praia e Assomada 32 Km e 4Km, respetivamente. Possui uma área de 30 km², distribuindo-se por 19 povoados. (Inventário dos recursos turísticos).

População

São Salvador do Mundo tem 8.641 habitantes, distribuídos por 18 povoados, IMC (2016).Com 30 km2 de território municipal, a sua densidade populacional é de 288 habitantes/km2. Entre 2000 e 2016 o município acusou um decréscimo de 531 habitantes.

O Município tem a sua disposição uma mão-de-obra jovem. A idade média da população de São Salvador do Mundo tem rondado à volta dos 27,48 anos entre 2012 e 2016, equiparada a média nacional (27.87 anos), (INE,2016).

A atividade económica de São Salvador do Mundo baseia-se fundamentalmente no tradicional sector da agricultura, com destaque para a agricultura de sequeiro, pecuária e o comércio de artesanato.

A dinâmica do desenvolvimento do município passa essencialmente pelo investimento e modernização no sector agropecuário, não descorando a vertente do turismo rural e/ou ecológico.

Das empresas existentes em São Salvador do Mundo, destacam-se principalmente as ligadas ao comércio retalhista. Todavia, a população ativa do concelho encontra-se ocupada principalmente no setor primário e no setor terciário, sendo que os ativos ligados ao setor secundário são praticamente inexistentes.

Agricultura

São Salvador do Mundo é um município essencialmente agrícola e apresenta fortes potencialidades neste sector. Os vários vales e encostas que constituem a Bacia Hidrográfica dos Picos e um clima propício para a prática de várias culturas, faz de São Salvador do Mundo um dos locais de Santiago com maior potencial agrícola a nível da Ilha e do País, representando um peso significativo a nível nacional.

A agricultura mais praticada é a de sequeiro, sendo o milho e os feijões as culturas predominantes condicionada principalmente pela quantidade de precipitação, no sequeiro, os rendimentos são baixos e as produções bastante aleatórias.

Calcula-se que perto de 95% dos terrenos agrícolas de São Salvador do Mundo são cultivados em regime de sequeiro e apenas 4% o são em regime de regadio em que desses 4%, 3% são em regime permanente contra 1% em regime temporário.

Pecuária

A exploração pecuária, tal qual a agricultura, representa uma componente importante dos rendimentos e da subsistência das famílias Salvadorenhas.

A atividade da pecuária realiza-se em todas as localidades do Concelho, incluindo a cidade de Achada Igreja e a localidade de Achada Leitão (zonas urbanas do concelho), com destaque sobretudo, para a localidade de Picos Acima, onde verifica-se a exploração pecuária de forma mais preponderante.

Indústria

Atividade industrial não tem expressão neste município, sendo os únicos existentes há vários anos estão ligadas à fundição de ferro e produção de aguardente.

 

O sector terciário terá como força indutora o sector secundário. Como é pouco desenvolvido faz com que o sector terciário tenha menos peso, resumindo ao retalhista e informal praticado em alguns estabelecimentos, sendo a maioria localizado na zona de Achada Igreja.

Comércio

A dinâmica do sector empresarial no município de São Salvador do Mundo é pouca expressiva, se analisarmos o número de empresas existentes.

Segundo os dados evidenciados pelo INE (2015), de 2010 a 2015 o número de empresas em São Salvador do Mundo teve uma diminuição de 7,6%, seguindo uma tendência contrária se compararmos com a realidade a nível nacional

O comércio está concentrado em estabelecimentos situados na sua maioria na vila de Achada Igreja, com prevalência para o comércio de produtos alimentares e bebidas em pequenas lojas.

Das empresas existentes em São Salvador do Mundo, destacam-se principalmente as ligadas ao comércio retalhista.

Todavia, a população ativa do Concelho encontra-se ocupada principalmente no setor primário e no setor terciário, sendo que os ativos ligados ao setor secundário são praticamente inexistentes.

Apesar de se deparar com algum potencial turístico no Município de São Salvador do Mundo, esta atividade económica é praticamente inexistente no Concelho, limitando-se a três unidades de restauração frequentados, sobretudo por agentes locais e de quando em vez, por um grupinho de turistas que tem visitado o Concelho com relativa frequência.

Atrativos Naturais

Monte Pico de Antonia

É um maciço montanhoso situado a oeste do município de São Salvador do Mundo (SSM), mais concretamente entre Ribeira de Leitãozinho e Ribeira de Faveta. Uma das suas singularidades deve-se ao facto de ser o ponto mais alto da ilha de Santiago (1394 metros) e o terceiro a nível nacional, bem como a sua imponência sobre as duas grandes Ribeiras (Picos e Órgãos), sobretudo porque testemunha a existência de um grande aparelho vulcânico que outrora esteve na origem da formação da ilha. Por outro lado, a sua imponência também dá a sensação de um monumento natural como guardião do município, logo um cartão de visita deste território.

A sua riqueza em geodiversidade e biodiversidade (animais e plantas) o torna como um atrativo com valor científico, ou seja, pode servir como laboratório natural para se compreender uma das fases da formação da ilha de Santiago, bem como das redes hidrográficas.

À sua volta existem mitos e simbolismos. Por exemplo, associa-se à figura de “Adão e Eva”  de pé, duas figuras na história moral divina, as duas pedras em agulhas frente uma da outra. Os idosos o vejam como “lunário” de bom o mau ano agrícola, ou seja, se a seu cimo estiver coberto de nuvens em Julho o ano será bom, se for o contrário será mau. Dizem se tratar de um vulcão de água, e por fim, é chamado “ Piku D´antoni” por ser o primeiro monte descoberto pelo António da Noli, um dos descobridores de Cabo Verde.

Monte Gulilância

É um monumento natural, situada em Manhanga, a leste da cidade de Achada Igreja. Trata-se de uma formação geológica emblemática, de pedras basálticas cuja forma deve-se à ação da natureza, apresentando uma base larga e o topo estreito.

Este monumento é emblemático, pelo que é mais um cartão de visita ao município, pois a sua forma aparenta “um homem montado à cavalo” que foi comparado a estátua de Marquês de Pombal em Lisboa.

O seu estado de conservação é bom e o acesso é relativamente fácil. Devido a sua riqueza geomorfológica, cénica e paisagística, serve de Habitat de algumas espécies endémicas (marmulano), fazendo com que este monumento seja natural e protegido.

Monte “Frado”

Este monumento geológico localiza-se a oeste da cidade de Achada Igreja, na zona de Picos Acima e, é de acesso relativamente fácil, pois ali se pode chegar percorrendo a estrada de penetração que liga a cidade de Assomada à zona de Picos Acima, passando pelo Junco.

Ao longo deste percurso tem-se a oportunidade de apreciar a sua altitude e abertura no seu topo que pode ser chamado de “porta do céu”. Estando de perto, tem-se uma vista panorâmica sobre a maior parte do leste do município, cujo destaque vai para imponência do Monte Gulilância e Pico de António.

Rocha Pomba de Sansão

Um monumento natural emblemático, localizado na zona de Leitão Grande, mais concretamente em Sansão, a Oeste de Achada Igreja. Dada a sua beleza paisagística e a função de habitat natural de algumas aves, nomeadamente os pombos, a Câmara Municipal assumiu este espaço como um monumento natural.

Estando na zona de Babosa, nas proximidades da Quinta “Vovó Joana” onde se passa apreciá-la de frente, aparenta ser um “um pombo” no fundo da ribeira a matar a sede de água”.

Ribeira de Laranjeira

Uma ribeira cuja cabeceira inicia no sopé do Maciço de Pico Antónia e estende até a zona de Quebrada.

Estando em Leitão Grande tem-se uma vista panorâmica de todo o Centro Histórico de Achada Igreja até ao Cutelo de Jalalo Ramos “Alto Soca”.

Como singularidade, destaca-se uma paisagem verde que cobre esta ribeira como o vale de Leitão com a viçosa plantação de Bananeira, Mangueira, Cana de Açúcar e outras fruteiras. É ali que terá oportunidade de apreciar uma das espécies endémicas, o Dragueiro, que outrora usava-se na tinturaria e alteração da cor da aguardente.

É também nesta Ribeira, concretamente em “Txã de Pinha” e Várzea que se encontra duas casas dos morgados, com traços arquitetónicos da época colonial, alguns em bom estado de conservação, que com uma simples reabilitação, podem ser transformadas em Casas de Campo”.

Na sua parte a montante, também verdejante faz-se a produção de aguardente e de hortícolas diversas, com destaques para legumes e frutas, graças às ressurgências ao pé do Maciço de Pico de Antónia. Faz parte desta paisagem as espécies endémicas, com destaque para Lingua de Vaca e Tortolho.

Poilão de Leitãozinho

Um monumento biológico emblemático, localizado a sudoeste da cidade de Achada Igreja, na zona de Leitãozinho e, é uma espécie endémica de Cabo Verde.

A sua singularidade deve à sua protuberância (altura, fisionomia do troco e da copa), destacando na zona e no município a nível da cobertura arborea. É um elemento identitário da zona, daí designada de “Polón” a localidade onde situa.

Atrativos Materiais

A Cidade de Achada Igreja

A cidade de Achada Igreja é um pequeno núcleo urbano, situado no interior da ilha de Santiago, em São Salvador do Mundo, sobre um planalto. Esta urbe, atualmente com estatuto de cidade, evoluiu de um simples povoado, antes habitada por alguns proprietários agrícolas e administradores da colonia, aquando da transferência da sede de Ribeira Grande Santiago para o concelho de Santa Catarina em 1834.

A cidade possui um centro histórico para onde se converge toda a sua dinâmica e onde estão localizados os edifícios históricos configurando uma paisagem com traços arquitetónicos simples da época colonial, marcando e testemunhando a influência da cultura portuguesa.

Alberga no seu seio uma bonita igreja e vários edifícios históricos, com destaque para o Sobrado de Nhô Joaquim Correia, Antiga Escola Grande que atualmente alberga a função de Centro de Saúde, Caso de Nhô Orlando Brito e um mercado antigo.

Cidade de Achada Igreja e o seu Centro Histórico

No centro histórico e nos seus arredores, no decorrer da sua reabilitação e dotação de equipamentos sociais coletivos, surgiram obras de paisagismo modernas com alguma harmonia, um histórico moderno e contemporâneo, que se passam a caraterizar:

Praça de Cruz de Portal

Um equipamento de lazer situado logo à entrada da cidade, na Zona do mesmo nome. De frente para via pública principal apresenta características modernas, dispõe de assentos, e uma cervejaria. A sua posição é estratégica, pois, desde que bem promovida e dispuser de atividades de entretenimento pode reter os visitantes ao município ou àqueles que passam por ali. Infelizmente não se encontra em funcionamento que lhe retira a sua função social e de lazer.

Polidesportivo e Fitness Parques de Achada Igreja

Um equipamento de lazer emblemático, situada em Achada Igreja, na localidade de Penedos. Ali, para além de acolher eventos ligados ao desporto, constitui um espaço ideal para realização do antigo baile conjunto, quer seja no âmbito da comemoração do Santo Padroeiro – São Salvador do Mundo - e nas festas de carácter municipal.

Este equipamento, no seu exterior dispõe de um fitness park, local ideal para realização de exercícios físicos ao ar livre.

Praça Digital de Achada Igreja

Localizada em pleno centro histórico é um equipamento social emblemático. Reabilitada nesses últimos tempos, recebeu alguns novos elementos, como um correto, em que no piso superior pode servir de espaço para realização de espetáculos musicais, teatro, entrega de prémios e no piso inferior dispõe de um serviço de bar.

Com características modernas, ali se possa aceder à Internet, razão pela qual se deu o mesmo nome. Apresenta a forma retangular e localiza-se próxima da Igreja matriz. A grande singularidade vai para o seu paisagismo, isto é, compõe-se de bancos simples, mas o destaque vai para uma grande árvore – o eucalipto - no seu centro que oferece conforto devido à sombra projetada e frescura que preserva.

Praceta de Cacheu

Este equipamento situa-se na localidade de Cachéu, terminal da rua principal da cidade. É uma praceta de forma circular, construída em 2007, com assentos e um arbusto centralizado. A sua edificação pode ser uma das metas da política paisagística municipal, assim deu a zona de Cachéu uma paisagem com caraterísticas específicas para descanso, mas é uma homenagem a um natural, professor e político: Carlos Alberto. Estando ali, o visitante terá oportunidade de contemplar o monumento natural, Monte Gulilância bem mais de perto, bem como uma casa senhorial com traços arquitetónicos portugueses bem conservados. É um espaço ideal apara descansar, depois de uma passeata nas ruas da cidade.

Fitness Park de Achada Leitão

É um equipamento de lazer situado a sudeste de Achada Igreja, logo à entrada de Achada Leitão. Enquadra nos tipos de equipamentos sociais coletivos, que se costuma chamar de parques de bairro, destinado à criação de espaços para lazer passivo (descanso, área de contemplação) e ativo (recreação e exercício físico ao ar livre), que serve para a comunidade local e visitantes.

Praça de Achada Leitão: Praça Capela e seu entorno

É mais uma obra na política paisagística municipal, situada em Achada Leitão, zona de expansão da cidade de Achada Igreja. Diferentemente das outras praças já analisadas, esta apresenta, para além de área de descanso e serviço de bar, uma cobertura/sombreiro, o que pode dar mais conforto em dias de sol abrasador aos usuários.

Barragem de Faveta

Esta obra técnica localiza-se a sudeste de Achada Igreja, na Zona de Faveta. É resultado das várias ações levadas a cabo pelo governo para o reordenamento da bacia hidrográfica dos Picos. A sua grandiosidade e volumetria de água que armazena cria uma paisagem atrativa por excelência, que outrora parecia roxo, hoje é verdejante graças a água que aumentou a humidade local, por conseguinte um maior crescimento da vegetação.

Realça a alteração da paisagem faunística (presença de garças brancas, que escolheram este espaço para nidificação noturna) do microclima ficou fresco, tudo resultante da localização desta obra. Estes aspetos somam-se para torná-la num atrativo de peso para implementação de turismo rural, segmento agroturismo.

Quinta Vovó Joana

É uma antiga casa senhorial a sudoeste de cidade de Achada Igreja, na zona de Babosa. Os seus traços arquitetónicos marcadamente portuguesa e todo o perímetro agropecuária a volta são aspetos que a transforma num património cultural singular.

Estando neste espaço, tem-se uma vista panorâmica de grande parte do montante da Ribeira de Laranjeira, destacando a cachoeira e vale verdejante dos Leitões.

Antiga residência de Quinquim Ribeiro e do Orlando de Brito

Situados nos arredores de achada igreja, essas casas pertenciam à grandes proprietários, possui seus traços arquitetónicos marcadamente portuguesa.

Festas de Romarias e Folclore

As festas de romarias no município têm um peso relativamente baixo, com maior destaque vai para festa de Nhô Senhor do Mundo, entre os meses de Abril e Maio (15 dias depois da Páscoa) e comemora-se em todo canto do município. Já se tornou uma prática realização do festival BTT, que reúnem grupos musicais e personalidades. Do lado sagrado realiza-se a tradicional missa e procissão na rua principal do município, com tradição de juiz de fiéis que vem para cumprir as promessas. Também pode-se marcar pela singularidade ligada à gastronomia, o artesanato, e principalmente a fabricação do” pano di terra”, cestaria e aguardente. Todas essas atividades animam os dias de festas o que fazem com que seja um atrativo cultural de peso.

Gastronomia

Um concelho onde as suas populações trabalham, sobretudo na agropecuária, produzindo os meios de sobrevivência, a gastronomia, quer para os munícipes ou para os visitantes será a base dessas “matérias-primas” daí provenientes.

É um concelho onde a criação de gado predomina, com destaque para os bovinos e caprinos que têm assumido um papel relevante. Deste modo, a gastronomia municipal para os dias de festa é à base de mistura de milho e seus derivados, e feijões. É nesse município que mais se comercializa os derivados do milho, “a famosa papa e cuscuz“ que se junta com leite de bovinos e caprinos, fazendo manter a tradição de Terra.

O feijão misturado com carne de porco, também constitui um traço gastronómico característico do município, sobretudo na comemoração de festas de romarias, casamentos, batizados.

Cabo Verde é um país insular caracterizado por uma orografia vulcânica e solos degradados pelas ações climáticas, pela erosão e práticas agrícolas. Com efeito, apenas um décimo da superfície do arquipélago é arável.

Exerce-se uma forte pressão demográfica sobre os poucos recursos existentes como a terra arável e água, provocando assim uma sobre-exploração da terra cultivável, das espécies da biodiversidade vegetal e animal.

Estes fatores de vulnerabilidade estrutural, enfrentados pelo país, nomeadamente a insularidade e a orografia, as secas crónicas repetidas, a falta de água e a fragilidade dos ecossistemas, afetam gravemente o seu desenvolvimento.

Município de Santa Cuz

O Concelho de Santa Cruz localiza-se na ilha de Santiago, no grupo de Sotavento, em Cabo Verde e tem 26.609 habitantes, segundo dados do INE de 2010.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

A então Vila de Pedra Badejo, sede do Concelho, agora Cidade, situada na Ilha de Santiago, mais concretamente no Concelho de Santa Cruz, nasceu como o resultado de um processo progressivo de fixação de pessoas de forma espontânea, atraídas pelo mar e vales férteis para a agricultura. Assim, começou a construção das primeiras casas que depois acabaram por ganhar corpo de Vila, fruto de atividades como a pesca, o pequeno comércio, a agricultura e as dinâmicas desenvolvidas até ao momento.

A sua urbanização começou em 1984 com a chegada dos técnicos Austríacos que deram início a reabilitação, da zona de triângulo (Largo da Igreja Católica de Pedra Badejo) e Cutelinho, que veria dar origem ao primeiro plano cadastral do interior de Santiago, e muito acarinhado saneamento participativo experiência trazida da reabilitação das favelas Brasileiras mudando as condições de habitabilidade e socioeconómico dos moradores.

Criação

O Município de santa Cruz foi criado pelo Decreto-Lei n.º 108/71, de 29 de Março, Santa Cruz onde começou a ganhar a sua autonomia, ascendendo o povoado de Pedra Badejo a categoria de Vila, com vista a promover o desenvolvimento de atividades que o crescimento populacional impunha e possibilitar às populações contactos rápidos com a sede do concelho (Sedeada na Vila de Pedra Badejo) onde os seus problemas podem ser resolvidos.

Em 2010 foi elevada à categoria de Cidade à luz do Artigo 9º da Lei Nº 77/VII/2010, de 23 de agosto e publicado no BO nº 32, Iª Série).

Localização geográfica

O Concelho de Santa Cruz fica situado na parte leste da Ilha de Santiago. Tem uma superfície de 109,8Km2, correspondendo a 11,75% da área total da ilha. É confrontado, a Norte, com o Município de S. Miguel, Oeste com os Municípios de Santa Catarina e Picos, Sudoeste, com o Município de S. Lourenço e a Sul, com o Município de S. Domingos. Encerra a sua fronteira pela orla marítima na zona este.

O Concelho de Santa Cruz está subdividido em três zonas administrativas: Zona Norte, Centro e Sul. Em cada Zona Administrativa existe uma sede – Delegação Municipal instalada – para aproximar os serviços da Câmara Municipal às comunidades locais, permitindo assim que estas se sintam melhor servidas.

População

De acordo com o Censo 2010 o Concelho de Santa Cruz possui cerca de 26.617 habitantes, correspondente a 9.7 % da população da Ilha de Santiago (com 274.044 hab) e 5.4 % do todo nacional, que atualmente conta com cerca de 491. 875 habitantes. Desses 26.617, 12.863 são do sexo masculino, correspondente a 48,3%, e 13.754 são do sexo feminino, correspondente a 51,7 %. De acordo com o meio de residência cerca de 9.345 efetivos residem no meio urbano (35,1%) e 17.246 vivem no meio rural (64.9 %).

A taxa de crescimento médio anual (TCMA %) da população do Concelho é de 0,5 %, abaixo da média nacional que é de 1,23 %. As zonas mais populosas são: A Cidade de Pedra Badejo e as Localidades de Achada Fazenda e Cancelo. Em relação ao tamanho do agregado familiar é de 4.6, um pouco acima da média nacional, que é de 4,2. Importa ainda destacar que de entre os chefes de agregado familiar 42.4% são do sexo masculino e 57,6 % são do sexo feminino.

Santa Cruz tem no sector primário a sua principal atividade económica. Com efeito, a agricultura e a pecuária bem como a pesca, esta particularmente na cidade de Pedra Badejo, são os principais absorvedores da mão-de-obra e produtores da riqueza municipal.

De forma progressiva o sector terciário, particularmente os serviços e a hotelaria e o turismo, começa a ganhar uma nova dinâmica de desenvolvimento, a par do sector do comércio.

O sector secundário, das indústrias extrativas, de mineração e de transformação não são muito significativos. Contudo, o sector da carpintaria e marcenaria apresenta alguma presença na cidade de Pedra Badejo.

Agricultura

No sector da Agricultura houve, nos últimos anos, importantes investimentos na modernização do sistema de rega, com a introdução de irrigação gota-a-gota, a hidroponia e sistemas de retenção e distribuição de água da chuva (barragens, cisternas e condutas de água). A par desses investimentos destacam-se a formação profissional no sector agropecuário, destinada sobretudo aos jovens do Concelho.

Pratica-se tanto a agricultura de regadio como de sequeiro. A agricultura de sequeiro é praticada nas zonas mais a montante do município, enquanto a agricultura de regadio temporário e permanente localiza-se nas zonas a jusante das ribeiras, nos vales profundos e zonas do litoral.

O município possui uma das maiores áreas de regadio do país, ocupando tradicionalmente as hortícolas. Santa Cruz destaca-se por possuir uma das maiores plantações de bananas do país, agora nas mãos da Associação dos Trabalhadores do Sector Agrícola de Justino Lopes (zonas de Aguada e de Monte Negro).

Em regime de sequeiro, cultiva-se essencialmente, o milho, os feijões e os tubérculos. A agricultura de regadio é praticada com maior expressão nas principais bacias hidrográficas do concelho (Ribeira Seca e Ribeira dos Picos). No regadio cultivam-se essencialmente hortícolas, fruteiras, raízes e tubérculos.

Pecuária

O Sector pecuário (criação de gado) constitui uma atividade complementar a de agricultura e tem tido grande importância na economia de Santa Cruz, é impossível falar de agricultura sem falar da pecuária. Os dois sectores estão interligados, não só pela complementaridade, mas também pela necessidade de consumo de carnes, ovos e outros proteicos. Grande percentagem da criação de gado existente é do tipo familiar.

Importa referir a introdução de raças melhoradas e a organização dos criadores em Cooperativa de forma a contribuírem para a dinamização da Economia local e nacional.

Indústria

A indústria é incipiente, e tal como acontece na maior parte do território nacional, é de pequena dimensão, existindo algumas unidades de cariz artesanal, ou de carpintaria, serralharia e mecânica, e de transformação de materiais para o setor de construção de habitações.

Comércio

Historicamente o comércio no Concelho não passava de feiras em dias certos onde se reuniam feirantes e populações para compra e venda de produtos. Os produtos manuais tinham grande ênfase no mercado, como por exemplo, os balaios de carriço ou cordas, as esteiras de ripas de folhas de bananeiras, etc. No mesmo espaço aproveitavam as famílias para expor e vender os produtos pecuários domésticos em pequena quantidade. Da mesma forma os produtos agrícolas se escoavam através deste tipo de comércio.

O segundo aspeto refere-se ao aparecimento dos minimercados no Concelho competindo concorrencialmente com outras práticas comerciais pouco formais. É um tipo de mercado formal que está a ganhar terreno com garantia de maior qualidade. Segundo o levantamento feito nas zonas administrativas, alguns estão instalados nos principais centros urbanos, havendo zonas com dois ou três em média. Este segundo aspeto saliente traz grandes vantagens para o Concelho na medida em que são garantidas a quantidade e a qualidade.

Pesca

A pesca artesanal representa a base de subsistência de muitas famílias dos arredores da vila de Pedra Badejo, nomeadamente de Achada Ponta, Monte Negro, Baía Curta, Areia Branca e Achada Laja. Nessas comunidades, as atividades económicas da pesca e da agricultura têm sido praticadas em paralelo. Devido às baixas capturas nessas localidades, muitos dos pescadores principalmente os de Achada Ponta e Pedra Badejo migram para as ilhas de Boavista e Maio onde existe um potencial haliêutico maior.

Santa Cruz apresenta condições naturais que poderão ser potencializadas para o desenvolvimento do Concelho, nomeadamente, as paisagens exóticas, a sua riqueza cultural, a gastronomia, o mar, a música: funaná, batuque, finason e tabanka.

Atrativos turísticos naturais

Os recursos naturais do concelho de Santa Cruz são bem visíveis ao longo da estrada principal, expondo uma grande diversidade de paisagens antrópicas e contrastantes. A flora e a fauna dos municípios de Santiago não variam muito, mas cada um apresenta suas características inerentes e no concelho em causa pode-se destacar a águia-pescadora (Pandion haliaetus), o Andorinhão (Apus alexandri), a tartaruga marinha (Caretta caretta), a Gestiba (Sarcostemma daltonii) e o Coqueiro (Cocos nucifera)

Monte Vigia

Fica localizado no lado norte da cidade de Pedra Badejo, na localidade de Achada Fátima. É um monte de fácil acesso e muito visitado devido à ampla vista sobre toda a cidade de Pedra Badejo e arredores que se consegue ter no cimo da cruz de ferro com 26 metros de altura.

Monte Bidela e Monte da Cruz

O primeiro fica localizado na extremidade sul do concelho enquanto o segundo entre os povoados de Achada Laje e Covão Sanches, e ambos apresentam um elevado interesse paisagístico e geológico, por isso a Câmara Municipal, no seu PDM propõe que sejam incluídos na Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) como monumentos naturais. São acedidos por trilhos normalmente usados por pastores.

Pedra Badejo

Fica num plateau na costa leste da ilha de Santiago, é a sede do município de Santa Cruz e a 3ª maior localidade no que tange ao número de habitantes na ilha. Ascendeu à categoria de vila no dia 2 de julho de 1973 e em 2010 a cidade.

Achada Igreja

Em tempos, ali existiu a primeira igreja Matriz do concelho em consagração ao padroeiro local – “Nhu Santiago Maior”. Presentemente deste ícone religioso-cultural, só restam vestígios da fachada da Igreja, rodeados de algumas sepulturas que indicam a existência de um cemitério.

 

Além das ruínas já referidas, pode-se visitar as duas lagoas naturais, Lagoa e Lagoinha, que existem no limiar da praia de areia negra e a própria praia.

Cancelo

Localizado na zona norte do concelho, o seu centro histórico é de interesse para visitas onde se pode observar o modo de vida local e edifícios de arquitetura tradicional. Apresenta potencialidades tanto para o desenvolvimento do agroturismo na propriedade conhecida como “Justino Lopes”, outrora uma grande produtora de alimentos que abastecia toda a ilha; como para o turismo balnear na praia de coqueiro.

Porto Madeira

Localizada no extremo sul do concelho, tem uma estrada de acesso a partir da estrada principal do concelho, antes de se chegar à localidade de Renque Purga na direção Praia – Santa Cruz.

Ribeira Seca

É a maior ribeira do concelho e, apesar do nome é muito verde, apresenta uma paisagem antrópica com culturas de regadio e sequeiro, onde já introduziram o sistema de rega gota-gota para maior rentabilização das terras e o aproveitamento das águas provenientes da barragem do Poilão.

Ribeira de Cumba

Da zona de Achada Ponta pode-se desfrutar da viçosa paisagem desta ribeira que é uma das encostas mais espetaculares do município de Santa Cruz, onde se pode observar algumas espécies da fauna e flora local, destacando-se pequenos grupos de macacos.

Ribeira dos Picos

Do alto da localidade de João Toro, usufrui-se de uma vista privilegiada da vasta e verdejante Ribeira dos Picos, com coqueiros e bananeiras a sobressaírem na paisagem.

É uma ribeira de fácil acesso e pela sua localização e caraterísticas ambientais, possui uma vasta gama de pássaros e plantas endémicas que constituem o seu forte atrativo turístico.

Lagoa e Lagoínha

Em algumas das desembocaduras das ribeiras formam-se alguns charcos temporais, por arrastamento de águas pluviais que se concentram em frente a barras de calhaus e areias, com vegetação caraterística e uma peculiar avifauna.

No concelho de Santa Cruz destacam-se dois charcos, Lagoa e Lagoínha, localizados nos arredores de Achada Igreja, ambos de fácil acesso a partir desta localidade, na desembocadura da Ribeira dos Picos e Ribeira Seca respetivamente.

Praia de Areia Grande

É a maior praia do concelho, com mais de 3 quilómetros de extensão, onde todos os anos se realiza o famoso festival de música de Areia Grande, bem como outras atividades culturais e desportivas. Localizada nas proximidades da estrada principal do concelho, encontra-se em bom estado de conservação, precisando, contudo, de mais intervenções principalmente a nível do saneamento.

Praia de Porto Fundo

Localizada atrás do Monte Vigia, na Ponta de Santa Cruz, é uma linda enseada de águas calmas que oferece uma bela paisagem natural ao visitante.

Praia de Mangue

Localizada na foz da Ribeira de Mangue, é uma praia com alguma dificuldade de acesso devido as condições da estrada.

Representa um dos pontos tradicionais de desova de tartarugas da espécie Caretta caretta na costa Este da ilha, o que lhe confere interesse para estudos científicos e observação desta e de outras espécies que a frequentam, mas também muito procurada por pessoas de outros concelhos para os seus programas de fins-de-semana. Ali se encontra os vestígios de um barco encalhado há muitos anos atrás de nome Agrillia, do Panamá.

Praia de Coqueiro

Fica nas proximidades de Cancelo, é considerada uma das mais belas praias de Santa Cruz e assemelha-se a uma paisagem lunar com pequenas crateras vulcânicas.

Orla Litoral Ponta Coqueiro a Ponta Ribeira Lage

Localizada entre as localidades de Cancelo, Covão Sanches e Achada Lage, é uma extensa área costeira com alto valor paisagístico e de fortes interesses científicos devido à fauna e flora deste tipo de paisagem, por isso o PDM local propõe a sua inclusão na RNAP de Cabo Verde como uma Reserva Natural Temporal Litoral. Fica a escassos metros da estrada que liga o concelho ao município vizinho de São Miguel.

Baía entre Areia Branca e Ponta do Salto

Nesta baía pode-se encontrar exemplares de corais, principalmente dos géneros Porites e Siderastrea, que pelo valor ecológico e paisagístico constituem fortes atrativos turísticos, resguardando criteriosamente os pilares de sustentabilidade para a preservação de um ambiente tão frágil.

A nível da cultura várias são as manifestações: desde batuco, tabanca, funaná e outras. Vários são os artistas em diferentes domínios; existe uma escola municipal de música. Em várias localidades existem grupos de batucadeiras. Há uma biblioteca municipal, um cinema que será transformado numa casa de cultura. De referir os grandes nomes da cultural de Santa Cruz e de Cabo Verde em geral, como Nha Nácia Gomes, kacthás, Sema Lope, Antão Barreto, etc.

A dinâmica da vida artística e cultural, o nível e capacidade, a oferta dos equipamentos culturais, o grau de qualidade/quantidade e o atrativo dos equipamentos culturais, bem como o número e diversidade de agentes artísticos e culturais são fatores indicativos do desenvolvimento social do município.

Atrativos Culturais Materiais

As construções religiosas constituem muito do espólio construído no concelho, com a Igreja Matriz, as várias capelas espalhadas pelas localidades, bem como as ruínas da primeira Igreja Matriz do concelho e seu cemitério.

Contudo, pode-se destacar ainda os centros populacionais com casas de arquitetura tradicional, os trapiches, as infraestruturas de apoio à pesca e a rede viária tradicional, como elementos do património edificado do concelho. Destes destacam-se os seguintes:

Ruínas da Igreja e do Cemitério de Achada Igreja.

Entre as construções de ordem religiosas contabilizam-se no concelho 13 edifícios de culto usados pelas respetivas comunidades, com maior realce para as ruínas daquela que foi outrora a Igreja Matriz, em homenagem ao padroeiro do concelho, São Tiago Maior.

Na localidade de Achada Igreja encontram-se as ruínas da referida igreja e algumas campas do seu cemitério que constituem motivos etnográficos fortes para a inclusão deste povoado nos roteiros de quem visita o concelho.

Largo Catchás

Rei do Funaná”, esta é a designação pela qual ficou conhecido o músico e compositor Carlos Alberto Martins - Catchás (1951-1988), fundador do conjunto Bulimundo, criador e impulsionador do movimento funaná.

Filho deste município, nasceu em Renque Purga e a casa onde vivia, de estilo tradicional, pode ser incluída no circuito dos turistas que visitam o concelho, como elemento de interesse turístico cultural, bem como as casas de outros artistas do concelho como “Nha Nácia Gomi”, rainha do “finaçon”, Sema Lopi, Antão Barreto, entre outros.

É a rua emblemática do centro histórico da cidade de Pedra Badejo porque era o maior ponto económico e social do concelho onde, até há uns anos atrás se podia observar o movimento de pessoas que desenvolvem diferentes atividades económicas do município.

Edifício Bulimundo

Edifício construído em 1960 para ser um hospital psiquiátrico, acabou por funcionar desde a criação do município como Paços do Concelho. Atualmente encontra-se em mau estado de conservação e com poucos setores camarários a funcionarem ali.

 

Devido á sua localização estratégica, contígua ao porto de Pedra Badejo, poderá ser aproveitado como uma unidade de alojamento, com sala de conferências e espaços de entretenimento ou ponto de encontro cultural para a população local e visitantes.

Falucho

Uma esplanada construída em forma de uma embarcação tipicamente mediterrânica com velas triangulares, mais precisamente um Falucho em homenagem a todos os que em tempos faziam a ligação do concelho e ilha de Santiago com as outras ilhas.

Fica localizada nas imediações do porto de Pedra Badejo que lhe confere uma majestosa vista sobre a baía de Santa Cruz, por isso é muito procurada pelos visitantes e pela população local, entretanto neste momento encontra-se fechada e em restauração.

Porto de Pedra Badejo

Já serviu em tempos passados para fazer a ligação marítima principalmente com a ilha do Maio, onde vivem várias pessoas oriundas do concelho de Santa Cruz. Com cheiro a mar e a peixe, os pescadores começam a chegar do mar de manhã e as peixeiras, concentradas no Porto, carregam os peixes em alguidares e saem a vender pelas ruas e no Mercado. É mais um ponto de interesse turístico onde os visitantes podem ver a faina das pessoas ligadas ao mar e comprar produtos do mar frescos na hora.

Trapiche

Engenho destinado a esmagar a cana-de-açúcar, mais frequente no meio rural e tradicionalmente movida a tração animal, geralmente bois, ao som de cantigas de canga boi para incitar o animal. Atualmente, os trapiches tradicionais vêm sendo aos poucos substituídos por trapiches motorizados. Inicialmente utilizava-se a força escrava.

A cana é moída e o seu suco, vulgarmente conhecido por calda, recolhido num recipiente para futuro tratamento. Deste produto produz-se o “grogue” - bebida alcoólica tradicional do país - através da destilação num alambique, bem como alguns derivados do grogue e o mel.

Património Cultural Imaterial

No que diz respeito ao património histórico-cultural imaterial destacam-se, como no resto do país, as festas religiosas ou de romarias, a música, a gastronomia, o artesanato, bem como algum modo de vida singular de grupos especiais, como os Rabelados, que constituem fortes elementos culturais para o desenvolvimento do turismo cultural

A 25 de julho comemora-se no concelho de Santa Cruz o dia do município e a festa do Santo padroeiro, São Tiago Maior ou “Nhu Santiago”. É uma das festas mais rijas do concelho onde se realizam todos os anos o festival de música da praia de Areia Grande, com presença de artistas de renome internacional, e ainda por esta ocasião organizam outras atividades como o concurso “Miss Santa Cruz”, concurso de vozes “Todo Santa Cruz Canta” bem como corridas de cavalos.

Festival "Um Concelho Três Ritmos"

Realizado na cidade de Pedra Badejo, é organizado anualmente no mês de março, por ocasião do aniversário do desaparecimento físico de Catchás, um dos artistas de renome na música cabo-verdiana e da criação do Concelho de Santa Cruz. São realizados vários espetáculos de Funaná, Batuco e de Tabanca, os três estilos que dão nome ao evento e atrai muitas pessoas de diferentes pontos do país bem como visitantes estrangeiros.

Rabelados

Grupo social que se isolou das outras comunidades na ilha de Santiago, com especificidades próprias que os diferencia dos restantes agregados sociais do país. Fazem parte de uma identidade de resistência às mudanças introduzidas na religião católica antes da década de 40 do século passado, constituindo-se em “os revelados”, os escolhidos de Cristo, cuja missão é a de preservar e revelar a palavra sagrada.

Têm um modo de vida própria e dificilmente se misturavam ou recebiam pessoas de fora da comunidade de Rabelados nas suas vilas, contudo, atualmente têm mostrado alguma abertura em algumas das suas comunidades.

No concelho existem comunidades de Rabelados em Achada Bel-Bel, que é acedido através da estrada de desencravamento a partir de Cancelo e Pó Encostado, a partir de Santa Cruz.

Gastronomia

Por ser um concelho com comunidades tanto do litoral como do interior, a sua gastronomia é muito baseada nos produtos do mar misturado com os das propriedades agrícolas, apresentando pratos como a caldeirada de peixe, “caçom” no forno, a cachupa, doçaria e licores a base de frutas da terra, como a manga, a banana, o coco, entre outras mais.

A morfologia de Santa Cruz caracteriza-se por um emaranhado de montes, ribeiras e achadas. As pequenas serras, por seu turno, vão-se aplanando, dando lugar aos planaltos, normalmente denominados de “Achadas”.

A partir do estudo de mapas e cartas geográficas do Concelho, é possível distinguir diversas áreas geomorfológicas de acordo com um maior ou menor predomínio das elevações. A zona de Saltos e outras são condicionantes a um certo tipo de clima e de atividades económicas propícias em cada região.

Município de São Filipe

O Concelho de São Filipe é um concelho/município, da ilha do Fogo, no grupo de Sotavento, em Cabo Verde, com 27.826 indivíduos, ou seja, cerca de 3/4 dos habitantes da ilha (hoje 2/4 dos terras da ilha).

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

A cidade de São Filipe corresponde a um núcleo urbano de aspecto compacto com  desenvolvimento em anfiteatro, numa pequena rechã sobre uma arriba vigorosa, no flanco sudoeste da ilha do Fogo. O crescimento da cidade foi muito condicionado pelos barrancos estreitos e vigorosos da Ribeira Trindade a Norte e da Ribeira de São João a Sul. O surgimento da cidade bem como o seu nome remontam aos primórdios do povoamento da ilha, entre os finais do século XV e inícios do século XVI. Recordamos que São Filipe também foi nome da ilha do Fogo, nos primeiros tempos do povoamento.

O Santo Padroeiro da ilha e da cidade era comemorado no dia 1º de Maio juntamente com São Tiago Menor, no calendário Juliano, data mantida na ilha do Fogo apesar da reforma gregoriana. A escolha do local para a instalação da cidade poderá ser associada ao abrigo aos ventos dominantes do NE, assegurada pela vigorosa arriba costeira, favorecendo a instalação do porto e, em paralelo, o lugar altaneiro as segurava a defesa de eventuais inimigos provenientes do mar. As correntes costeiras constituíram um grande problema, mas a situação foi há muito resolvida através da migração do ancoradouro entre a Praia de Nossa Senhora e Vale do Cavaleiros (ou “Barca-Baleeira” se gundo a designação popular). A arreigada tradição do culto mariano na náutica portuguesa e na denominação portuária na data do povoamento das ilhas deixa pistas de elevada probabilidade da praia de Nossa Senhora ser o porto inicial onde se faziam embarques de algodão e de cavalos para as trocas comerciais com a costa de Guiné, e por onde também entravam escravos que cuidavam do cultivo das terras e da criação do gado.

A decadência do comércio com a costa da Guiné durante o século XVII, como consequência da perda de importância na rota do comércio triangular, deixou a ilha do Fogo, assim como a vizinha ilha de Santiago, entregue à maior miséria. Entretanto, muitas das famílias ilustres da cidade da Ribeira Grande de Santiago já tinham migrado para a ilha do Fogo onde tinham fazendas.

Assim como a ilha de Santiago, até finais do século XIX o sistema de propriedade de terras em regime de morgadios e capelas manteve uma grande clivagem entre os brancos da terra (os terratenientes), os negros escravos e os negros alforriados, que viviam na dependência da classe dominante. Este cenário extremo, por vezes, era atenuado por uma classe de mulatos que viviam numa espécie de transição entre os terratenientes e os negros sem terra. Sendo um dos mais antigos núcleos urbanos do arquipélago, e o mais antigo que manteve a capitalidade sem interrupção, a malha urbana reflecte em tudo a sua origem no período escravocrata. O antigo centro

histórico apresenta a cidade dos sobrados, “Bila Baixo”, antiga residência da classe dominante de terratenientes e ilustres comerciantes e administradores, a Igreja Matriz, casa da Câmara Municipal e a praça. Os bairros dos pobres, mulatos e negros desenvolvem na zona alta e periféricas e com o tempo atravessam as ribeiras da Trindade e de São João pela Achada de São Filipe onde estão os cemitérios também separados (em cemitério de brancos e cemitério de pretos).
Criação

São Filipe foi elevada à categoria de cidade pelo Conselho Legislativo Colonial em 1922 (B.O. nº28 de 1922), mas o seu crescimento foi muito lento durante o século XX, mantendo sobretudo as funções de centro de administração, porto de entrada e saída de produtos da ilha, local de trocas comerciais, numa ilha dominada pela agricultura e ruralidade.

Em 1954, Orlando Ribeiro (pag.160) descrevia a cidade de São Filipe como “uma pequena e tranquila vilória de 2000 habitantes, meia dúzia de casas comerciais, alguns largos para onde deitam as varandas dos melhores sobrados, a praça da Câmara Municipal, edifício sem estilo mas com dignidade, onde está o coreto para a música, igreja aberta para um adro espaçoso, hospital, mercado, uma miniatura de jardim debruçada sobre a arriba em frente da silhueta, ao mesmo tempo grácil e austera, da ilha Brava, sede de administração, aí vivem também as pessoas principais da ilha”.

 Localização Geográfica

O município de São Filipe situa-se na parte sul da ilha do Fogo e localiza-se no sul do arquipélago de Cabo Verde. Fogo faz parte do grupo das ilhas de Sotavento conjuntamente com as de Santiago, Maio e Brava. Situa-se a 60 milhas marítimas da Cidade da Praia, o que corresponde a 25 minutos de voo e a 9 milhas da Ilha Brava.

O município de São Filipe tem uma área de 391 Km2, o que corresponde a mais de ¾ dos 476 Km2 da área total da Ilha, correspondente a 9% da área total de Cabo Verde.

População 

De acordo com o Censo de 2010, a população do concelho de São Filipe era 22.248 sendo 36,6% urbano e 63,4% rural, um baixa urbanização considerando que, na mesma data, 61,8% da população do país era urbana.

Segundo os dados do Censo de 2010 a população activa no Concelho de São Filipe era de 7318 indivíduos (54,4%). Havia 698 desempregados, 6726 inactivos e uma taxa de desemprego de 8,7%, valor inferior à taxa nacional que era de 10,7%. Na vivência quotidiana manifesta-se uma elevada desocupação dos jovens. Na conversa informal persiste a ideia de um desemprego generalizado na camada juvenil.

Em 2017 a população de S. Filipe era de 20.852 sendo 48,6% Mulheres e 51.4% Homens.

Sendo um concelho rural, mais de 70% da população vive no campo dependendo da agricultura e pecuária e dos trabalhos públicos. Uma parte significativa da população encontra-se emigrada nos Estados Unidos, Portugal e Angola, contribuindo assim para o desenvolvimento do município.

Das actividades económicas existentes no município, destacamos a agricultura, incluindo silvicultura e pecuária, ocupando 38,6% da população residente.

A cidade de São Filipe constitui o principal centro urbano da ilha do Fogo, nó de ligação com as outras ilhas do país, porto e aeroporto de entrada e saída de pessoas e bens. Maior centro comercial, sede de agências bancárias, agências de viagens, área de negócios, animação e alojamento, sede do Hospital Regional da ilha, do Comando Regional da Policia Nacional das ilhas do Fogo e Brava e da maior parte do comércio a grosso, no quadro funcional a verdadeira capital das duas ilhas.

Nesta perspectiva, S. Filipe é o maior centro de convergência migratória dos que abandonam o campo na mira de encontrar alternativa à vida rural. Registe-se, no entanto, que os que abandonam as terras rurais na ilha do Fogo migram em grande parte para a vizinha ilha de Santiago. A actividade económica dominante na cidade é o comércio e serviços, lugar de troca e abastecimento por excelência da ilha, com grande peso do sector informal. A agricultura e a pecuária desempenham um papel determinante no Concelho que, como vimos antes, tem mais população rural do que urbana.

Agricultura

Dominam as explorações familiares, e grande parte da produção agrícola é destinada ao consumo doméstico, sobretudo a produção do milho e feijões. As legumi¬nosas, o amendoim, as frutas e os tubérculos5 são com¬ercializados nos anos excedentários e uma parcela con¬siderável é exportada para a ilha de Santiago através de rabidantes.

Recentemente, com a adopção de novos sistemas de rega (nomeadamente gota- a -gota), muitas famílias dos arre¬dores da cidade exploram pequenas hortas e pomares para autoconsumo e para venda no mercado local.

Os maiores constrangimentos do sector agrícola estão ligados à seca e a aleatoriedade das precipitações. No último quartel do século XX, o crescimento da popu¬lação teve efeito na elevação do peso demográfico sobre a terra arável com o consequente abandono do campo pela população jovem.

A viticultura e a fruticultura têm melhorado considerav¬elmente nos últimos anos e possuem consideráveis po¬tencialidades de exportação para outras ilhas e para o exterior do País.

Pecuária

à pecuária, que é tida como complemento da agricultura, à semelhança das outras ilhas agrícolas. Assim, os criadores são também agricultores que na época das chuvas exercem as duas actividades e na época seca cuidam dos animais. Ligado à pecuária está a fabricação de queijo e da manteiga, cuja produção em¬bora feita de forma tradicional, é vendida no mercado local e exportada para a ilha de Santiago. No perímetro urbano, a pecuária aparece sobretudo nos bairros infor¬mais com domínio para os suínos, caprinos e aves.

O principal porto de pescas é o Vale dos Cavaleiros, mas existem outras gamboas de arrasto como a praia de Nossa Senhora e Boqueirão.

As principais espécies capturadas são: Garoupa, serra, atum, cavala, chicharro, forcado, badejo e mariscos, sobretudo a lagosta. A população de Beltchés e Fonte Aleixo se dedica à pesca, seguindo uma tradição anti¬ga dos moradores desta área da cidade. A produção da pesca artesanal é destinada sobretudo para o consumo local.

Comércio

Na cidade de São Filipe, a actividade comercial abrange tanto o comércio a grosso como a retalho e o sector in¬formal. O comércio a grosso beneficia da proximidade do principal porto de entrada da ilha e presta serviço a toda a ilha do Fogo. Em relação ao sector informal há uma grande ligação à diáspora residente nos Estados Unidos da América que fornece roupas usadas, produtos cosméticos, electrodomésticos, têxteis, calçados e bugi¬gangas diversas passando por medicamentos e comida enlatada.

A cidade é servida por muitas lojas de venda a grosso, minimercados, supermercado e um mercado municipal. Há, portanto, uma troca intensa entre a cidade de São Filipe e as outras cidades da ilha assim como para o resto da ilha.

Pesca

O principal porto de pescas é o Vale dos Cavaleiros, mas existem outras gamboas de arrasto como a praia de Nossa Senhora e Boqueirão. As potencialidades dos recursos haliêuticos foram estimados entre 4.800 a 5.500 toneladas/ano, mas considerando os meios técnicos de fraca eficiência, a média de captura ronda as 400 toneladas/ ano (menos de 10 por cento). Os 370 pescadores profissionais utilizam embarcações de boca aberta de menos de seis metros de cumprimento (botes).

As principais espécies capturadas são: Garoupa, serra, atum, cavala, chicharro, forcado, badejo e mariscos, sobretudo a lagosta. A população de Beltchés e Fonte Aleixo se dedica à pesca, seguindo uma tradição antiga dos moradores desta área da cidade. A produção da pesca artesanal é destinada sobretudo para o consumo local.(Perfil Urbano de São Filipe).

A cidade de São Filipe, assim como toda ilha do Fogo, possui grandes potencialidades no turismo tanto interno como internacional. O vulcão e a Chã-das-Caldeiras constituem o principal património natural que é dis¬putado por todos os concelhos da ilha, mas São Filipe tem a vantagem de ter a porta de entrada no aeroporto e porto e ainda de possuir as melhores condições de alojamento e alimentação dos hóspedes.

As festas de São Filipe a 1º de Maio constituem um dos grandes atractivos turísticos da ilha, como vinda de muitos emigrantes do exterior. Movimenta, sobretudo, o turismo interno, com um grande fluxo proveniente da ilha de Santiago que chega a saturar a capacidade de transporte e de alojamento da cidade.

Algumas rotas de paquetes têm escalado o porto de São Filipe na expectativa de visita ao vulcão da ilha que, aliás, constitui local de visita regular por parte de turistas residentes na ilha do Sal e da Boa Vista que, para o efeito, fazem voos de cabotagem através da Cabo Verde Express.

O turismo poderá ser melhorado substancialmente com a qualificação de acessos e alojamentos, bem como a promoção de atividades de animação. Muitos dos anti¬gos sobrados foram transformados em residenciais e restaurantes, albergando turistas tanto estrangeiros como nacionais.

Atrativos Turísticos Naturais

Praia de Fonte Vila 

A praia de Fonte Vila situa-se a sul do município de S.Filipe, entre o Porto de Vale dos Cavaleiros e a Falésia onde se localiza o Cemitério dos “Brancos”. É uma praia de areia preta, aberta com perfil longitudinal e de água límpida e cristalina que, apesar de se apresentar em bom estado de conservação, tende a degradar-se devido à extração de areia e acumulação de resídios sólidos. Estando a sul da cidade de S. Filipe, mais concretamente na praça do Presídio, pode avistar-se e aceder à praia de Fonte Vila pelo trilho que desce a encosta até ao mar.

Salina

A Salina localiza-se no noroeste do litoral do município de S. Filipe, mais concretamente, nas proximidades de São Jorge. É um monumento geológico fortemente esculturado pelo efeito da erosão marinha ao longo dos tempos, apresentando formas diversas (piscina natural, galerias e grutas). Estas esculturas geológicas encontram-se bem conservadas e apresentam uma certa harmonia entre os seus elementos.

Partindo da cidade de S. Filipe para oeste e em direção a norte, depois de atravessar vários povoados até S. Jorge, avista-se a ponta da Salina. Desviando-se para a direita, numa estrada secundária, chega-se à Salina que está na Fôz da ribeira de S. Jorge. Ali encontram-se alguns botes de pesca e casas de pescadores de uso temporário. Comemora-se nesta localidade a festa de 18 de Maio, cujo ponto alto culmina com a cerimónia de batismo, corrida de botes, natação e o festival musical. Este local, dadas as suas características naturais, possui potencial para turismo balnear e de eventos.

Gruta de Inhuco

A Gruta de Inhuco é um monumento natural localizado no sudoeste de S. Filipe. Este atrativo resultou da ação da natureza, e como todas as outras grutas pode ser utilizado para atividade ligadas ao espeleoturismo.

Falésia de N. S. Socorro

A Falésia de N. Sª de Socorro situa-se no sudeste da cidade de S. Filipe, mais concretamente, na Ponta de Nª Sª de Socorro. Trata-se de um património geológico a pique, e na sua base podem observar-se várias reentrâncias, dando-lhe uma configuração muito própria e apelativa. O seu aspeto geomorfológico e o contorno da base podem despertar interesse, sobretudo, para quem aprecia paisagens.

Gruta e Ribeira do Inferno

A Gruta e Ribeira do Inferno localizam-se a noroeste do município de São Filipe, nas proximidades da Campana de Cima, confluindo com a Ribeira de Banana que desagua no Oceano Atlântico. É uma Ribeira estreita, extensa e profunda cuja vertente se encontra coberta de espécies vegetais endémicas, com destaque para o tortolho. No topo encontra-se uma gruta que desperta curiosidade e interesse dos visitantes que por ali passam, mesmo que seja só para uma fotografia.

Essas características transformam-na numa paisagem atrativa para contemplação.

Atrativos Materiais
Centro histórico da cidade de São Filipe
A cidade de S. Filipe, localiza-se a sudoeste da ilha do Fogo e faz parte integrante do município de S. Filipe. Esta urbe encontra-se numa arriba a 50-70 metros do nível médio das águas do mar, mais concretamente da Praia de Fonte Vila.
A antiga vila de S. Filipe ganhou o estatuto de cidade em 1922, tendo-se afirmado como centro administrativo e histórico da ilha e mais tarde do município. Esta cidade é marcada por sobrados antigos, Largos, Praças e Pracetas, Igreja, Forte de Nha Carlota, Cemitério dos Brancos, Museu, Casa da Bandeira, Mercado Municipal, Fontanário Água Dinha, Cruz de Passo/Escupira e Bustos. São monumentos que pela sua arquitetura, história, memória, função atual e estado de conservação têm valência turística.
Sobrados
São construções de dois pisos, com características arquitetónicas diversas, como beirais de telhado, pátio interno, varandas exteriores, ornamentados na parte interna com azulejos, edificadas entre a segunda metade do século XIX e início do século XX, que marcam a arquitetura e o poderio da época colonial.
Dado o número de Sobrados existentes, a cidade de S. Filipe é vulgarmente chamada de “ cidade dos Sobrados”. São edifícios que pela sua arquitetura, estado de conservação e valor histórico despertam interesse e curiosidade dos visitantes, o que demonstra a sua valência turística. O traçado longitudinal das ruas facilita de certo modo, o acesso e a apreciação dos Sobrados, não obstante a ausência de sinalética.
Largos, Praças e Pracetas
A cidade de S. Filipe possui várias Praças, Largos e Pracetas: Alto S. Pedro, Largo do Padrão, Largo de Cruz dos Passos, Praceta Sacramento Monteiro, Praça Presídio e Praça João Pais. A maioria é de perfil longitudinal, com pouca área verde, característicos das praças para receber esculturas ou para destacar edifícios com valor histórico. As Praças, os Largos e as Pracetas constituem espaços de lazer e recreio, realização de eventos, homenagem a personalidades ilustres e receção de bustos.
No alto de S. Pedro encontra-se a Praça do mesmo nome onde se realiza a prova de habilidade, a “cavalhadas” ou seja, corrida de cavalo, no âmbito da comemoração da festa de Nhô S. Filipe.
Também serve de espaço de lazer e cerimónia de entrega de troféus.
Largo e Praça Alto São Pedro
No Largo Presídio encontra-se a praça de Presídio, designada assim, por ter ali existido uma prisão, chama de Presídio. É nesta praça que se ergueu o busto de Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto, antigo Governador-Geral da colónia. Este espaço funciona como miradouro e local para a realização de eventos. Possui uma vista panorâmica para o mar onde se avista todo o canal que separa as ilhas do Fogo e da Brava e os ilhéus de Rombo.
Largo, Praça Presídio
Ao lado da Praça Presídio, encontra-se a Praça “Meia Laranja” onde se ergueu o busto de Pedro Cardoso, um poeta de referência na literatura cabo-verdiana. Para além da sua função social, esta praça aliada à imagem de Pedro Cardoso, poderá constituir um sítio literário com potencial para o turismo cultural, na sua vertente literária.
Praceta “Meia Laranja”
A Praça do Presidente encontra-se localizada no centro da cidade, à frente do Edifício da Câmara Municipal de S. Filipe. Com características típicas das praças de transição, serve de anteparo entre o edifício da Câmara, movimento de pessoas e tráfico. Assim como as outras praças, possui áreas de descanso e jardim, constituindo um espaço de lazer. É um espaço de fácil acesso que se encontra em bom estado de conservação.
Praça Presidente
Igreja de Nhô  S. Filipe
É um património religioso situado no centro da cidade, com arquitetura colonial que data de finais do séc. XIX. Assim como os outros monumentos históricos da cidade, a igreja de Nhô S. Filipe, enquanto espaço de culto, pelo seu aspeto arquitetónico e simbolismo, associada à festa padroeira e à imagem Santuária deste município pode constituir um atrativo turístico.
A festa de Bandeira que se comemora no dia 1 de maio antecedida de um conjunto de atividades ligadas à gastronomia, eventos desportivos como a cavalhada e a passeata pelas ruas da cidade atrai visitantes nacionais e internacionais.
Capela de N. S. Socorro
Localiza-se a este do município de S. Filipe, sobre a falésia Ponta de Nª Sª do  Socorro e a aproximadamente 10 quilómetros da cidade. Nesta capela festeja-se o Santo padroeiro dos viajantes e dos náufragos no dia 13 de outubro.
Trata-se de uma Capela construída em meados do séc. XIX com vista panorâmica para o mar. Segundo informações recolhidas no local, a construção desta Capela está associada a uma lenda.
Segundo informações, os fiéis católicos realizam anualmente peregrinações a este local, no dia em que se celebra a missa e procissão em honra da Santa padroeira, em que os fiéis aproveitam para cumprir a sua promessa à Santa. A sua localização, arquitetura e atividade religiosa, torna este local um sítio atrativo com valência para integrar roteiros associados ao turismo religioso.
Fortim Carlota
É um património construído em homenagem à Rainha Carlota Joaquina, entre os finais do séc. XVII e início do Século XVIII, que se situa a sul da cidade de S. Filipe sobre uma falésia. Teve várias funções, entre as quais a defesa da cidade contra os inimigos. Mais tarde veio a funcionar como Posto Policial, hospital e cadeia civil. Este edifício apresenta-se em avançado estado de degradação, apesar de conservar alguns traços arquitetónicos com potencial turístico.
Atractivos Naturais Imaterial

Festa de Banderona
A festa das bandeiras é uma festa tradicional da ilha do Fogo onde se festejam as célebres cavalhadas de S. Sebastião, S. Filipe, S. João e S. Pedro. É uma festa em homenagem aos quatro santos que se comemora nos dias de São João Baptista (24 de Junho), São Pedro e São Paulo (29 de Junho), São Sebastião (20 de Janeiro) e São Filipe (1 de Maio). Trata-se de uma manifestação popular herdada da época colonial que reflecte a estrutura social da ilha do Fogo.
Para os foguenses, Bandeira é uma festa em homenagem a um santo de grande aceitação popular que tenha como símbolo uma bandeira e que resulta do contacto cultural entre o branco europeu e o negro africano. É uma festa onde o sagrado e o profano se misturam, embora seja uma festa religiosa por excelência.
A festa de “Banderona” em particular varia em função do Carnaval e se comemora na localidade de Campanas. Inicia-se no dia 31 de janeiro e termina na véspera do Carnaval. São praticamente 24 dias de convívio, com comidas, bebidas e rituais diversos.
Trata-se de uma festa mista, com atividades religiosas, em honra de S. João Batista, e profanas em que se realizam eventos culturais. Do lado religioso reza-se a missa, com procissão em honra do Santo, e do profano faz-se matança de animais na casa do festeiro, acompanhado de rituais como o rufar dos tambores, Cânticos das coladeiras, entre outras.
Esta festa tem como figura principal, uma espécie de governador que é o responsável máximo da organização, popularmente conhecida por “cordidjeuru”. É uma festa que atrai não só pessoas de diferentes localidades da ilha, mas também, das outras ilhas, diáspora e estrangeiros. Muitos fiéis deslocam-se em peregrinação a Campana, a fim de pagarem promessa e fazer devoção a São João Batista. A festa de Bandeirona, pela sua natureza, tem potencial para o turismo cultural e religioso.
Festa de São Filipe
É uma festa da Cidade de S. Filipe que se comemora no dia 1º de Maio cuja escolha do comité organizativo da festa passou a ser da responsabilidade Câmara Municipal. Por ser uma festa muito próxima da esfera política, é comemorada com muita euforia.
À semelhança das outras festas, as actividades começam três dias antes do dia do santo com o Pilão e foguetes na praça. O programa da festa é bastante diversificado, inicia-se com música e rufar dos tambores, percurso a cavalo pelas ruas da cidade, depois reza-se a missa na igreja, com procissão e no final, culmina com o grande almoço dos cavaleiros e demais convidados na casa do festeiro. Por fim, à noite realiza-se os bailes populares que encerram a festa.
A festa de S. Filipe ganhou contorno de tal modo que hoje é considerada a festa por excelência da ilha do Fogo e com maior projecção. Esta festa tem contribuído fortemente para mobilizar e dinamizar o turismo interno. As actividades de lazer e animação, o movimento dos restaurantes, bares, pensões e hotéis marcam esta festa.
Cemitério dos Brancos
O Cemitério dos “Brancos”fica situado sobre uma falésia, a sudeste de S. Filipe. É de fácil acesso, e pode-se ali chegar a pé ou de carro a partir do centro histórico. Tem uma particularidade por ser um Cemitério onde se enterravam sobretudo, as pessoas pertencentes à elite urbana de S. Filipe, o que testemunha a estratificação da sociedade foguense na época. Funciona como uma sepultura memorial que simboliza o poderio dos “Brancos”. Este Cemitério encontra-se em bom estado de conservação devido ao último restauro efetuado pelas entidades públicas. Constitui um outro elemento patrimonial que integra o centro histórico e que pode ser aproveitado para o roteiro turístico cultural.
Museu Municipal
O Museu Municipal está instalado na cidade de S. Filipe, no antigo sobrado, pertencente à família Francisco Sacramento Monteiro. É um edifício que, pela sua arquitetura colonial, retrata as particularidades dos sobrados que caracterizam o centro histórico da cidade e encontra-se em bom estado de conservação.
Este museu constitui um atrativo que permite aos visitantes conhecer e “reviver” o passado histórico da ilha e da cidade, devido aos espólios ali existentes e à sua estrutura funcional.
Casa da Memoria
À semelhança do Museu Municipal, a Casa da Memória é um edifício histórico que, também pela sua arquitetura e função atual (exposição permanente de mobiliários e outros objetos), constitui um atrativo turístico que convida os visitantes a conhecer e a “reviver” a história local. Ali se realizam conferências, projeção de documentários e filmes e funciona também como biblioteca.
É um espaço de iniciativa privada que contém espólios de diferentes períodos da formação social da ilha.
Aguadinha
Situa-se no alto da cidade de S. Filipe e tem uma vista panorâmica para o mar, com aspeto de uma moradia. É um reservatório de água inaugurado em 1914, a partir do qual se fazia a distribuição de água para as diferentes localidades da cidade. Inicialmente recebia água de Chã das Caldeiras e mais tarde, da Praia Ladrão em virtude da escasssez de água nos anos 40, periodo do reinado do Governador de Cabo Verde, João de Figueiredo.
Trata-se de um edíficio que se encontra ainda em bom estado de conservação e está em harmonia com a paisagem urbana.
À volta deste edificio encontra-se um jardim, busto e um fitness park, servindo como um  espaço de lazer. É de fácil acesso e dada a sua localização, pode servir como um miradouro, dado que a partir dali pode avistar-se toda a cidade e a ilha Brava.
Adega de Monte Barro
Encontra-se localizada a norte da cidade de S. Filipe, concretamente em Monte Barro. É de fácil acesso, por se situar na proximidade da estrada nacional que liga a cidade de S. Filipe e Chã das Caldeiras.
Trata-se de uma empresa agrícola de produção e transformação de uvas em vinho. A produção é colocada tanto no mercado local como internacional. Neste local, o visitante pode apreciar o processo produtivo, visitar a adega, degustar o vinho e fazer a sua aquisição. Estas atividades constituem um “nicho” específico de turismo cultural, na sua vertente enoturismo.
Rua Pedonal Nha Aleluia
A Rua Pedonal situa-se no leito de uma ribeira a sudeste da cidade de S. Filipe. Nesta Ribeira foi feita obra de drenagem pluvial e ao mesmo tempo aproveitou-se a superfície impermeabilizada para a dotar de infraestruturas de acessibilidade e feiras. Nesta rua o visitante pode passear, contemplar paisagem e adquirir alguns “souvenirs”. É um espaço aprazível que se encontra em bom estado de conservação e que pode ser utilizado para eventos de cariz cultural.

A cidade de São Filipe está inserida numa ilha com vulcanismo activo, embora o vulcão esteja longe do perímetro urbano. Os riscos são iminentes no quadro de erupção vulcânica, pela manifestação de abalos sísmicos e a necessidade de socorrer os sinistrados. No concelho existe um serviço de vigilância sismológica e vulcanológica que faz a monitorização da actividade vulcânica como os microssismos e a circulação do magma. No entanto a gestão dos riscos vulcânicos está assegurada pelo Serviço Nacional de Protecção Civil e tem uma abrangência nacional.

Outro risco potencial é a seca que no passado terá dizimado milhares de pessoas. O acompanhamento da seca é feito de forma sistémica por vários serviços centrais do Governo abrangendo a Segurança Civil, a Agência de Segurança Alimentar, o Ministério da Agricultura e o Ministério de Saúde. No período recente os casos de seca foram mitigados através de programas de emergência com a criação de postos de trabalhos para socorrer os camponeses atingidos, distribuição de água por autotanques, etc.

Há a possibilidade de ocorrência de inundações por ocasião de chuvas torrenciais e passagem de ciclones, mas em regra na cidade de São Filipe não se desenvolvem construções urbanas em zonas sujeitas a deslizamento de terras e arrombamentos, nem em áreas inundáveis. No entanto, algumas casas, sobretudo na parte alta da cidade, e alguns equipamentos públicos têm sido instalados muito próximos das linhas de água proveniente da serra. A forte inclinação da ilha e o carácter torrencial das chuvas poderá causar a inundação dessas casas mal instaladas.

Poderá haver riscos potenciais de destruição causados por ventos tempestuosos na passagem de ciclones que são raros, mas imprevisíveis.

Um risco presente são as pragas e as epidemias, sendo que as últimas pragas de grande envergadura registadas em Cabo Verde estão associadas à invasão do gafanhoto do deserto (Schistocerca gregaria) e que constitui um perigo sobretudo para agricultura se a invasão coincidir com a estação das chuvas. A cidade de São Filipe é vulnerável a epidemias associadas à gestão das águas como a cólera, dengue, tifóide, etc. A última epidemia da dengue teve elevada incidência e persistência na cidade. No passado foi vítima de epidemias com efeitos calamitosos até meados do seculo XX. A gestão e o abastecimento de água constituem pontos-chave para a segurança sanitária da ilha e da cidade ( Perfil Urbano de S. Filipe).

Município de São Lourenço dos Órgãos

São Lourenço dos Órgãos é um concelho de Cabo Verde, na ilha de Santiago.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

Criação

Nesse território municipal se situa um dos mais antigos assentamentos humanos do interior da ilha, atraídos pelas dificuldades de acesso nos tempos da escravatura, pelo micro-clima e pelas fortes potencialidades agrícolas da região. A paróquia de São Lourenço dos Órgãos é conterrânea da própria diocese de Santiago de Cabo Verde, criada na primeira metade do Século XVI (em 1533). Da interação entre a prática da agricultura e a construção de habitações e instalações de apoio à atividade económica, a configuração atual do ambiente urbano/rural do Município foi ganhando corpo de forma espontânea, até à adoção, no dia 30 de novembro de 2011, do seu Plano Diretor Municipal (PDM).

Historicamente, a sua evolução esteve muito ligado ao processo da divisão administrativa e religiosa da ilha. Em termos administrativos, a freguesia de São Lourenço esteve sob a jurisdição do concelho da Praia. Posteriormente, passou-se a integrar o concelho de Santa Cruz e, a 9 de maio de 2005 foi criado o concelho de São Lourenço, gerido inicialmente por uma Comissão Instaladora, com apenas uma freguesia, denominada freguesia de São Lourenço dos Órgãos. O Município passou a funcionar na sua plenitude em 2008, com a eleição dos Órgãos de gestão (Inventário dos Recursos Turísticos).

Localização geográfica

O Município de São Lourenço dos Órgãos localiza-se no centro da ilha de Santiago e faz fronteira com os municípios de São Salvador do Mundo a Norte, São Domingos a Sul, Santa Cruz a Este e Ribeira Grande de Santiago a Oeste. Este município fica no interior da ilha de Santiago e não tem orla costeira. Em termos de área, ocupa uma superfície de 39,5 Km2, o que representa cerca de 4 % da área total da Ilha de Santiago e 1 % do território nacional.

No que diz respeito à morfologia, é um município montanhoso e de vales profundos. O ponto mais alto é o Pico de Antónia, com cerca de 1392m de altitude donde nascem as ribeiras de Longueira, Covoada e Pico de Antónia que são afluentes do vale da Ribeira Seca. Destacam-se ainda várias montanhas, Serras e cornijas, entre os quais, o monte de João Teves e de Montanha.

De um modo geral, as vertentes apresentam declives bastante acentuados e vales encaixados. Do ponto de vista climático, a maior parte do território municipal pertence aos andares húmidos e sub-húmidos. No que diz respeito à vegetação destaca-se o Perímetro Florestal de São Jorge, com várias espécies de árvores, arbustos e herbáceas, sendo algumas introduzidas e outras endémicas. Na localidade de São Jorge destaca-se ainda o único jardim botânico do país, rodeado de uma paisagem exuberante. A relativa abundância de vegetação explica a existência de uma importante comunidade de avifauna nesta região onde se destaca a Garça Vermelha, endémica da ilha de Santiago.

População

A nível populacional, de acordo com o CENSO 2010 dos 7.388 habitantes do Concelho, 48,3% são do sexo masculino e 51,7% são do sexo feminino, com uma densidade de 200 hab./Km2, com cerca de 77% a residir no meio rural e 23% no meio urbano. Portanto, trata-se de um município de interior, marcada pela ruralidade. São Lourenço é um Município jovem cuja idade média oscila à volta dos 27,9 anos. Cerca de 58% da população tem menos de 25 anos e 33% tem menos de 15 anos. Entre 15 e 64 anos são 57,5% e com mais de 65 anos são apenas 9,5% (Inventário dos Recursos Turísticos).

Segundo os dados do INE em 2017 a população era de 7.078 mil habitantes entre as quais 49,7% Mulheres e 50,3 % Homens.

São Lourenço é um município essencialmente rural cuja atividade económica principal gira em torno da agricultura e da pecuária. São duas atividades económicas expressivas no concelho, sendo de carácter tradicional, pese embora, o esforço da sua modernização, no caso da agricultura de regadio, com a construção da barragem e centro de transformação de produtos agroalimentares. Existem no centro da cidade de João Teves, os serviços administrativos e algumas atividades ligadas aos serviços de bares/restauração.

Sendo um município rural, tem como uma das grandes oportunidades, a principal estrada nacional que o atravessa em toda a extensão.

O município conta, ainda, com importantes pontos potenciais de atração de atividades económicas e do turismo, como a barragem de Poilon (agricultura, pecuária, comércio e turismo) e o Pico de Antónia (turismo de Montanha), a maior elevação da Ilha de Santiago, a terceira maior elevação do País, o perímetro florestal e o Jardim Botânico de São Jorge (Turismo ecológico e de montanha), pontos esse que pode atrair grandes investimentos para a região nas áreas de turismos e comércio.

Agricultura

Com ênfase no estudo do último QUIBB, as terras cultiváveis correspondem a 53% do território regional, apenas 10% destinam-se à construção e 37% são montanhas e florestas.

 

O município dispõe de 2.873 hectares de área cultivável e, a maior parte (87%), é destinada à cultura de sequeiro, isto é, de cereais (milho e feijões). Apenas 13% destina-se à cultura hortícola. Esta divisão parcelar remete à necessidade evidente e urgente de pensar e aplicar nova dinâmica agrícola nos Órgãos.

O Município tem uma forte tradição de fabricação da aguardente, produto étnico de elevado apreço, tanto no país como no seio da diáspora cabo-verdiana no mundo. A reformulação e modernização do processo de fabrico, visando melhorar a qualidade do produto, abrirá portas para a criação de muitos postos de trabalho permanentes e dinamização da economia de muitos agregados familiares, na medida em que se trata de uma produção essencialmente familiar mas com uma cadeia de valor que se inicia na agricultura pelo que tem sido uma das estratégias de combate à pobreza.

Pecuária

A pecuária, com exceção da criação no INIDA, é essencialmente doméstica à mercê das possibilidades de cada família.

Comércio

O comércio, por sua vez, é a terceira atividade económica do município com 11% da população que o ocupa. Grande parte da população tem uma ocupação diferenciada atendendo aos sectores de serviços e outros.

Contudo, existem oportunidades de crescimento desta atividade económica, tendo em conta que a sua posição geoestratégica no centro da ilha e de fácil acesso aos outros concelhos; a barragem e os recursos naturais de atração turística poderão contribuir grandemente para o desenvolvimento deste sector.

No que diz respeito ao turismo, o Município de São Lourenço dos Órgãos tem todas as condições para demonstrar que, ao contrário do que se pensa, Cabo Verde não é só sol e praia. O concelho tem excelentes condições para a prática do turismo de montanha, com escaladas e percursos pedestres. O concelho faz parte dum roteiro turístico, sobretudo, pelo seu encanto natural, as montanhas, o clima, pelas suas belas e exóticas paisagens, gastronomia tradicional e especial, combinada por uma riqueza cultural excecional, uma população afável e hospitaleira, condimentam a vocação natural para o desenvolvimento turístico.

Além do mais, possui infraestruturas turísticas por excelência como o Jardim Botânico em São Jorge e a Barragem do Poilão (a maior infraestrutura hidráulica do país), pontos históricos que retratam vidas passadas do concelho nos períodos antes e depois da colonização. São Lourenço dos Órgãos é o ponto de passagem obrigatória para sete concelhos do interior da ilha. Neste contexto, em parceria com associações de base comunitária, a então Comissão Instaladora implementou um projeto de itinerário Rui Vaz, São Jorge e Longueira, financiado pela Cooperação Francesa, o qual tem tido um impacto positivo no desenvolvimento do sector e da comunidade em geral. Todavia, muito trabalho deve ser feito partindo da sensibilização da população, a criação de infraestruturas turísticas e maior investimento na atração turística.

O micro-clima, junto ao sopé da montanha, é um potencial para associar o turismo de montanha à produção de café, uvas e vinhos ou outros produtos de elevado valor acrescentado, suscetível de alavancar a indústria ligeira no concelho. O boom das aves resultantes da existência permanente de água poderá também favorecer um turismo ecológico.

Monte Pico de Antónia

O Pico de Antónia é um monumento natural, situado no centro da ilha de Santiago, na encruzilhada dos municípios de São Lourenço dos Órgãos, Ribeira Grande de Santiago, S. Domingos e Santa Catarina. Segundo alguns historiadores, foi-lhe atribuído o nome de Pico de Antónia em homenagem a António de Noli, um dos descobridores das ilhas de Cabo Verde.

Este património geológico é o maior edifício vulcânico da idade mio-pliocénica, constituída essencialmente por lavas de natureza basáltica. Do ponto de vista geomorfológico, carateriza-se por encostas abruptas, marcadas por incisão de ravinas e vales que assumem formas e dimensões diversas, resultantes da erosão hídrica. É a maior elevação da ilha de Santiago com cerca de 1392m de altitude o que está na origem da ocorrência de microclimas que favorece o desenvolvimento da biodiversidade e de endemismos. Singulariza-se pela sua beleza paisagística e faz parte do roteiro turístico da ilha. O pico de Antónia é um lugar relativamente seguro, embora requer alguns cuidados ao longo do percurso.

Serra do Monte João Teves

É uma Serra que fica na localidade de João Teves e que faz parte da cumeira do Pico de Antónia. A sua morfologia aparenta órgão de um tubo que está na origem do nome do Município. Em termos geológicos é constituído por mantos basálticos que faz parte do complexo eruptivo do Pico de Antónia e tem 755m de altitude. É um elemento natural que apresenta diferentes configurações dependendo da posição do observador e do seu ângulo de visualização. Em virtude da sua imponência na paisagem, beleza cénica e da sua configuração deve integrar o roteiro turístico.

Monte “Pedra Pessoa”

Situado em Órgãos Pequeno, é um nome dado pela comunidade local por aparentar a imagem de uma pessoa. Este Rochedo tem despertado interesse e curiosidade dos visitantes para contemplação e fotografias. Trata-se de um lugar que só é acessível por caminhos vicinais.

Miradouro Rasta

Encontra-se localizado a noroeste do município, a 750 metros de altitude no planalto de rasta. O nome segundo os moradores deriva da forma como alguns jovens se apresentavam, como o modo de vestir e o penteado. A sua altitude permite obter uma vista panorâmica espetacular.

Vale de S. Jorge

O Vale de São Jorge está localizado na vertente oriental do Pico de Antónia, entre Longueira e Laje. É um vale talhado na formação dos órgãos que apresenta a forma de uma depressão que permite a confluência do ar ao longo da encosta da Serra do Pico de Antónia, originando um microclima local, razão pela qual ser uma das zonas mais verdejantes da ilha de Santiago.

O Vale de São Jorge é uma zona faunística rica em espécies avifauna. A sua cobertura vegetal, sobretudo, na cintura florística e as zonas escarpadas constitui lugar de refúgio das aves onde fazem ninhos. Ali, vive um número expressivo de aves endémicas como Tchota de cana, Tchota de terra, Asa curta, Passarinha. Portanto, um lugar que pela sua calmaria e tranquilidade convida os visitantes ao repouso, ou seja, um espaço de lazer.

O Vale de São Jorge é repleto de atrativos. Ali, destacam-se vários atrativos, entre os quais o único Jardim Botânico do país, rodeado de uma paisagem exuberante e bela, com alguns miradouros, marcada e definida ao norte pela Serra de Pico de Antónia (Parque Natural), incluindo o Perímetro Florestal de São Jorge, Jardim Botânico Grandvaux Barbosa e Localidade de Longueira.

No período das chuvas, a formação de pequenas “cachoeiras”, atrai centenas de visitantes ao dia, oriundos de todas as localidades da ilha, principalmente da Cidade para Praia, para desfrutar deste ambiente e fugir um pouco do stress do centro urbano, muitas vezes ao som da música tradicional animada pelos grupos locais, com destaque para as famosas batucadeiras de São Jorge e do grupo Xubenga.

Perímetro Florestal

Trata-se de um antigo Perímetro Florestal relativamente denso, resultante de várias campanhas de arborização iniciada nos anos 40, em zonas altas. É composto por várias espécies, nomeadamente Eucalipto, Acácia, Lantuna, entres outras. É uma área protegida e de reserva ecológica com alto valor científico e turístico. Dentro e fora da floresta pode-se encontrar alguns caminhos vicinais que poderão ser aproveitados para promover o turismo de natureza.

Localidade de Longueira

Na zona de Longueira existe uma série de espécies de árvores, com destaque para o eucalipto, árvores de fruto como a mangueira e outras.

 

É uma zona verdejante, de povoados concentrados e dispersos, caraterísticos das zonas rurais. Em virtude das suas caraterísticas muito próprias, pode ser um ponto turístico de referência no

município de São Lourenço dos Órgãos.

Banana-Ribeira Montanha

No vale da Montanha, município de S. Lourenço dos Órgãos, existe uma localidade conhecida por “Banana”, perto da zona de Librão que está a cerca de 220m de altitude.

É considerado um Sítio de interesse científico por ser uma área de nidificação de uma espécie endémica exclusiva da ilha de Santiago, designada Garça Vermelha (Árdea purpúrea Burmey). (Inventário dos Recursos Turísticos).

Atrativos histórico-culturais

Cidade de João Teves

A cidade de João Teves é um pequeno núcleo urbano, uma antiga vila que ascendeu à categoria de cidade em 2010. É um aglomerado populacional que se desenvolveu ao longo da estrada nacional, onde se concentra a maioria dos serviços públicos e privados e os serviços de restauração, bares e lanchonetes. É núcleo urbano bastante reduzido, situada no Vale de João Teves, de perfil longitudinal, marcada pela inexistência de ruas, bairros e ausência de prédios de vários andares, mas com alguns edifícios da época colonial e pós-colonial que testemunham a sua origem.

Capela de São Jorge

Localizada na zona de S. Jorge, foi construída pelo Estado Novo nos anos 50. É uma das Capelas com o mesmo estilo arquitetónico das capelas de Achada Santo António e do Bairro Craveiro Lopes, na Cidade da Praia.

A festa de Nhu San Jorge como é conhecida é comemorada logo a seguir à Páscoa e cai sempre num Domingo depois de São Salvador do Mundo. É uma festa muito famosa, celebrada com muito afinco. A festa é precedida de missa e procissão.

Mercado dos Órgãos

O antigo Mercado dos Órgãos situa-se na zona de Pedra Amolar, ao lado da estrada principal que dá acesso à Assomada. A sua construção remonta aos finais do século XIX e foi durante muito tempo importante feira do interior de Santiago, praticamente até a década de 1960. Funcionou como feira de produtos agrícolas às segundas-feiras. Em termos arquitetónicos, trata-se de um edifício tipo fechado alongado, com um corredor comercial no interior a céu aberto.

Jardim Botânico Grandvaux Barbosa

Este Jardim localiza-se na zona de Ribeirão Galinha e foi criada em 1986 com o objetivo de preservar e conservar as espécies endémicas de Cabo Verde. O seu nome foi atribuído em homenagem ao investigador português Luís Augusto Grandvaux Barbosa pelos trabalhos de investigação científica relevantes sobre a vegetação do Arquipélago.

Atualmente, alberga uma grande variedade de espécies, divididas entre endémicas, plantas ornamentais e medicinais. De entre as espécies endémicas encontram-se Tortolho, Dragoeiro, Mato botão, Macela e Carqueja de Santiago, entre outras.

Ponte D. Luís

Localiza-se na Cidade de João Teves, em Covão Sequeira, ao lado da estrada nacional Praia/Assomada. É um dos poucos vestígios que restam da antiga estrada construída em finais do século XIX para facilitar o percurso dos cavalos e carros de bois. O nome foi atribuído em homenagem ao Príncipe D. Luís, filho de D. Carlos. Foi construída de pedra vermelha e apresenta a forma de um arco romano.

Museu Etnográfico de São Lourenço dos Órgãos

Este Museu encontra-se localizado na cidade de João Teves, na estrada principal que vai para Santa Catarina, ao lado do Restaurante Dali. É um museu que retrata o “modus vivendus” e a cultura dos Laurentinos, suas vivências, tradições e costumes, ou seja, que expõe o seu património cultural (material e imaterial).

Este museu contém vários instrumentos e utensílios que testemunham o passado dos habitantes deste município. Apresenta ainda uma coleção de fotografias que espelham o modo de vida e as tradições do homem de campo.

Barragem de Poilão

A Barragem de Poilão situa-se na localidade do mesmo nome e foi inaugurada em 2006. Trata-se de uma infraestrutura hidráulica com 26m de altura, crista de 150m e albufeira de 15m.

Esta barragem tem provocado impactos positivos no ecossistema local, atraindo aves

migradoras e animais aquáticos. É uma das maiores infraestruturas hidráulicas do país com impactos positivos na agricultura do regadio.

Praça João Teves

A Praça de João Teves é uma infraestrutura de lazer situada no centro da Cidade, na estrada principal que dá acesso à Santa Catarina. Tem uma estrutura retangular, área verde, iluminação pública e encontra-se em bom estado de conservação.

“Sobrados” e Casas Coloniais

Existe em São Lourenço, sobretudo nas localidades de Pico de Antónia, Longueira, Serrado, S. Jorge, Mercado um conjunto de casas habitacionais agrupadas e dispersas, que corresponde a tipologia vulgarmente conhecida como “Sobrados”. São construções herdadas das famílias abastadas (proprietários e comerciantes), na sua maioria descendentes dos antigos colonos. São casas de um ou dois pisos cuja parte central, aparece quase sempre diferenciada dos anexos.

Casa Grande de Senhor Carlos Aguiar

É uma casa de estilo arquitetónico tradicional da época colonial, construída no século XX e pertencente a um cidadão português de nome Carlos AguIar. Este Senhor foi um grande proprietário agrícola da época, onde deixou um vasto espólio em terras e casas rurais pelos vales dos Órgãos.

Sobrado Dinis Correia

Trata-se de um antigo sobrado pertencente inicialmente a Senhora Vicente Aguiar que posteriormente, veio a ser adquirido pelo Senhor Dinis Correia no ano de 1955 (CMSLO, 2015).

Este edifício possui uma planta poligonal em formato de U virado para o Norte e comporta dois pisos devido a inclinação do terreno. A cobertura é de telha cerâmico tipo plano. Esta casa é um exemplo típico de arquitetura colonial implantada no meio rural.

Casa e Túmulo de Buguendi de Senhor Carlos Aguiar

Este imóvel encontra-se na localidade de Buguendi e integra o conjunto de património construído de São Lourenço dos Órgãos pelo então morgado português Carlos Aguiar. É um edifício típico da arquitetura tradicional portuguesa, possui uma planta poligonal com a forma de L, de um só piso, construída de pedra vermelha e barro e com cobertura de telha marselha a quatro águas. Na parte anexa do edifício central, encontra-se uma capela em ruína e um túmulo provavelmente do século XVIII.

Quinta do Serrado

Esta quinta encontra-se na localidade de Serrado e presume-se que pertenceu inicialmente ao Senhor João Alexandrino da Silva Pereira. Atualmente, este imóvel pertence ao Ministério de Desenvolvimento Rural. Trata-se de um edifício que pelo seu valor histórico e patrimonial poderá ser aproveitado para o turismo rural.

Casa de Nené Malena

Esta casa encontra-se localizada em São Jorge, mais concretamente, na zona de Ribeirão Galinha. É um edifício da época colonial que segundo a Dona Maria Semedo, moradora local, pertencia ao Senhor João Gomes de nacionalidade portuguesa.

O ambiente em São Lourenço dos Órgãos é marcado pela predominância da cultura rural, pela ausência de espaços urbanos e de adequados sistemas de arruamento e calcetamento de ruas. Tudo isso é agravado pelo défice em matéria de produção e distribuição da água potável e pela ausência de infraestruturas urbanas e de saneamento.

A orografia dos terrenos do concelho, caracterizada por acentuados declives, torna São Lourenço dos Órgãos bastante vulnerável a catástrofes naturais, nomeadamente inundações provocadas por cheias durante a época das chuvas, derrocadas e quedas de pedras. Por outro lado, sendo um concelho com fortes potencialidades florestais, existem riscos de incêndios que clamam por uma vigilância apertada.

Município de Ribeira Grande de Santiago

A vila da Ribeira Grande de Santiago mais conhecida por Cidade Velha, é a sede do concelho do mesmo nome. Proclamada no século XVI, é o berço da Nação Cabo-Verdiana.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

A cerca de 10 km da cidade da Praia, na Ilha de Santiago, localiza-se a Ribeira Grande de Santiago, mais conhecida por Cidade Velha (ou Cidade de Santiago) e sede do concelho do mesmo nome. Proclamada como Câmara no séc. XVI (a mais antiga existente em Cabo Verde), é considerada o berço da Nação Cabo-Verdiana. Pelo seu porto passaram os escravos de África com destino quer a Cabo Verde, quer outras partes do Mundo. Isto marca a grande importância que Cidade Velha Ribeira Grande de Santiago, mais conhecida por Cidade Velha (ou Cidade de Santiago) e sede do concelho do mesmo nome.

Proclamada como Câmara no séc. XVI (a mais antiga existente em Cabo Verde), é considerada o berço da Nação Cabo-Verdiana tem para a história mundial e que, tal como sendo centro de aclimatação de diferentes espécies florestais vindas dos restantes continentes (como a cana sacarina – saccarum ap -, o coqueiro cocos nucífera -, a bananeira – musa sapiens -, a mangueira mangíferaindica L. –, etc.), faz dela Património da Humanidade.

Cidade que conheceu o seu declínio por consequência de consecutivos ataques dos corsários, das fomes e pragas e da repressão do Marquês de Pombal (primeiro-ministro português do séc. XVIII), voltou a ser proclamada em 2005 com a reconstituição do Concelho de Ribeira Grande de Santiago, autonomizado do Concelho da Praia. Cidade Velha (antiga Ribeira Grande de Santiago) conserva um significativo número de edifícios e ruínas, como a mais antiga igreja colonial do mundo, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Negros, construída em 1495, dispondo de uma capela em estilo manuelino, a única existente em África.

Em 2000, foi iniciada a preparação do dossier de candidatura a Património Mundial, apresentado à UNESCO em 2008 e finalmente, a 26 de junho de 2009, Cidade Velha foi inscrita na lista dos sítios classificados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade. A 10 de Junho de 2009 foi também classificada como uma das Sete Maravilhas de origem Portuguesa no Mundo, após concurso com votação pública, no qual participaram 27 monumentos edificados por Portugal no mundo.

Quando falamos de desenvolvimento económico, estamos a referir a dois aspetos importantes: geração de emprego e criação de postos de trabalho. Estas duas vertentes englobarão a dinamização do tecido económico existente e a criação de condições de atratividade para novos investimentos. No tecido económico existente, a agricultura, a pesca e a criação de gado ocupam um lugar de destaque e tem todas as condições para se fortalecerem (CRMGS, 2008).

A agricultura, pecuária e a pesca são as principais atividades económicas deste município, constituindo o sustento da maior parte das famílias, contribuindo com cerca de 17,6% de emprego no município, o que demonstra a importância das atividades ligadas a esses setores, enquanto fonte de ocupação e rendimento para as famílias (INE, 2010)

Agricultura

O sistema agrícola implementado é de regadio e de sequeiro, sendo que a de regadio tem maior incidência nas localidades de Cidade Velha, Calabaceira e salineiro (nomeadamente no Vale de Ribeira Grande de Santiago), Mosquito de horta, Pico Leão, Santana, João Varela/São Martinho Grande e São João Batista.

Os agricultores do Município da RGS não conseguem acompanhar as exigências do mercado, deparando-se com uma série de dificuldades, nomeadamente: a gestão de água para rega, manuseamento de pesticidas, transporte e armazenamento dos produtos, escoamento dos produtos, acessibilidades, formação e capacitação, aquisição de equipamentos modernos, falta de financiamento, inexistência de um plano estratégico de agricultura (Arquivos CMRGS, 2016).

Outros constrangimentos estão ligados a fatores naturais, principalmente a irregularidade, a fraca precipitação e deficiente distribuição espacial, a erosão dos solos, sobretudo das zonas agrícolas, degradação das zonas de pastagem, declividade acentuada dos solos agrícolas e o seu carácter pedregoso e a fraca disponibilidade dos recursos solos e água.

Pecuária

A pecuária é uma das atividades mais importantes do Município, sendo a base do sustento da maior parte das famílias deste Município. A maioria da produção da pecuária destina-se ao autoconsumo e uma percentagem reduzida destina-se à comercialização local e na cidade da Praia. A produção pecuária recai sobre suínos, caprinos, bovinos e aves.

Indústria

Em relação á Indústria a Câmara Municipal tem desenvolvido esforços para impulsionar o surto de uma variada produção artesanal, promovendo – graças a diversas parcerias - cursos de formação para a produção de doces e sumos (na antiga Escola-Oficina de Cidade Velha), de queijo, de bonecos de pano. Em consequência, existe já uma base para o incremento da produção artesanal, que se junta aos demais artesãos que se encontram no terreno.

No Município de Ribeira Grande de Santiago existem cerca de 26 artesões, com linhas de produção própria nas seguintes áreas: Corte e costura, transformação de produtos agrícolas, bijuteria, trabalhos em ossos e madeira, confeção de bonecos de trapos e rendas e bordados.

Comércio

Em relação ao comércio e serviço (de produção e transformação) segundo dados do INE 2013, verifica-se que no Município de Ribeira Grande de Santiago, existiam 34 empresas de comércio a retalho, num total de 3.781 a nível nacional. A atividade artesanal ainda se encontra numa fase embrionária, o que vem permitindo que a situação seja aproveitada por artesãos da costa ocidental de África para vender produtos não autóctones.

O comércio está concentrado em estabelecimentos situados na sua maioria na Cidade Velha e as diferentes localidades do Município, com prevalência para o comércio de produtos alimentares e bebidas em pequenas lojas.

Pesca

A pesca figura igualmente como um sector de atividade importante, empregando 234 pessoas, o equivalente a 4,1% dos empregos criados neste município, embora o seu peso económico seja ainda muito relativo e incipiente.

No porto de pesca da Cidade Velha estão em atividade 40 pescadores distribuídos por vinte embarcações artesanais motorizadas e de boca aberta. Aqui também trabalham trinta peixeiras que na sua quase totalidade escoam os seus produtos para mercado da Praia. Apenas duas delas vendem na Cidade Velha.

Os principais constrangimentos do sector relacionam-se com o distanciamento progressivo das zonas de pesca, implicando custos difíceis de comportar por pequenas unidades artesanais com motores a gasolina, sobretudo quando não se realizam capturas ao nível de poderem cobrir os encargos.

No que toca a infraestruturas de produção não existem nenhuma embarcação de pesca semi-industrial, nem estruturas de conservação de pescado como câmaras de conservação e unidades de produção de gelo em funcionamento.

O município de Ribeira Grande de Santiago dispõe de grandes condições para o turismo histórico e cultural potenciadas pela importância do sítio histórico constituído por um conjunto de monumentos que consagraram o reconhecimento da Cidade Velha como Património Cultural da Humanidade.

As atividades da empresa incluem principalmente a implementação de um roteiro de visitas ao sítio histórico, a exploração da Pousada S. Pedro, no vale da Ribeira Grande, e um serviço de restauração na Praça do Pelourinho.

Além desta Pousada com seis quartos, o Município dispões de mais três unidades hoteleiras perfazendo uma oferta de 300 camas. Existe ainda um outro hotel em construção, bem como um projeto de turismo rural e residencial na localidade de Santa Marta.

Atrativos Turísticos Naturais

Praia da Cidade Velha

É uma praia localizada no terminal da Ribeira de Cidade Velha com aproximadamente 300m de comprimentos e 3m de largura. Trata-se de uma praia de pequena dimensão, composta de calhaus rolados e água límpida. Embora seja uma praia de fácil acesso, é mais frequentada pela população local.

Vale da Ribeira de Cidade

Trata-se de um vale verdejante, coberta de coqueiros, mangueiras, cana sacarina e outras espécies de árvores que lhe confere uma caraterística peculiar no contexto de zona semiárida do litoral. Em virtude dessas caraterísticas, pode ser considerado o “pulmão” da Cidade Velha.

Aliada à cultura de regadio, produz-se neste local a aguardente, sendo mais conhecido a “Fortaleza e a Morabeza”. É um vale encaixado em forma de “U”, bastante fértil que possui um microclima local.

Calabaceira (Embondeiro)

É uma árvore que se encontra no centro da Cidade. A Calabaceira (Adansonia digitata L.) é uma espécie arbórea oriunda da África continental tropical e subtropical que foi introduzida em algumas ilhas de Cabo Verde. Tem mais de 10m de altura e o perímetro pode ultrapassar os 4m, impondo assim na paisagem pela sua grandiosidade.

É considerada uma árvore sagrada, havendo muitas lendas associadas. É muito conhecida em Cabo Verde pelo seu valor a nível gastronómico. Também é considerada uma planta medicinal.

Esta árvore reveste-se de um simbolismo particular, pois, segundo reza a história foi um dos pontos de visita de um dos mentores do evolucionismo, Charles Darwin, na sua passagem por Cabo Verde, cujas descrições constam do diário deste cientista naturalista.

Praia de Caniço

É uma praia de abrigo, de pequena dimensão, localizada a cerca 2.5 km do centro histórico da Cidade e constituída essencialmente por calhaus rolados e areia negra.

Praia de Cadjeta

É uma praia situada na zona de S. Martinho Grande, de pequena dimensão e constituía por areia negra, água cristalina e calhaus rolados. Destaca-se pelo valor histórico, servindo durando algum tempo como ponto de apoio à aviação comercial entre Europa-América do Sul.

Monte São João

É uma pequena elevação de 259 m de altitude, situada na zona de Achada Barnel. Dada a sua imponência paisagística e configuração geomorfológica, pode despertar curiosidade dos visitantes, sobretudo na época em que se reveste de verde.

Monte Facho

Localizado no sul do município da Ribeira Grande, mais concretamente na localidade de São Martinho. Possui 253m de altitude e, é formado essencialmente, por lavas basálticas, pertencentes à formação de Pico de Antónia (PA). Singulariza-se pelo fato de ter uma vista panorâmica que permite contemplar uma parte significativa do município de Ribeira Grande. Da cidade da Praia, nos dias de céu limpo, pode-se avistar as ilhas de Fogo e Maio.

Ainda, tem um valor histórico, pois, foi um ponto estratégico de defesa da cidade, onde serviu de posto de vigia dos piratas que pretendiam aproximar da costa devido ao campo visual que proporciona.

Serra de Santa Clara

Localiza-se na Ribeira de Serra de Santa Clara, mais concretamente, a noroeste do Município, na zona fronteiriça com o município de Santa Catarina. É um património geomorfológico constituído essencialmente por rochas basálticas que singulariza pela sua imponência paisagística e beleza cénica.

Gruta de Santa Clara

Esta Gruta localiza-se na Praia de Santa Clara e faz parte das sete maravilhas do município. Trata- se de uma gruta formada em lavas submarinas cuja origem se deve em parte à ação marinha. Singulariza-se por apresentar a forma do continente africano invertido e pela curiosidade que pode despertar junto dos visitantes em saber que mistério existe para além desta gruta.

Ribeira de Santa Clara

A Ribeira de Santa Clara, como o próprio nome indica, fica na zona de Santa Clara. Trata-se de um vale com a forma de um canhão, com cerca de 8 km de extensão cujo ponto mais alto atinge os 550 m de altitude. A Ribeira de Santa Clara, no sector terminal apresenta o fundo em forma de U, com vertentes abruptas. Estando dentro do vale tem-se a sensação de estar complemente isolado do resto do mundo. Ainda, constata-se a ocorrência de um coberto vegetal no fundo do vale, que no contexto da aridez onde se insere constituem autênticos oásis.

Muro de São João Baptista

Este muro encontra-se na zona de São João Baptista, mais concretamente na localidade de Chã de Igreja. É um relevo residual marcada pela disjunção colunar que se destaca pela sua singularidade e estética no contexto da geomorfologia local da ilha de Santiago. Este monumento natural pelas caraterísticas que detém, deve ser integrado no roteiro turístico a visitar.

Baia e Porto de Gouveia

A Baía e o porto de Gouveia localizam-se na ponta de Lombisqueira, zona de Gouveia.

Apresenta a forma de um semicírculo cuja arriba é escarpada. Possui uma praia de calhaus rolados resultantes das enxurradas e da ação marinha. É uma praia acessível por estar localizada próxima da via principal. Esta praia encontra-se degradada devido à apanha de areia. Pelo seu contorno geomorfológico e importância histórica, enquanto porto de entrada de mercadoria (sal e carvão) na ilha constitui um atrativo turístico a considerar.

Monte Volta

É um cone vulcânico com 381m de altitude localizada na Achada Mosquito, a ocidente da Ribeira de S. João. Trata-se de um cone constituído por materiais piroclastos de cor avermelhada, devido à presença de óxido de ferro. À sua volta pode-se observar vestígios de bombas vulcânicas de grandes dimensões que testemunham a violência das erupções que estiveram na sua origem. A partir dali, pode-se apreciar uma paisagem árida ao longo da costa.

Ribeira de Santana

Localizada na vertente ocidental da Serra do Pico de Antónia, trata-se de um vale de grande extensão, de forma em “V” cuja cabeceira situa ao nível do monte Campanário, um dos três picos que definem a serra do Pico de Antónia. No setor terminal conflui para a Ribeira de São João, desembocando no Porto da Gouveia.

Trata-se de um vale talhado essencialmente em Complexo eruptivo Antigo (CA), apresentando vertentes com fortes declives e cornijas recortadas em basaltos.

Na Ribeira de Santana, pela sua morfologia e encanto destaca-se a localidade de Santa Ana, entre os 400 e 500 metros de altitude. A localidade é alimentada pelas ribeiras de Furna, Ribeira Amargosa, Ribeira Hortelão e Ribeira Saco que nascem nas serras do Pico de Antónia. Assim, se compreende a relativa disponibilidade em água doce nos tempos idos e aspetos verdejantes deste vale, o que lhe confere uma paisagem convidativa a contemplação.

Localidade de Belém

A Ribeira de Belém encontra-se a oeste da Ribeira de Santana e nasce no ponto mais alto da ilha e, é também afluente da Ribeira de São João que desagua no mar, mais concretamente, no Porto da Gouveia. Tem cerca de 5km de comprimento; é um vale profundo e com vertentes talhadas em distintas formações geológicas. A jusante observa-se a predominância da Formação dos Flamengos, Complexo Eruptivo Antigo (CA) - as primeiras lavas que foram emitidas aquando da formação da ilha - e a montante predomina a formação de Pico de Antónia (PA).

A Ribeira de Belém nasce na cabeceira do Maciço de Pico de Antónia e tem como afluentes, ao montante, as Ribeiras de Chuva Chove, Ribeira de Pico Leão e Ribeira de Fundão. Na parte intermédia da Ribeira sobressaí a localidade de Belém. Está localizada no vertente sudoeste do Monte Belém, que pela sua altitude impõe uma paisagem fortemente marcada pelos sulcos; ravinas e barrancos resultantes da erosão hídrica.

Nesta localidade, destaca-se o monte de Belém, um cone vulcânico da idade de formação do monte das vacas, com 572 metros de altitude. Este monte é formado essencialmente por materiais piroclásticos e escoadas lávicas. Ergue-se sobre uma achada com uma altitude média por volta dos 400m. O fundo dos vales apresenta localmente manchas verdes que lhe confere uma beleza particular, sobretudo na época das chuvas.

Ainda, Belém é conhecida por ali se comemorar uma das festas mais populares de Ribeira Grande de Santiago - a festa de Nhô Santo António, a 13 de junho.

Baía de Covão Grande: Prainha

Esta Baía localiza-se entre Porto de Goveia e Porto Mosquito, a sudoeste do Monte Volta. No local existem pequenas lagoas onde se pode observar a biodiversidade marinha. Essas lagoas podem ser aproveitadas para relaxamento, banho de sol, piqueniques, ou simples observação da paisagem à volta.

Singulariza-se pela beleza das lavas submarinas, atravessadas por diques de basaltos que configuram autênticos túneis bastante impressionantes pela sua imponência.

Praia de Porto Mosquito

Esta Praia localiza-se na zona de Porto Mosquito, uma localidade piscatória. É uma praia de pequena dimensão constituída essencialmente por calhaus rolados e uma pequena piscina natural. Por se tratar de uma praia de calhaus rolados e dada as condições do local é pouco utilizada para banho, a não ser pela população local. Ali se faz o batismo de bote enquadrado nas festividades de comemoração de N.S. dos Navegantes.

A Cidade Velha sede do município, é Património Material e Imaterial da Humanidade reconhecida pela UNESCO em 2009. Foi a primeira Capital de Cabo Verde, com importante passado histórico, gerador de turismo cultural cada vez mais intenso. Em 2014 foi também considerada a capital cabo-verdiana da cultura. Rico em manifestações culturais, é de destacar nomeadamente a Tabanca, Batuco, Música, Teatro e Contos tradicionais (Arquivo CMRGS, 2016).

No que se refere ao Património, Cidade Velha, um sítio habitado, cercado de monumentos militares, religiosos e civis, retratando a vida desde o séc. XV, é um autêntico museu ao ar livre, Património da Humanidade.

O seu passado histórico faz com que a pequena cidade conserve monumentos e ruínas de grande significado (Fortaleza Real de S. Filipe, Igreja de Nossa Senhora do Rosário – a mais antiga ainda existente na África a sul do trópico de Câncer, do séc. XV), Pelourinho, Convento de S. Francisco e importantes ruínas como as da Sé Catedral, da Igreja de Nossa Senhora da Conceição (a mais antiga igreja construída na África subsaariana), da Igreja da Misericórdia, etc. Apesar da importância histórica e cultural dos monumentos é de realçar o estado de conservação em que se encontram, carecendo de intervenções e uso adequado.

Também é de se realçar a riqueza subaquática existente, que carece de mais estudos, identificação, inventariação, promovendo a preservação da memória e o seu aproveitamento sustentável para o turismo.

Em relação ao património imaterial é de destacar a passagem dos importantes navegadores por Cidade Velha, nomeadamente António da Noli, Vasco da Gama, Cristóvão Colombo e Américo Vespúcio, os corsários Francis Drake e Jack Cassard entre outros. Também pode-se mencionar a importância da língua materna, o Crioulo, contos tradicionais, vivência e a identidade da nossa gente.

Cidade Velha, uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo, é membro da Organização das Cidades Património Mundial (OCPM) e encontra-se filiada na União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

Atrativos histórico-culturais matérias

Centro histórico da Cidade Velha

Trata-se de um núcleo urbano fundado no séc. XV, localizado no sudoeste da ilha de Santiago no âmbito da expansão europeia. Neste local destacam-se um conjunto de monumentos histórico-culturais, quais sejam religiosos, militares e civis que testemunham influência colonial na origem e a evolução da sociedade Cabo-verdiana.

Fortaleza Real

No centro histórico da Cidade Velha existem vestígios de vários fortes construídos nos primórdios da época colonial que serviam de defesa contra os sucessivos ataques de piratas e das pretensões das potências europeias.

 

Fazem parte desse património militar a fortaleza real de São Felipe e pequenas ruínas de forte como São Veríssimo, São Lourenço, Santo António e ruínas de Torre de Vigia.

A Fortaleza Real de São Felipe, localizada na Achada Forte, na entrada da cidade foi construída durante o reinado de Felipe I no séc. XVI. Trata-se de um edifício com estruturas em muralhas que contém vários canhões voltados para o mar e que se encontra em bom estado de conservação.

Esse atrativo turístico é de fácil acesso, quer a pé quer de carro. Esta Fortaleza e a sua área envolvente constituem um autêntico miradouro. Nesta localidade tem-se uma vista panorâmica para o mar e se pode contemplar o centro histórico do alto, apreciar a paisagem humanizada e o pôr-do-sol.

Sé Catedral

É a primeira Catedral construída na costa Ocidental Africana, por iniciativa de Frei Francisco da Cruz, terceiro Bispo de Cabo Verde. Começou a ser edificada em 1556, numa localização privilegiada, frente ao oceano, ficando concluída apenas em 1700, devido às crises na instituição clerical, e também na sua relação com o poder monárquico.

O seu declínio é contemporâneo à queda da própria cidade, devendo-se a uma grande intempérie e aos ataques dos piratas comandados por Jacques Cassard em 1712, ditando a saída do poder eclesiástico cidade.

Capela de São Roque

Esta Capela encontra-se localizada na parte alta da cidade próxima da Fortaleza Real, no bairro Monte Sossego. Trata-se de um edifício de pequena dimensão que se encontra em bom estado de conservação. É um património histórico que deve integrar o roteiro turístico histórico cultural.

Pelourinho

Localizada no centro histórico da Cidade e construído no séc. XVI (1512) de mármore branco é um dos menores monumentos da cidade, mas que possui um grande valor histórico pelo símbolo que representa, ou seja, é o símbolo do poder da administração colonial. No passado, serviu de local onde os escravos desobedientes eram açoitados em públicos.

Rua da Banana

É uma rua com casas pintadas de branco, feitas de pedra rústica e cobridas de palha, que servia de moradia dos fidalgos Portugueses e Castelhanos. Foi a primeira rua que os Europeus construíram na África e apresenta até os dias de hoje traço da arquitetura original datada do séc. XV. A partir desta rua pode-se apreciar a vegetação ao longo da Ribeira Grande, onde se praticam atividades agrícolas.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário

A igreja de Nossa Senhora do Rosário é um dos mais antigos edifícios da Ribeira Grande ainda existente, constituindo um dos raros exemplos da arquitetura gótica na África subsaariana (cúpula da capela lateral). Esta capela de estilo manuelino constitui o elemento fundador deste edifício. A chave da sua abóbada tem um selo que representa a cruz da coroa portuguesa. A igreja, cuja parte principal foi construída desde 1495, sendo o edifício em uso mais antigo de Cabo Verde, situa-se num promontório que domina a rua Carrera, tendo sido edificada em honra de Nossa Senhora do Rosário padroeira dos homens negros.

Convento São Francisco

A construção da Igreja/Convento de São Francisco iniciou na segunda metade do século XVII. Mandada construir por uma rica proprietária natural da ilha de nome Joana Coelho, o convento foi concebido para acolher os religiosos franciscanos, recém-chegados à ilha de Santiago. Também funcionava como centro de formação, onde os padres ministravam as aulas e ensinavam outros ofícios. Após a sua destruição no séc. XVIII, veio a ser restaurada a partir do ano 2000, desempenhando atualmente múltiplas funções, desde retiro dos padres e eventos, conferências. Este convento encontra-se localizado no vale da Ribeira Grande e está cercada por uma área de cultivo.

Ruínas da Igreja / Hospital da Misericórdia

A Igreja da Misericórdia foi mandada construir pelo terceiro bispo de Cabo Verde, Frei Francisco da Cruz a partir de 1555. Em 1864 todo o conjunto da Misericórdia encontrava-se em ruínas. O único vestígio aparente da igreja é a sua torre de sineira de planta quadrangular recuperada em 2010.

Capela de Nossa Senhora do Bom Caminho

Localizada na estrada que dá acesso a São João Baptista, mais concretamente, em Achada Barnelo. Trata-se de uma capela com traços de arquitetura moderna, onde a Santa padroeira é Nossa Senhora do Bom Caminho, comemorada no mês de maio. É acessível e encontra-se em bom estado de conservação.

Capela São João Batista

Localizada em São João Batista, é uma capela de estilo arquitetónico colonial que se encontra em bom estado de conservação. Comemora-se ali a festa de São João Baptista, uma festa muita concorrida pelos santiaguenses.

Capela de Gouveia

Esta Capela foi construída recentemente e situa-se na localidade de Gouveia. Apresenta um estilo arquitetónico mais moderno e alguns elementos que marca a sua singularidade. Nesta localidade comemora-se a festa de N.S da Apresentação no mês de novembro.

Capela de Santa Ana

É uma capela localizada no alto de Santa Ana, com uma arquitetura da época colonial. A festa do Santo Padroeiro comemora-se no dia 26 de julho. Esta festa atrai milhares de pessoas e é celebrada pela comunidade local com muita vivacidade.

Capela Nossa Senhora do Navegante

Localiza-se na zona de Porto Mosquito e devido à estrutura metálica instalada na parte frontal do edifício, fica reduzida o seu valor patrimonial. É uma capela com caraterísticas semelhantes à de Gouveia. A Santa padroeira é Nossa Senhora do Navegante que se comemora no mês de outubro. Conforme a tradição faz-se também o Batismo de bote.

Capela Bom Pastor

É uma capela com cerca de vinte anos de existência de caraterísticas moderna que se encontra em bom estado de conservação. O Santo Padroeiro depende da festa de Páscoa, pois, é comemorado quatro dias após a Páscoa, por isso a festa é irregular.

Capela de São Pedro

Trata-se de uma capela com estilo colonial, localizada em Salineiro em que se comemora a festa do santo padroeiro no dia 29 de junho.

Atrativos Culturais Imateriais

Tabanca

Em relação à Tabanca, o grupo mais antigo de Cabo Verde é a Tabanca de Salineiro, surgido por volta do séc. XVI. O atual grupo é constituído por 30 elementos, incluindo jovens e idosos, todos residentes na localidade de Salineiro. Tem participado em várias atividades a nível local e na ilha de Santiago, sempre movidos pelo amor à cultura cabo-verdiana e em prol da valorização da Tabanca.

Batuque

O Batuco é uma das manifestações culturais cabo-verdiana com enorme prestígio a nível nacional e nas comunidades cabo-verdianas na Diáspora, expressando a origem, a identidade e o cotidiano do povo cabo-verdiano; tem sido uma forma de transmissão da nossa cultura e também de intercâmbio entre as gerações, conciliando o tradicional e a modernidade. Prova disso é o surgimento de grupos de crianças, a crescente participação masculina, utilização de equipamentos diversos e o uso de traje.

Existem grupos de batuco em todas as localidades do Município, sendo que em algumas das localidades existem mais do que um grupo, aproximadamente um total de 30 grupos, incluindo 2 grupos formados por crianças da Escola Básica, totalizando cerca de 400 elementos.

Teatro

O Teatro é uma das áreas culturais com maior défice, contudo existem alguns grupos ativos, um em São Martinho Grande, um em Cidade Velha, um em Salineiro e vários atores individuais.

A CMRGS, o Governo e outros parceiros têm apostado na formação em teatro, não se verificando, contudo, a dinâmica esperada, fruto de fatores tais como: a dispersão das localidades, a emigração, alcoolismo, pouca valorização do teatro de uma forma continua.

Gastronomia

A Gastronomia cabo-verdiana é rica e variada de um modo geral. No caso particular da RGS a gastronomia baseia-se essencialmente no pescado e nos produtos agropecuários. É de destacar o famoso caldo de peixe à moda Cidade Velha, Cachupa, Xérem, Feijoada e Cuscuz.

Em relação às bebidas, destaque para os produzidos localmente, nomeadamente: O Grogue, Pontche, sumos naturais e licores. Também faz parte da gastronomia local, os doces tradicionais confecionados a base de frutas e produtos locais. Ainda são produzidos queijos de vaca e cabra para complementar a gastronomia.

Música

O Município da RGS está bem posicionado no mercado da Música a nível nacional e internacional, com destaque a alguns artistas que divulgaram RGS e Cabo Verde no mundo, como é o caso do Zé Spanhol, Eddu, Duco Cidadi, Dino Toya em diversos estilos musicais tais como Funana, Zouk, Kizomba, Haouse, Hip Pop. Também é de salientar a iniciativa dos nossos jovens talentos que tem apostado em estilos diversos sempre com intuito de projetar a cultura cabo-verdiana.

Festas Tradicionais

Nhu Santu Nomi é uma das festividades mais emblemáticas a nível nacional, pois tem ajudado a projetar artistas locais e nacionais, transformando RGS num grande palco de intercâmbio cultural.

À semelhança desta festividade, em todas as localidades de RGS celebra-se as festas populares e romarias com apoio da CMRGS, em parceria com os artistas e comunidade locais e empresas públicas e privadas. Tem havido uma grande sinergia entre o profano e o religioso, o que tem contribuído para maior divulgação da nossa cultura, dinamizar a economia e gerar algum rendimento para as famílias.

Os principais riscos urbanos relacionam-se com as inundações e com acidentes que ocorrem sobretudo nas estradas e em algumas atividades profissionais.

Não existe um serviço organizado de proteção civil, prevendo-se, no entanto, para breve a instalação de um Centro de emergência a ser operado em parceria entre os Serviço Nacional de Proteção Civil e a Câmara Municipal de RGST.

Município de São Miguel

São Miguel é um concelho/município rural da ilha de Santiago, em Cabo Verde, com 91 km² e 16.104 habitantes.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

A freguesia de São Miguel, uma das mais antigas do país, estava sob a jurisdição do concelho de Santa Catarina quando foi criada em 1834. A sede da freguesia esteve na Ribeira de São Miguel, da qual é testemunha a Igreja Matriz.

Com a criação do concelho do Tarrafal pelo Decreto – Lei nº 3108, publicado no Boletim Oficial nº 3, de 25 de Abril 1917, agrupando as freguesias de Santo Amaro Abade e São Miguel Arcanjo, com sede na “vila” do Tarrafal, a freguesia de São Miguel permaneceu neste concelho até 1997, ano em que foi transformado em concelho nos termos da Lei nº 11/05/96 de 11 de novembro.

Criação

Em 1996, nos termos da Lei nº 11/V/96 de 11 de novembro esta freguesia é elevada à categoria de Concelho. Nessa altura a povoação de Calheta é promovida a Vila, passando a ser a sede concelhia, o centro administrativo e económico do Município e o maior núcleo populacional. Localizada no litoral do Município é constituída por três aglomerados populacionais: Calheta, Veneza e Ponta Verde, implementados ao longo da via estruturalmente litoral e sem muita densidade nem altura, não apresentando um núcleo contínuo.

Calheta é elevada à categoria de cidade em 2010 (Lei nº 77/VII/2010 B.O nº 32, I Série, de 23 de agosto de 2010).

Localização geográfica

O Concelho de São Miguel fica situado na região nordeste da Ilha de Santiago. Com 90,2 km2 de superfície e uma densidade aproximada de 173,5 habitantes por km2, a maioria da população reside no meio rural (73%). Das 23 localidades que a compõem, a cidade da Calheta, formada pelos povoados de Calheta, Veneza e Ponta Verde, é o único centro urbano do Concelho.

A 40 Km de Praia, capital do país, faz fronteira com três outros Municípios: Tarrafal a Norte, Santa Cruz a Sul e Santa Catarina a Oeste, com os quais partilha algumas infraestruturas comuns, e a Este com a orla marítima.

População

Em 2010, a população de São Miguel era de 15.648 habitantes (42,6% do sexo masculino e 57,4% do sexo feminino), distribuídos segundo o meio de residência em 27% no meio urbano e 73% no rural. A população em idade ativa era, segundo dados de 2008, cerca de 30%. Nas projeções por concelho do INE 2008, já se previa um decréscimo da população de São Miguel, confirmado no Censo 2010. Das 23 zonas populacionais, as de maior concentração são Calheta (25%), Principal (9%), Achada Monte e Pilão Cão (8% cada uma).

A dinâmica populacional do Concelho caracteriza-se por uma taxa de crescimento médio anual positiva, de 1,6%, na década 1990-2000, a década em que S. Miguel é elevada à categoria de Município, para passar a um crescimento negativo na década de 2000-2010, onde vê a sua população a decrescer a uma taxa de média anual de -0,3%, com maior incidência na zona urbana onde este ritmo se apresenta mais acelerado (-1,4%), resultado de alguma migração interna, principalmente da população ativa, na faixa dos 30-40 anos à procura de melhores condições de vida nas ilhas do Sal e Boavista e no concelho da Praia.

A economia assenta-se basicamente na agricultura, praticada em regime familiar nas propriedades irrigadas, essencialmente ao longo das ribeiras. A par dessa produção existem cerca de 50 produtores agrícolas de sequeiro. A agricultura mais praticada é a de sequeiro, sendo o milho, os feijões (pedra, bongolon e congo), a batata-doce e a mandioca as culturas predominantes. Condicionada principalmente pela quantidade de precipitação, no sequeiro, os rendimentos são baixos e as produções bastante aleatórias.

Apesar do aumento significativo ao longo dos anos de pessoas a dedicarem-se ao comércio formal e informal (8,7% da população ativa empregada em 2010) e a prestação de serviços a economia do Concelho é impulsionada com as atividades relacionadas com o sector primário: a agricultura, a pecuária e a pesca (31%) que garantem de forma significativa o sustento e o rendimento das famílias. O sector da construção absorvia cerca de 12% e a educação 6,7% da população ativa desempregada.

Agricultura

Sendo um município de vocação agrícola, a agricultura é a sua principal atividade económica, apesar dos constrangimentos de ordem natural e tecnológico. Trata-se, com efeito, de uma atividade que depende grandemente da pluviometria que é habitualmente escassa e irregular. Essa aleatoriedade tem levado a que a produção agrícola oscile anualmente consoante o regime das chuvas, sua quantidade e distribuição espácio-temporal.

As principais culturas de sequeiro são milho, feijões, mandioca e batata-doce enquanto no regadio são cultivados a cana-de-açúcar, mandioca batata comum e hortaliças diversas. A agricultura, na grande maioria de subsistência, é praticada em regime familiar principalmente nas propriedades irrigadas existentes, essencialmente ao longo das ribeiras. A cultura de sequeiro, muito condicionada à queda das chuvas, é praticada nas encostas, por produtores agrícolas de sequeiro que cultivam essencialmente o milho e o feijão.

A cultura de regadio, praticada nos leitos das ribeiras, principalmente a jusante dos vales das principais bacias hidrográficas-Flamengos, Ribeireta, S. Miguel e Principal, excetuando a bacia de Principal onde essa atividade é praticada em maior extensão e intensidade a montante, vai-se desenvolvendo graças à introdução do sistema da rega gota-a-gota.

Pecuária

Conjuntamente com a agricultura, a pecuária constitui uma das principais bases da economia do Concelho. Mesmo se tratando de uma atividade produtiva complementar à agricultura, desempenha um papel importante como fonte de rendimento das famílias.

A pecuária é uma atividade complementar á agricultura e é exercida praticamente por todas as famílias. No município predomina o sistema de criação familiar e de subsistência. De acordo com os dados do recenseamento pecuário de 1995, São Miguel é um dos concelhos do País onde se encontra o maior efetivo pecuário.

Indústria

São Miguel, em termos de desenvolvimento industrial é considerado incipiente no contexto nacional. Entretanto, regista-se a produção, por processos tradicionais e em pequenas unidades familiares, de aguardente e mel da cana sacarina, queijo, licores e doçarias. Destaca-se também pequenas unidades ligadas aos subsectores de carpintaria e marcenaria, serralharia e mecânica.

Comércio

À semelhança do que acontece um pouco por todo Cabo Verde o comércio, tanto formal como informal, é uma atividade com alguma expressão no Concelho e que tem vindo a ganhar maior notoriedade ao longo dos anos. Os estabelecimentos comerciais são representados por 70 casas licenciadas e alguns minimercados e lojas de natureza diversa. O crescente aparecimento de minimercados no Concelho, principalmente nos centros urbanos, competindo concorrencialmente com outras práticas comerciais pouco formais traz grandes vantagens para o Concelho na medida em que são garantidas a quantidade e a qualidade.

No entanto, o sector informal é predominante no comércio, e constitui uma importante estratégia de subsistência, especialmente para as mulheres chefes de família. Este não apresenta sinais de enfraquecimento, pelo contrário, tende a aumentar nos centros urbanos, mesmo com algum controlo por parte das entidades fiscalizadoras da concorrência.

Pesca

Apesar de se tratar de uma atividade pouco desenvolvida (do tipo artesanal e de baixo rendimento financeiro), emprega um número significativo de famílias tanto a nível da produção como a nível da comercialização do pescado (peixeiras).

Normalmente a pesca é praticada em pequenas embarcações de quatro metros ou menos equipados na sua maioria com pequenos motores de popa. A captura é normalmente baixa sendo o pescado insuficiente para o abastecimento do mercado local. Os pescadores provenientes das áreas urbanas são relativamente expressivos quando comparados com os da área rural. O produto da pesca (geralmente: cavala, chicharro, dobrada, atum e algum molusco) é comercializado nas diversas localidades do Concelho por um total de 150 peixeiras que desta forma ganham o sustento de suas famílias.

As características do concelho são relevantes para a atividade turística. As praias na cidade de Calheta e em direção ao Tarrafal apresentam algum potencial para um turismo balnear desde que qualificadas; o parque natural da Serra Malagueta apresenta potencial para um turismo de montanha e para troços de hiking importantes; as montanhas, associadas à agricultura e pecuária, em todo o concelho têm potencial para um turismo rural diferenciado; a zona de Espinho Branco é o berço dos Rabelados, uma população minoritária de características únicas e que potenciam um turismo cultural; no entanto, a ausência de infraestruturas de alojamento e de transportes tem inviabilizado uma aposta mais efetiva dos operadores turísticos.

De igual modo, apesar de ainda incipiente, a atividade turística e conexas começam a ganhar uma nova dinâmica e um novo impulso no Concelho. Investimentos privados, nomeadamente dos emigrantes de São Miguel, começam a ser canalizados para o sector o que prenuncia um novo ritmo de desenvolvimento desse sector.

Atrativos turísticos naturais

A qualidade visual das paisagens de São Miguel é muito alta. De particular significado são as paisagens percebidas a partir da estrada que percorre o litoral. Um percurso no qual Ribeira Principal é protagonista até chegar ao Parque Natural de Serra Malagueta. No concelho existem ainda outros “marcos paisagísticos” destacáveis que deveriam ser considerados como património paisagístico. A histórica antropização do território dá um carácter cultural às paisagens do concelho e redunda em considerá-las como património natural do município.

Serra da Malagueta

A par de Tarrafal e Santa Catarina, o concelho de São Miguel também é abrangido pelo Parque Natural de Serra Malagueta, pertencendo ao município a maior parte da área do Parque, 436 hectares, que cobre as comunidades de Xaxa e Gongon e uma parte da Ribeira Principal. Este território é rico em espécies endémicas, algumas das quais em perigo de extinção, tanto vegetais como animais, tais como a Carqueja de Santiago (Limonium lobinii) que só é possível de ser encontrada nesta parcela do país, bem como aves, pequenos répteis terrestres de relevância científica e alguns mamíferos exóticos, como os macacos.

Monte Frada

Pela sua majestosa beleza e riqueza paisagística e pela abundância da flora e da fauna autóctone, este monte foi proposto pelo PDM local para fazer parte da RNAP de Cabo Verde. Fica na localidade de Hortelã, na Ribeira de Principal e tem fortes potencialidades para o desenvolvimento de atividades de turismo em espaço rural, como o ecoturismo, o montanhismo, o agroturismo, etc.

Gruta Rachado

Localizada entre as ribeiras de Ribeireta e a dos Flamengos, fica a escassos quilómetros de Veneza, a meio percurso da localidade de Ribeireta.

Nela se escondia o famoso ladrão Sousa Zebedeu, que cometia vários assaltos por toda ilha de Santiago, e era ainda pelas suas peripécias e pela sua capacidade de fugir às autoridades. Foi capturado nesta mesma gruta, que era a sua casa e consta que tinha energia elétrica e equipamentos eletrónicos, como frigorífico e televisão.

Pilão Cão

Um dos aglomerados urbanos do concelho, encravado num planalto com boas condições para o desenvolvimento urbano. Tem um clima particularmente fresco e a zona de Ponta Tadju propicia uma grande e bela vista panorâmica sobre uma parte da Ribeira de S. Miguel e Pico de Antónia.

Ribeira de Principal

Situada no extremo oeste do concelho de São Miguel, é uma das 23 localidades existentes e é conhecida como a ribeira das fornadjas, um espaço rural predominantemente agrícola, com forte tradição na produção de aguardente derivada da abundância da cana sacarina.

Uma ribeira muito verde, das mais famosas na ilha de Santiago, é muito rica em endemismos da flora e da fauna, principalmente aves. Por isso, é muito procurada pelos visitantes de várias nacionalidades e apresenta fortes potencialidades para o desenvolvimento e implementação do turismo em espaço rural e natural.

Ribeira dos Flamengos

Uma das maiores ribeiras da ilha de Santiago, foi outrora uma importante localidade onde residiam grandes senhores proprietários agrícolas que deixaram algumas marcas visíveis, tais como a Casa Grande “centro de trapiches e alambiques”. Ainda como património construído destaca-se a Capela de Nossa Senhora da Conceição.

Ribeireta

É a mais estreita ribeira do concelho, mas tem o seu encanto. Com a cooperação do Governo da Áustria, viu-se de novo revestida de verde, reabastecida de água e de animais de raça.

Alem dos atrativos naturais e faina agrícola da própria ribeira pode-se ainda visitar a Capela de Santo António, a escola primária e a praça da capela.

Gongon e Xaxa

Duas das mais lindas localidades do concelho, situadas na extensão da Serra da Malagueta. Apresentam- se de verde o ano todo, e a água brota da rocha naturalmente correndo pelo vale em direção à Ribeira Principal.

Praia de Mangue de Sete Ribeiras

Uma lindíssima baía, onde o mar penetra mansamente pela terra dentro, conferindo ao local potencialidades particulares para o campismo e o turismo balnear. É um dos elementos naturais do concelho proposto na categoria de monumento natural na Rede Nacional de Áreas Protegidas, devido ao valor cénico e pela sua riqueza ambiental.

Praia de Calhetona

Localizada no sopé da localidade de Calheta, a praia de Calhetona proporciona banhos fantásticos com arrebentamento das ondas.

Praia de Batalha

É a única praia de Calheta que ainda apresenta uma considerável quantidade de areia, numa pequena baía protegida. Nos meses de verão, é muito procurada por estudantes em férias.

Praia de Areia Branca

Como o nome indica, já teve areia de cor branca. Atualmente, é a praia preferida para jovens e adultos aos fins-de-semana ou nos dias de verão. Fica relativamente perto da cidade de Calheta.

Atrativos turísticos imateriais

As festas do dia do Município e do santo padroeiro são celebradas no mesmo dia. São Miguel Arcanjo é comemorado no concelho em duas datas diferentes, 8 de maio e 29 de setembro, porque existem duas capelas devotas ao mesmo santo, uma na Ribeira de São Miguel e outra na Calheta.

Os rabelados constituem um grupo social que sofreu um processo de transformação identitária, único no país. Ao longo de várias décadas, a partir dos anos 40 até o momento, defenderam severamente a sua identidade forjada numa conjuntura marcada pelos conflitos e discordâncias com a Igreja e o Estado.

Atualmente estão mais abertos a visitantes e em algumas localidades, desenvolveram projetos de artesanato, especialmente na pintura e na olaria, e assentiram em programas para a melhoria das suas condições de vida e maior divulgação do seu modo de vida característico, muito admirado por visitantes nacionais e estrangeiros.

Atrativos culturais materiais

Igreja Matriz de Calheta de São Miguel

Construída em 1953 só foi inaugurada em 1965. Foi edificada pelo padre suíço Sr. Cretaz, que iniciou a sua missão no país em 1947. Inicialmente residia na Igreja Matriz na Ribeira de São Miguel mas, devido às poucas condições de higiene e muitos mosquitos transferiu-se para Calheta onde veio a construir a nova Igreja Matriz.

Com essa transferência de localidade da igreja Matriz, nasceu a lenda de que o santo padroeiro, por não se sentir em casa nas novas instalações, sempre aparecia nos arredores da igreja de Ribeira de São Miguel. Daí, o padre decidir comprar uma outra imagem do santo padroeiro em Portugal. Assim S. Miguel ganhou duas Igrejas com o mesmo nome. Na ribeira de S. Miguel a festa acontece a 8 de maio, enquanto na Calheta dá-se a 29 de setembro, data essa também passou a ser o dia do município, após a sua criação em 1996.

Capela de Nª Srª do Socorro

Localizada em Achada Pizarra, fica voltada para a ribeira dos Flamengos e em tempos as áreas contíguas serviam de cemitério, como no caso da fome da década de 20. É dedicada a Nossa Senhora do Socorro, cuja festa é celebrada no dia 15 de agosto. A sua arquitetura é de característica filipina e, segundo alguns idosos locais, foi construída há mais de 300 anos.

Capela de Santo António

É uma pequena capela com uma linda praceta adjacente coberta por mangueiras, situada em Ribeireta.

Capela de Imaculada Conceição

Uma capela cuja missa solene é dedicada à água, pois era rezada a 8 de Dezembro e nessa época do ano sempre havia água a correr na ribeira dos Flamengos. Fica na zona de Pedra Barro. A arquitetura é igual à da N. Srª do Socorro, e parece que foram construídas na mesma altura, embora se apresente mais degradada. No seu interior existe uma tampa que cobre uma campa.

Capela de Mato Correia

Construída recentemente na localidade de Mato Correia, esta nova capela ainda não tem um santo padroeiro mas, é tida como um centro de peregrinação, onde se pode desfrutar de uma linda vista sobre a maior parte do concelho de São Miguel.

Trapiches

À semelhança dos outros concelhos da ilha de Santiago, em São Miguel também se pode encontrar estes equipamentos que servem para esmagar a cana-de-açúcar. No município existem quatro trapiches tradicionais, ou seja, movidos a força animal, principalmente o boi: um na Ribeira de São Miguel e três na Ribeira Principal, em Mato Dentro, Gongon e em Xaxa.

Os Cemitérios de São Miguel

No concelho existem três cemitérios: o primeiro a ser construído foi o de Ponta Verde e mais tarde, possivelmente no princípio do século passado construíram o de S. Miguel em Casa Branca, sobre a nascente local que abastecia a população, o que gerou muita polémica na época. Nesses dois encontram-se várias campas de importantes figuras do concelho e de pessoas enterradas por ocasião das fatalidades ocorridas no ano de 1920 e 1947, com a seca e a fome; mais tarde, construiu-se um terceiro cemitério desta vez na zona norte na localidade de Achada Bolanha, após muita insistência dos moradores do norte, por motivo da grande distância a que estavam sujeitos a percorrer para o enterro dos cadáveres.

Levada de Apertado.

Trata-se de uma obra lendária muito antiga, construída sobre uma encosta rochosa muito inclinada, de difícil acesso. Por isso dizem que foi construída pelos demónios de noite para dia. Fica em Pedra Serrado.

Porto da Calheta

Era o principal porto do concelho, desempenhando por muito tempo a função comercial e administrativa. Nessa baía ancoravam muitos navios de cabotagem, oriundos de todas as ilhas do país que traziam medicamentos, tecidos, animais, e levavam de volta mantimentos provenientes da agricultura, animais, peles, etc. As trocas com a ilha do Maio eram muito intensas.

Porto de Mangue de Sete Ribeiras

Situado a sul de Achada Monte, desempenhava as mesmas funções que o porto de Calheta para a área norte. Ali, num sobrado mesmo á beira-mar, residiu o conhecido comerciante Calisto Correia. Este espaço tinha um povoado bastante considerável, mas com as sucessivas inundações a população acabou por se mudar toda para Achada Monte.

É uma linda baía de areia preta com águas calmas localizada na desembocadura das ribeiras de Mangue e de Areia Branca. Tem fortes potencialidades para fins turísticos devido a três ambientes que lhe circundam, a localidade de Achada Monte, as duas ribeiras supra referenciadas e o mar e o fácil acesso pela estrada principal.

Festa de São Miguel Arcanjo e Dia do Município

As festas do dia do Município e do santo padroeiro são celebradas no mesmo dia. São Miguel Arcanjo é comemorado no concelho em duas datas diferentes, 8 de maio e 29 de setembro, porque existem duas capelas devotas ao mesmo santo, uma na Ribeira de São Miguel e outra na Calheta.

Rabelados de São Miguel

Os rabelados constituem um grupo social que sofreu um processo de transformação identitária, único no país. Ao longo de várias décadas, a partir dos anos 40 até o momento, defenderam severamente a sua identidade forjada numa conjuntura marcada pelos conflitos e discordâncias com a Igreja e o Estado. Atualmente estão mais abertos a visitantes e em algumas localidades, desenvolveram projetos de artesanato, especialmente na pintura e na olaria, e assentiram em programas para a melhoria das suas condições de vida e maior divulgação do seu modo de vida característico, muito admirado por visitantes nacionais e estrangeiros.

No concelho existem comunidades de rabelados em Espinho Branco, Bacio, Monte Santo e Palha Carga, sendo a de Espinho Branco a maior de todas. Construíram as suas aldeias em montanhas e sítios de difícil acesso para poderem fugir do poder do Estado e para não se relacionarem com os demais grupos sociais da ilha.

A preocupação com o meio ambiente tem sido notável nos últimos tempos, considerando as proporções dos impactos ambientais sobre as condições e a qualidade de vida das populações.

Apesar de existirem paisagens de elevada qualidade em São Miguel, existem atividades que têm levado à degradação ambiental no concelho, com especial particular da cidade de Calheta.A rede hidrográfica do Concelho é constituída essencialmente por nascentes, poços, furos, galerias, captações e ribeiras, importantes unidades territoriais de gestão tendo em conta que a maior parte da atividade económica agrícola giram em torno dos recursos hídricos. No entanto, constata-se que os recursos existentes nas bacias vêm sendo explorados de forma intensa, ultrapassando em alguns casos o seu limite de exploração, pondo em perigo a satisfação das necessidades alimentares e socioeconómicas das populações.

A extração de inertes em locais inadequados (apesar da sua proibição pela legislação), nomeadamente a extração de areia, tem levado à degradação do litoral. A degradação do litoral tem os seus efeitos nocivos na desova de tartarugas que têm em S. Miguel um de seus locais preferidos, principalmente, em Calheta de S. Miguel.

Município de Tarrafal

Tarrafal foi criado no início do séc. XX, quando duas freguesias a norte do antigo Concelho de Santa Catarina foram separadas para constituir o Concelho do Tarrafal.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

A evolução histórica do concelho do Tarrafal, um dos mais antigos de Cabo Verde, está intimamente associada ao processo da divisão administrativa de Cabo Verde em geral e da Ilha de Santiago em particular.

Em 1834 esta região então denominada freguesia do Tarrafal estava confinada ao concelho de Santa Catarina e, a partir dos anos seguintes a sede deste concelho localizou-se alternadamente entre Picos, Achada Falcão e Tarrafal (1869 - 1912).

Após a independência de Cabo Verde no ano de 1975, o concelho passa a ser administrado por um Delegado do Governo. Em 1991, é eleito o primeiro Presidente da Câmara Municipal do Tarrafal. A partir dos anos 80, o concelho conheceu um crescimento desmesurado e desordenado, em resultado de uma massiva mobilidade espacial da população e ausência de instrumentos de gestão territorial (Planos de Ordenamento e Planeamento do Território).

Criação

O concelho do Tarrafal foi criado pelo Decreto – Lei nº 3108, publicado no Boletim Oficial nº 3, de 25 de Abril 1917, agrupando as freguesias de Santo Amaro Abade e São Miguel Arcanjo, com sede na “vila” do Tarrafal, permanecendo esta configuração administrativa até 1997, ano em que foi criado o concelho de São Miguel, passando o concelho do Tarrafal a abarcar apenas o espaço territorial de Santo Amaro Abade.

Em 1936 foi criado o Campo de Concentração de Tarrafal com o objetivo de acolher presos políticos e que foi legalmente encerrado em 1954. Denominado o Campo da Morte Lenta, ali se praticava tortura física e mental. Na década de 70, a construção da estrada da Serra Malagueta ligando Assomada e Tarrafal contribuiu decisivamente para o desenvolvimento do concelho, ao melhorar a qualidade da acessibilidade.

A capital do Município do Tarrafal foi elevada à categoria de cidade em 2010 através da Lei nº77/VII/2010, embora na altura já era uma vila com as características de um centro urbano. O governo da cidade é assumido pela Câmara Municipal nos termos dos Estatutos dos Municípios, definidos pela Lei nº134/IV/95 de 3 de julho, que a atribui aos Municípios amplos poderes de gestão sobre o seu território, abrangendo a habitação, o saneamento, o ambiente, a segurança, a saúde e a educação.

Localização geográfica

A cidade de Tarrafal de Santiago está localizada na orla costeira a Noroeste da ilha de Santiago, com o seu núcleo central instalado sobre a arriba costeira sul da baía do Tarrafal. Corresponde a uma cidade de malha aberta, um pequeno centro de ruas alinhadas e pavimentadas, uma vasta auréola dominada por construções baixas, sem pavimento nas ruas e alinhamento difuso.

O centro da Vila do Tarrafal foi instalado numa planura costeira sobre uma arriba defronte à baía do Tarrafal, onde existiriam mangais na foz da ribeira. Esta localização terá justificado a sua escolha para a sede do concelho de Santa Catarina nos finais do século XIX, pois o princípio que norteou a extinção da Câmara da Ribeira Grande de Santiago era estabelecer uma nova divisão da ilha tendo por sede dois portos, respetivamente no extremo Sul da ilha onde estava a vila da Praia de Santa Maria (cidade da Praia) e no extremo norte no Tarrafal.

População

Com uma superfície de 112,4 Km2, e uma população de 18.565 habitantes em 2010, o concelho do Tarrafal apresentava uma densidade de 165 habitantes/Km2, superior à média nacional de 122 hab./Km2, apesar de representação apenas 3,8% do total dos residentes a nível nacional. O crescimento demográfico foi e 0,4% entre 2000 e 2010, a população feminina representava 62,7% dos residentes em 2010. Nessa mesma data 33,3% da população residia nos centros urbanos e 66,7% no espaço rural.

O concelho do Tarrafal apresenta pouca diversidade em termos de atividades económicas, sendo a agricultura de sequeiro dominante. Algum regadio, a pecuária, a pesca tradicional, o comércio, a construção e os trabalhos públicos constituem os principais meios de subsistência da sua população. O caracter sazonal da agricultura de sequeiro e a inserção de grande parcela do território em zonas áridas aumenta a vulnerabilidade da população, criando uma grande dependência de trabalhos ocasionais, frentes de trabalhos de emergência, etc.

No horizonte do ano 2000, o sector primário englobava 42,6% da população sendo 28,5% feminino e 14,2% masculino. O sector secundário com 15,4%, o sector terciário ocupando 39,3% da população com destaque para o comércio, serviços diversos, turismo. O sector privado ocupa mais de metade (55,3%) da população. A pobreza abrangia 44,2% da população no ano 2000.

Agricultura

A maioria da população vive da atividade agrícola. Segundo o INE (Censo 2000) cerca de 33%da população do Tarrafal vivia desta atividade em 2000. De acordo com a mesma fonte, INE (QUIBB CV – 2006) apenas 6% dos agregados familiares do concelho dependia desta atividade em 2006. A agricultura mais praticada é a de sequeiro, sendo o milho, os feijões (pedra, bongolon econgo), a batata-doce e a mandioca as culturas predominantes. Condicionada principalmente pela quantidade de precipitação, no sequeiro, os rendimentos são baixos e as produções bastante aleatórias.

A agricultura de regadio é praticada em Colonato, Ribeira das Pratas e em pequena escala nas zonas de Lagoa, Achada Lagoa, Fazenda e Porto Formoso. As áreas mais importantes ficam junto à foz de Ribeira das Pratas e no Colonato de Chão Bom. Esta última, beneficiando de um solo de elevado valor agrícola (aluvião antigo) e de uma localização favorável em termos de acesso e distância dos centros urbanos e semiurbanos. Conjuntamente com Ribeira das Pratas, constituem as áreas mais produtivas de todo o concelho. A agricultura de sequeiro ocupa uma área de 2.708 hectares.

A área total ocupada pelo regadio ronda os 70 hectares. As áreas mais importantes são junto à foz de Ribeira da Prata e o Colonato de Chão Bom. Esta última, beneficiando de um solo de elevado valor agrícola (aluvião antigo) e de uma localização favorável em termos de acesso, e distância dos centros urbanos e semiurbanos. Ribeira Prata e Chão Bom constituem as áreas mais produtivas de todo o concelho. As culturas mais comuns são: a mandioca; as crucíferas (couve e repolho); a cana sacarina; a batata-doce; a batata comum; as fruteiras (principalmente mangueiras e papaieiras); o pimentão.

No tocante às infraestruturas hidroagrícolas, o município dispõe de uma rede considerável de dispositivos, nomeadamente: diques de retenção e de captação das águas, reservatórios e levadas que aliados às obras de conservação de solos e água (banquetas, muretes, caldeiras) constituem um agregado de proteção ambiental, por todo o território municipal.

As explorações agrícolas do município são todas irrigadas com águas subterrâneas, utilizando na sua maioria o tubo, como o principal dispositivo.

Pecuária

Relativamente à atividade pecuária, de acordo com os dados de Recenseamento Agrícola de 2004, Tarrafal dispõe de um potencial pecuário caracterizado por explorações exclusivamente familiares de pequena dimensão complementadas com a atividade agrícola.

O modo de criação do gado é livre, os animais encontram-se soltos nas achadas alimentando-se principalmente das vegetações espontâneas que surgem durante a época das chuvas. Os constrangimentos relativos a esta atividade relacionam-se com a comercialização dos produtos pecuários, transformação, fornecimento de fatores de produção, assistência técnica, preservação do potencial genético das raças, pastoreio livre, sanidade, nutrição animal e manutenção do efetivo.

O concelho do Tarrafal chegou a ter a pecuária como a atividade mais importante e o Brasão de Armas do concelho no período colonial tinha o timbre de bovinos. No entanto, essa atividade veio a decair ao longo do século XX em anos de sucessivas secas e limitação das áreas de pastagem também associadas ao crescimento demográfico.

Ressalve-se que a pecuária é uma atividade complementar e integrada na agricultura como acontece em toda a ilha de Santiago, sendo raro a dedicação exclusiva dos camponeses à atividade pecuária. Das 2854 explorações em 2004, 91,2% tinham a criação de gado como complemento. Constitui, no entanto, uma importante fonte de proteínas na alimentação e sobretudo uma reserva de recursos financeiros para os agregados familiares.

Indústria

O município do Tarrafal não dispõe de uma zona industrial onde as pessoas possam exercera sua atividade.

A atividade industrial do Tarrafal é muito reduzida, destacando-se pequenos empreendimentos privados em número reduzido, como por exemplo, oficinas de carpintaria, serralharia, padarias, estaleiros de blocos, oficinas de mecânica auto e bate-chapa. As oficinas de carpintaria/marcenaria e salões de beleza são empreendimentos que existem maior número, seguidos de serrilharia. Em menor quantidade são as oficinas de mecânica/bate-chapa e estaleiros de blocos, ambos com 4 unidades.

O sector industrial é caracterizado por alguns constrangimentos dentro os quais poderá ser destacado a fraca organização das empresas, deficiente capacidade de comercialização dos produtos, altos custos de produção, mercado consumidor limitado, baixo poder de compra, carência de pessoal qualificado e a localização das unidades indústrias em espaços inadequados.

Comércio

O comércio constitui uma atividade económica de grande animação nos centros urbanos e semiurbanos da ilha de Santiago, com destaque para o comércio informal que envolve um grande número de vendedores sobretudo na população feminina. Como acontece nas sedes dos concelhos o comércio está a jusante das importações, mas também associa atividade de feira com venda de produtos de agricultura, pecuária e pescas, artesanato e gastronomia tradicional.

As mudanças recentes introduziram a venda de materiais de plásticos, roupas, calçados, perfumaria e bugigangas importadas, com a proliferação de vendas nas praças e nas ruas. O sector informal tem dificultado um controlo rigoroso do sector pela administração, mas reconhece-se a sua importância pela população envolvida e sinais exteriores de bem-estar ostentados pelos seus praticantes.

No concelho do Tarrafal, assim como em vários outros pontos do país, o comércio informal envolve mais a camada feminina, tanto para produtos agropecuários como para roupas e materiais de uso doméstico. Este sector é predominado maioritariamente, por pequenos negócios do tipo mercearias e alguma venda ambulante de produtos que variam desde o pescado, produtos agropecuários frescos e transformados, peças de artesanatos, vestuários, calçados, entre outros.

De entre os tipos de estabelecimentos comerciais destacam-se em maior número as mercearias, na segunda posição aparecem os bares e bares/restaurantes. Em outras localidades do concelho existem pequenas unidades de comercialização de bens de primeira necessidade.

Pesca

A pesca, sobretudo a pesca artesanal, constitui uma atividade importante na economia de concelho, havendo vários portos de arrasto de botes tradicionais no perímetro do concelho. Os portos mais importantes são Porto de Mangue na baía verde, Chão Bom e Ribeira das Pratas. De acordo com dados referentes a 2001, no concelho do Tarrafal 531 famílias dedicavam-se à pesca. Na sua grande maioria, os pescadores utilizam pequenas embarcações abertas, com pequenos motores. O peixe é quase exclusivamente comercializado no concelho.

A pesca é depois da agricultura a atividade do sector primário mais importante. O necessário desenvolvimento no sector das pescas passa pela melhoria dos fatores de produção, conservação e distribuição do pescado. A pesca do alto mar é quase inexistente e a pesca artesanal torna-se cada vez menos produtiva.

A construção de um cais de pesca em Chão Bom poderá vir a contribuir para o desenvolvimento da pesca artesanal e industrial no município. De igual modo, com o incremento do turismo e a demanda acrescida de produtos do mar, a pesca poderá vir a ter um novo dinamismo, aumentando o rendimento do sector e contribuindo, desta forma, para a melhoria das condições de vida das populações deste sector de atividade.

O turismo e as atividades conexas como a hotelaria e a restauração chegaram a ganhar uma certa expressão nas últimas décadas do século XX, mas a falta de investimentos e de modernização deixaram o Tarrafal na retaguarda da concorrência com a emergência de outras ilhas como o Sal e a Boa Vista.

Constitui, no entanto, uma área de grandes potencialidades pela qualidade das suas praias, diversidade de paisagens, recursos patrimoniais disponíveis além da abundante mão-de-obra juvenil. O turismo é a atividade económica prioritária, atendendo ao potencial do município.

 

Atrativos turísticos naturais

O concelho do Tarrafal no que tange aos recursos naturais apresenta uma grande diversidade de paisagens, da flora e da fauna da ilha de Santiago, destacando o Tarrafe (Tamarix senegaleses) da qual originou o nome da localidade pela abundância em tempos deste arbusto e algumas palmeiras, a passarinha (Halcyon leucocephala), a Tchota-de-Cana (Acrocephalus brevipennis) a Tchota-de-Coco (Passer hispaniolensis).

Parque Natural de Serra Malagueta

A área total do PNSM abrange territórios de três concelhos da ilha de Santiago, São Miguel, Santa Catarina e Tarrafal. A este último cabe a menor parcela, 36 hectares, que representa 4,5%, correspondente apenas às zonas de Lagoa e Achada Lagoa.

Segundo a equipa de ecoturismo do Parque Natural, tanto na área do parque como na zona de amortecimento existem condições e valores naturais e socioculturais que oferecem potencialidades notáveis para o desenvolvimento do ecoturismo, principalmente nas suas componentes de turismo de natureza, rural, cultural, aventura e científico.

Monte Graciosa.

Localizado na parte norte do concelho, é a sua maior elevação e o terceiro maior pico da ilha de Santiago, com uma cota máxima de 645 metros.

É o único ponto no concelho que possui amostras da vegetação natural autóctone, tais como o tortolho, gestiba, alecrim bravo, agrião de rocha e o marmulano, por isso o PDM local propõe a sua integração na rede das áreas protegidas do país, na categoria de Parque Natural.

Monte Achada Grande

Este cone vulcânico de cor avermelhado, com uma superfície de 66,5 ha, localiza-se na Achada Grande e é uma referência paisagística municipal. Em termos geológicos é constituído por piroclásticos (jorra) e escórias da formação do Monte das Vacas, que lhe confere grande infiltração, fundamental para a alimentação dos aquíferos, representando uma das principais zonas de alta infiltração no município.

Monte Costa

Em forma de uma rampa eleva-se sobre a achada Costa, atingindo uma altitude de cerca de 300 metros e uma superfície de 153,4ha. Este cone piroclástico destaca-se na paisagem de forma notória pela sua beleza.

Cidade do Tarrafal

Principal polo administrativo do concelho, apresenta diversas singularidades potenciais para o desenvolvimento do turismo local, quer nos aspetos culturais, todo centro histórico como outros edifícios espalhados na cidade com valor histórico-cultural, como na vertente ambiental e paisagística, o monte Graciosa, as praias com coqueiros e diferentes endemismos da flora e fauna do país, e ainda ao nível das atividades de animação turística, como as discotecas, o cineteatro, bons restaurantes típicos, pequenos botequins animados com música local, o parque de manutenção física, entre outras.

Chão Bom

Representa o segundo polo populacional do concelho, a poucos quilómetros da cidade de Tarrafal, onde se destacam três atrativos principais: o Museu da Resistência de ordem cultural, o Colonato, a Baía e a Ribeira Grande de Chão Bom, de ordem natural.

Ribeira da Prata

De carro a partir de Chão Bom leva-se menos de 15 minutos para se chegar a Ribeira das Pratas, mas também a caminhada ou o ciclismo são boas opções para ir ao local, porque não exige muito esforço e pode-se sempre contar com a brisa refrescante do mar, já que o caminho contorna o litoral.

É uma localidade conhecida pelas suas praias de areia negra com coqueiros à beira-mar, como a Praia de Ribeira das Pratas, onde regularmente ocorrem desovas de tartarugas e pela sua paisagem, que se estende desde Curral de Salina, Achadinha e Cutelo Branco até Caldeira de Maria Sevilha (caldeira de um vulcão extinto, o maior exemplar de toda a ilha). O caminho impressiona muito quando se dá a volta por dentro da referida caldeira, que tem uma particularidade: a sua base fica abaixo do nível do mar.

As principais atividades económicas são a pesca, a agricultura e a criação do gado o que confere ao lugar potencialidades para o desenvolvimento do turismo em espaço rural, aproveitando as casas dos locais para alojar os visitantes, contribuindo especialmente para o aumento da renda das famílias residentes

Figueira Muita

De Ribeira das Pratas sobe-se para a localidade de Figueira Muita em estrada asfaltada, proporcionando excelentes panoramas sobre as três principais comunidades do concelho de Tarrafal - Ribeira das Pratas, Chão Bom e cidade do Tarrafal - bem como pelos seus vales majestosos, principalmente o que a separa de Achada Meio

Achada Meio

Trata-se de um pequeno povoado de difícil acesso, por uma estrada de terra batida, a partir de Figueira Muita ou ainda a partir de Serra da Malagueta. No entanto, a localidade compensa o visitante com uma vista panorâmica ímpar e abrange a maior parte do concelho. Embora com poucas das habituais atracões turísticas, Achada Meio tem uma beleza natural rara e um clima singular, excelente para os amantes da montanha. A população local vive da agricultura e da criação de gado

Curral Velho

Uma pequena localidade que fica num monte no sopé de Serra da Malagueta, faz fronteira com o concelho de Santa Catarina e é um dos maiores miradouros sobre o concelho do Tarrafal. Possui um clima fresco e tira benefício de sua posição serrana estratégica e proximidade da estrada principal que liga o concelho de Tarrafal a Santa Catarina e a outros pontos da ilha de Santiago.

Trás-os-Montes

Por outrora ter albergado a sede do governo local, é considerado o “Berço de Tarrafal “ e tem sido um ponto importante da olaria e da tecelagem tradicionais com produção de diversas peças de barro e do famoso pano di bitchu.

A atual capela de S. José, que em 1909 funcionou como sede do Instituto de Formação das Alunas Internas e Externas, orientado pela congregação Irmãs dos Pobres, foi ainda a primeira Igreja Matriz de Santo Amaro Abade, padroeiro da freguesia.

Fazenda

Escondida atrás do monte mais alto do concelho, Graciosa, a população desta localidade, relativamente pequena, dedica-se à pesca, agricultura e criação de gado. Segundo os habitantes mais antigos da zona e os relatos das pessoas do concelho, em tempos, este foi um dos portos mais importantes de Santiago, onde se faziam desembarques de vários produtos para o abastecimento da ilha. Mais recentemente, tornou-se muito conhecida pela vala comum que foi encontrada com grande quantidade de ossos humanos, de causas desconhecidas.

A baía da Fazenda atrai muitos amantes de mergulho, pela variedade de espécies que habitam essas águas.

Achada Moirão

É uma localidade que tem nas suas gentes, nas maravilhosas vistas panorâmicas que se desfruta até ao fundo dos vales e nalgumas aldeias desabitadas como Belém, Chão de Capela, Ribeirão Carrasco, Tamareira e Água de Garça, sem dúvida, o maior atrativo local.

Lagoa e Achada Lagoa

A comunidade de Lagoa é uma pequena aldeia, quase desabitada, constituída por graciosas casas típicas, concentradas no fundo da ribeira. Antes de chegar ao referido povoado, passas e no meio de culturas agrícolas e por baixo de altas escarpas, onde se pode avistar macacos, que nestes lugares de difícil acesso, encontram abrigo para se esconderem das pessoas. São também estas escarpas rochosas que hospedam várias e raras plantas endémicas de grande valor natural, muitas das quais utilizadas na medicina tradicional.

Por um caminho suave e seguro chega-se a Lagoa, à medida que se aproxima das primeiras casas a ribeira parece engolir os seus visitantes dentro das suas altas e majestosas encostas basálticas.

Daqui existe um outro caminho que segue até a comunidade de Achada Lagoa, constituída por algumas casas tradicionais dispersas e pode-se observar cenários interessantes sobre a ribeira de Lagoa e o monte Quinto lanço que é sem dúvida uma experiência inesquecível de passagem

Nascentes

No concelho existem algumas pequenas lagoas e nascentes, destacando-se as nascentes de Achada Lagoa, Lagoa, Mato Brasil e Pedra Empena que constituem uma verdadeira bênção para as suas gentes, bem como para o desenvolvimento da agricultura local e do turismo rural nas suas diferentes vertentes.

Ribeira de Fontão e Baía do Tarrafal

Esta é uma das mais importantes ribeiras do concelho. A montante existem dois fornos que comprovam, que durante muito tempo explorou-se os afloramentos de calcários para fabrico da cal. Ainda, a existência de calcários fossilíferos nesta área poderá despertar algum interesse no domínio de investigações e estudos. Tanto o complexo de escarpas basálticos semissubmerjas de Ponta d’Atum, como as praias de areia branca e as arribas monumentais de Ponta Preta conferem à Baía do Tarrafal uma beleza e complexidade única em todo o país.

Ribeira Grande de Chão Bom

A bacia hidrográfica da Ribeira Grande situa-se na fachada poente, estende-se desde o maciço de Serra Malagueta até á orla marítima de Chão Bom e cobre uma área de 23,44 km, atravessando as zonas húmidas, Sub-húmidas e áridas. Atinge altitudes acima dos 800 metros. É a segunda maior da ilha, logo a seguir à do Pico de Antónia.

Na área desta bacia existem cerca de 35 infraestruturas e equipamentos hídricos (diques de correção torrencial, furos, nascentes e reservatórios). Em toda a sua extensão pratica-se a agricultura de sequeiro, sendo que, junto à desembocadura da ribeira, na zona de Colonato pratica-se a agricultura de regadio. Em termos de potencial hídrico, esta bacia é a mais importante do município, porque entre outras razões, nasce numa das principais redes de drenagem da ilha de Santiago, Serra Malagueta. Existem ainda outras ribeiras como a Ribeira de Lebrão, de Fundão, de Cuba, Ribeirão Sal, Ribeira da Fazenda, etc.

Praia de Ponta D’Atum

Do lado oeste da baía do Tarrafal fica a praia de Ponta de Atum, famosa pelas magníficas ondas para a prática do Surf e Body Board e onde tem lugar uma etapa do campeonato nacional destas duas modalidades de desportos náuticos.

Praia de Ribeira das Pratas

Na última curva da estrada que liga Chão Bom a Ribeira das Pratas, a praia de areia negra revela-se por inteiro, convidativa. Nos períodos certos pode-se observar a desova de tartarugas marinhas que pode ser aproveitada para fins turísticos e proteção desses animais e da própria praia.

Praia de Fazenda

Praia de difícil acesso, mas vista pelos decisores locais como um dos atrativos turísticos com fortes potencialidades no concelho e por isso, está-se a traçar medidas necessárias para a sua inclusão no roteiro turístico do destino Tarrafal.

Cratera Vulcânica Maria Sibidja (Sevilha)

A caldeira de Maria Sibidja (Sevilha) localiza-se na zona da Ribeira das Pratas é uma das formas vulcânicas mais bem conservadas da ilha de Santiago, com uma superfície de 17,6 ha. Além de ser uma área detentora de valores geológicos e geomorfológicos constitui-se também como um habitat de espécies animais e vegetais de grande importância

Pedra Empena

Através de um tortuoso caminho de pedras, mesmo ao pé do majestoso Monte Graciosa, digna-se encontrar um espetáculo merecedor dos maiores elogios e de visitas, “Pedra M’Pena”, um aglomerado de grandes pedras, dispostas em forma de mosaicos, formando um todo de difícil descrição.

No sopé da pedra maior, a “Pedra M’pena”, disfarçada por pedras mais pequenas, esconde-se a fonte de vida local: uma nascente de água cristalina, natural, que a população local consome

Atrativos turísticos culturais

Cemitério de Tchada Baxu

Parece bizarro, mas o Cemitério do Tarrafal – em Tchada Baxu (Achada Baixo) – deve figurar no roteiro turístico, já que está intimamente ligado ao ex-Campo de Concentração, onde estiveram presos antifascistas de Portugal, Alemanha, Espanha, Polónia, e das ex-colónias portuguesas. No cemitério, podem ver-se campas de 37 antifascistas portugueses, incluindo a do fundador e líder do Partido Comunista Português, Bento Gonçalves, cujos restos mortais foram transladados para Portugal, nos finais da década de 80 – do século passado.

Praça Municipal

Este espaço público localizado no centro histórico da cidade é caracterizado pela sua beleza cénica e colorida e circundado por um conjunto de edifícios históricos mais antigos do concelho, apresentados a seguir, todos construídos nos anos 30.

 

 

 

Encontra-se em bom estado de conservação e, principalmente no verão, realizam-se inúmeras atividades de animação, tais como rádio praça, declamações de poesias e pequenos concursos musicais.

Paço do Concelho

Também erigido em 1935, foi alvo de intervenção com obras de remodelação em 2004 preservando-se em parte a sua arquitetura original. É o edifício que alberga o poder administrativo a nível local e se encontra em bom estado de conservação.

Museu da Resistência (Ex. Campo de Concentração)

Criado em 1936, pelo Decreto – Lei 26:539 de 23 de abril, como colónia penal para presos políticos e sociais, funcionava verdadeiramente como um campo de concentração que enclausurava todos que se opunham à ditadura salazarista e deixá-los morrer à míngua, sem as mínimas condições higiénicas e expostos ao sol e ao paludismo.

Edificado na zona de Chão Bom, ao fim de uma primeira fase, 1936 a 1954 – onde recebeu somente presos portugueses, que ultrapassaram uma centena – passou a receber nacionalistas das colónias portuguesas. Nos seus 38 anos de funcionamento, em que serviu igualmente como prisão para presos de delito comum, além de indivíduos de outras nacionalidades europeias passaram pelo “campo da morte lenta”, como também ficou conhecido devido às condições precárias de enclausuramento e o aumento de penas, 340 portugueses e 230 africanos, entre os quais 20 cabo-verdianos.

Fora do recinto prisional existia uma câmara de tortura denominada - Frigideira ou Segredo, descrita como um cubículo de cimento, asfixiante, de exígua dimensão, com uma porta de ferro, desprovida de qualquer mobiliário a não ser dois baldes, um para a água e outro para as necessidades, onde os presos eram colocados a pão e água durante dias e á mercê dos mosquitos, pelo que os que de lá saiam iam diretamente para a enfermaria, senão para o cemitério. O “campo da morte lenta” foi oficialmente encerrado a 1 de maio de 1974, com a revolução dos Cravos em Portugal e após 1975 passou a funcionar como quartel e centro de formação militar.

Escola Central

Localizado na praça municipal, foi erigido em 1935. Destaca-se pela sua traça colonial e por ter sido a primeira escola do concelho. Arquitetura de estilo colonial, encontra-se em mau estado de conservação, necessitando de algumas intervenções.

Mercado Municipal da Cultura

Circunvizinho à praça municipal, foi construído em 1935 e recentemente remodelado mas manteve-se a traça original da sua fachada principal.

O antigo mercado municipal é atualmente palco de várias atividades culturais e recreativas, tomando a designação de Mercado Municipal da Cultura e transferindo as atividades do primeiro mercado para o novo edifício construído na entrada da cidade do Tarrafal. O imóvel em questão tem um profundo valor histórico-patrimonial para a população do concelho e encontra-se em bom estado de conservação.

Atrativos culturais materiais

Alfândega Velha

Localizada a escassos metros do cais de pesca da baía do Tarrafal, na parte traseira proporciona uma rica e majestosa vista sobre a praia de Mangue, a Ribeira do Fontão e o monte Graciosa.

Foi construída em 1941 e desempenhou um papel importante até aos anos 70. É um edifício singular pela sua arquitetura tipicamente colonial e caracteriza-se pelo volume prismático recto, de planta retangular e telhados inclinados de quatro águas (telhados de tesoura). Encontra-se em mau estado de conservação, mas pode e deve ser-lhe atribuído algum uso, pois encontra-se num ponto estratégico da cidade e possui uma grandiosa estrutura.

Matadouro ao lado da Praia do Presidente

Construído em 1940, fica a escassos metros da “Praia do Presidente”. Nunca funcionou e encontra-se em estado de degradação. Segundo o PDM local, a sua requalificação, mantendo a traça original passará pela mudança de uso, ligado a recreio e lazer junto a faixa litoral.

Fontenário ao lado da casa Narina e Fontenário para o espaço verde

Localizados no centro da cidade, foram dos primeiros fontanários do concelho, construídos em 1961. Encontram-se degradados e podem ser dos principais motivos para a reabilitação dos largos onde se situam.

Faróis de Ponta Preta e Ponta Moreira

Edifícios que servem a navegação marítima, encerram um alto valor cénico pela sua arquitetura e imponência na paisagem, mas necessitam de intervenções e obras de recuperação, pois encontram-se em mau estado de conservação.

Silo do Colonato

Edificado em 1960, fia na zona de Colonato de Chão Bom. Desempenhou um papel fundamental, sobretudo nos períodos de grandes secas, pois, foi e continua ser o único espaço de conserva de pastos no município do Tarrafal. Encontra-se devoluto e em mau estado de conservação.

Trapiche

Engenho destinado a esmagar a cana-de-açúcar, mais frequente no meio rural e tradicionalmente movida a tração animal, geralmente bois, ao som de cantigas de canga boi para incitar o animal.

Deste produto produz-se o “grogue” - bebida alcoólica tradicional do país - através da destilação num alambique, bem como alguns derivados do grogue e o mel. No concelho existe um trapiche motorizado e três alambiques, todos no Colonato de Chão Bom, onde produzem um grogue de cana sacarina de boa qualidade.

Capela da Ribeira das Pratas

Construída na década de 40, fia localizada na zona de Ribeira das Pratas. Desempenha um papel importante no contexto religioso enquanto lugar de culto e, a 18 de dezembro celebra-se a festa de Nossa Senhora de Boa Esperança. Encontra-se em bom estado de conservação.

Centro de Artesanato de Trás-os-Montes

Destaca-se pela preservação e produção da olaria tradicional do concelho do Tarrafal. Da terra extrai-se o barro e, pelas mãos das oleiras, nasce a obra de arte. Pode-se encontrar bonitos utensílios decorativos e de utilidade doméstica ali produzidos e comprar souvenirs originais.

Capela da Ribeira das Pratas

Construída na década de 40, fia localizada na zona de Ribeira das Pratas. Desempenha um papel importante no contexto religioso enquanto lugar de culto e, a 18 de dezembro celebra-se a festa de Nossa Senhora de Boa Esperança. Encontra-se em bom estado de conservação.

Casa Nha Bibinha Cabral

Rainha do finaçon e do batuque, Nha ou Mana Bibinha é uma das mais lendárias figuras do concelho. A pequena casa onde viveu pode ser visitada em Monte Iria, nos arredores da Vila de Mangue. Serve, presentemente, de residência a uma de suas sobrinhas. Antes de descer para Monte Iria, Mana Bibinha vivera no fértil Curral de Baixo, hoje um vale desértico. Nha Bibinha faleceu a 14 de junho de 1985, no Hospital Dr. Agostinho Neto na cidade da Praia.

Atrativos Culturais imateriais

Festa “Nhu Santo Amaro” e Dia do Município

Celebrada a 15 de janeiro na Igreja Matriz do concelho, a festa de “Nhu Santo Amaro” atrai muitas pessoas oriundas de outras paragens do país bem como do mundo fora. Sendo a festa de maior destaque, coincide com as celebrações do dia do município onde acontece o Festival de Santo Amaro, que é um espaço de promoção da cultura e dos grupos e artistas locais, preferencialmente.

Todos os anos é uma grande festa de agradecimento da população da cidade, pela proteção que o padroeiro exerce sobre todo o município e os devotos. Logo no primeiro dia do ano começam os preparativos para aquela que é a maior festa do município, embelezando as ruas com bandeiras e animando a praça do município com batuque e funaná

Rabelados de Tarrafal

No concelho existe várias comunidades de Rabelados nas localidades de Lagoa-Gémea, Lapa Catchor (Cachorro), Bimbirim em Achada Biscainhos e Bicuda.

Festival de Batuque

Um festival sob a organização da Associação Delta Cultura é anualmente realizado na Cidade do Tarrafal, no primeiro fim-de-semana do mês de dezembro e o mesmo está enquadrado no programa das atividades da Festa do Santo Amaro e do Município deste concelho. São convidados dezenas de grupos de batuque de toda a ilha de Santiago a participarem e darem o seu contributo para a promoção desta tradição santiaguense, que é o objetivo principal deste evento. Para maior promoção e divulgação do evento o grupo responsável criou um blog na internet.

Tabanca

Geralmente sai às ruas nos meses de maio e junho, pela festa de Santa Cruz. É festejada nas localidades de Ponta Achada, Portal, Mato Mendes, Achada Longueira, Chão Bom, Cidade do Tarrafal e Curral Velho. No concelho deixou de existir, sem razões aparentes, por um certo período antes da independência, mas após 1976, na localidade de Chão Bom reorganizaram um grupo local que desfila às vezes nos meses já referidos.

Lenda da Noiva Branca

A praia de Mangue, o Campo de Concentração e o Monte Graciosa são as três grandes referências de Tarrafal. Contudo, é com Graciosa que os tarrafalenses têm uma relação mais afetiva.

A ponto de o imaginário coletivo lhe devotar histórias e lendas, entre as quais a da Noiva Branca. “Reza a lenda que uma noiva tarrafalense, abandonada no altar, sucumbiu ao desespero e à humilhação perante uma vila inteira. Ferida no orgulho, subiu ao Monte Graciosa, atirou-se ao mar, morrendo afogada. Ainda hoje, quando o luar se espelha no mar, cria-se uma espécie de áurea naquele Monte, levando com que as pessoas acreditem que é o brilho do espírito da desafortunada Noiva Branca, que há-de vir para alegria, gozo e satisfação dos tarrafalenses”.

No município, a silvicultura tem desempenhado um papel preponderante no combate contra a desertificação, na reconstrução do coberto vegetal, na satisfação das necessidades energéticas e no desenvolvimento da produção agro-silvo-pastoril.

Por esta razão, a Delegação do Ministério do Ambiente e Agricultura tem dado uma atenção particular a este sector. As florestas do concelho são constituídas por espécies que melhor se adaptam às zonas áridas, isto é, acácia americana (prosopis juliflora). Estão localizadas nas zonas áridas e semiáridas das grandes achadas, algumas encostas declivosas e vales. Se, por um lado, essas florestas resolveram o problema de energia doméstica, a lenha, por outro lado, em certas zonas, como por exemplo, no fundo dos vales e nas redondezas dos perímetros irrigados, elas são muito contestadas, sobretudo por agricultores.

As áreas protegidas poderão ser de interesse nacional, regional ou local, consoante os interesses que procuram salvaguardar. A Área Protegida do Parque Natural da Serra da Malagueta tem uma pequena percentagem (4,5%) dentro do limite do concelho.

Município de Santa Catarina do Fogo

O município de Santa Catarina foi criado em 2005 e, é um dos mais novos do país. Pertencia ao antigo Concelho de São Filipe que foi dividido em dois municípios, a saber: S. Filipe e Santa Catarina.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

O município de Santa Catarina foi criado em 2005 e, é um dos mais novos do país. Pertencia ao antigo Concelho de São Filipe que foi dividido em dois municípios, a saber: S. Filipe e Santa Catarina.

Dotada de uma identidade própria, Cova Figueira, a sede do Município constitui o maior aglomerado-centro de maior expressão populacional e socioeconómica. Foi elevada à categoria de Vila pelo Dec. Lei nº. 101/97 de 22 de dezembro.

Com a criação do Município de Santa Catarina em 2005, Cova Figueira assumiu a capitalidade e passou a ter uma Câmara Municipal eleita por um período de 4 anos. Constitui por excelência o principal lugar central do Município, sede da Câmara Municipal, dos serviços descentralizados do Governo, serviços de Saúde, Educação e Segurança, tem uma Escola Secundária que cobre todo o Município.

Localização geográfica

O município de Santa Catarina está situado no sudeste da ilha do Fogo na freguesia do mesmo nome, ocupando uma área aproximadamente de 125 Km2 e uma população residente de 5.299 habitantes segundo o CENSO 2010.

A sede do Concelho é a Vila de Cova Figueira, situada ao longo da via principal que liga a cidade de S. Filipe, capital da ilha e a Vila de Igreja, capital do concelho dos Mosteiros.

População

Segundo o CENSO 2010, a população de Santa Catarina do Fogo é de 5.299 habitantes, sendo 2.596 masculino e 2.702 feminino. Esta população está repartida em 930 famílias.

Em 2016 a população de Santa Catarina era de 5.282 sendo 50.5% do sexo Masculino e 49,5% do sexo Feminino.

Santa Catarina é um município predominantemente rural, embora sua localização mais ou menos no litoral, atrai as populações para a pesca. O litoral é escarpado e de difícil acesso.A maioria da população está empregue no sector primário, nomeadamente na agricultura de sequeiro, pecuária extensiva, e pesca. Em algumas localidades, começam a aparecer pequenos focos de agricultura de regadio, com recurso a micro-irrigação.

O sector secundário é ainda incipiente, embora começa a aparecer algumas indústrias familiares, nas áreas de carpintaria, reparações e artesanato.

Com a criação do município o sector terciário, nomeadamente os serviços públicos, encontra ainda em fase de implementação.

Agricultura

O setor agrícola é destacado como uma das atividades de maior concentração da população, desempenhando assim um papel fundamental no desenvolvimento económico, mas e de referir que a predominância se centra sobretudo na agricultura de sequeiro, segundo dados da MDR, 91,1% da população pratica a agricultura de sequeiro, com um rendimento baixo e as produções também são bastantes aleatórios, voltada no cultivo de milho e feijão. De seguida temos a agricultura irrigada que é praticada em menor escala, dados da MDR aponta somente 2,1% da população pratica a agricultura de regadio utilizando o sistema de rega a gota, onde são cultivadas para alem de milho e feijão, variedades em hortaliças, legumes e frutas diversas, nas zonas de Achada Apoio, Fonte Aleixo, Dacabalaio e Fonte cabrito.

A zona de maior destaque é Chã das Caldeiras, uma das áreas mais privilegiada do Município, onde se cultiva videiras e outras espécies que são transformados em vinhos que já é reconhecido internacionalmente.

Pecuária

A pecuária é um setor onde-se encontra um número significativo da população, de acordo com os dados da MDR 2015, 86,8% da população criam animal, tendo 0,5% aquacultura com associação a agricultura e 18,7% em silvicultura. É notável que a atividade da pecuária tem uma forte ligação com a agricultura, visto que a maioria que praticam a agricultura tem a pecuária como uma atividade complementar.

O facto de termos um Município estritamente rural, a pecuária tem-se destacado como um dos setores de grande importância, para além da grande importância no desenvolvimento socioecónomica, contribui essencialmente para a segurança alimentar da população.

É notável uma forte dinâmica a nível deste setor, visto que alguns anos atrás a produção era voltada para o consumo interno no seio das famílias, com o passar dos anos este setor ganhou espaço e autonomia, pequenas indústrias foram conseguidas e hoje fazemos exportação para outras ilhas.

Setor Empresarial

No município de Santa Catarina do Fogo, a dinâmica empresarial ao longo dos anos é consideravelmente visível, o Governo de Cabo Verde através de incentivos vem apostando fortemente na criação de micro, pequenas e medias empresas como forma de dinamizar a economia local de cada Município. Empresas que geram empregos qualificados, contribuindo para alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, apoiando a integração nas cadeias de valor locais, nacionais e internacionais.

Deste modo podemos citar que o setor empresarial desempenha um papel importante no desenvolvimento da economia de mercado, pois é o principal meio gerador de emprego e investimentos, alem de promover o crescimento económico também combate a pobreza e a desigualdade.

Pesca

O sector da pesca tem uma importância estratégica para o País, visto que um país de natureza insular, com uma extensa orla costeira, onde o mar representa uma fonte de recursos, é natural que mereça um destaque na garantia da sobrevivência e na formação do PIB do país.

O sector da pesca contribui consideravelmente para o desenvolvimento local, para o emprego gerando assim vários postos de trabalho e para a manutenção de outras atividades económicas, para além de que constitui uma matriz cultural que interessa preservar sem falar no abastecimento público de pescado, contribuindo com recursos próprios nacionais para minimizar o desastroso desequilíbrio da balança alimentar, e nos tempos de conturbada crise agrícola que o país atravessa.

O município de Santa Catarina do Fogo é uma das mais belas regiões do Fogo, possuindo uma diversidade de cores naturais - característica da sua vegetação - e imponentes montanhas que lhe atribuem uma beleza singular.

Aliadas às suas potencialidades naturais, nomeadamente agrícolas, o município encerra em si um enorme potencial turístico que está ainda por descobrir, não só na beleza do seu Vulcão, dos seus recantos, na cultura e tradições do seu povo.

O município de Santa Catarina das mais diversas potencialidades e oportunidades no setor turístico podemos destacar a magnifica paisagem marcada pela sua orografia, a diversidade paisagística marcada pela presença do único vulcão ativo no país, a bordeira, o perímetro florestal, o parque natural, os cones, as colunas de lavas vulcânicas, entre as espécies endémicas, bem como a sua história, musica, a gastronomia, em fim um leque de opções e variedades dos produtos turísticos.

E notável um aumento na entrada de turistas em Santa Catarina do Fogo, o ponto mais atrativo é a localidade de Chã das Caldeiras com um leque variado na diversificação da oferta turístico deste modo registou se com entrada permanente de turistas nestes sítios.

Atrativos Naturais

Chã das Caldeiras

A zona de Chã das Caldeiras localiza-se a norte da ilha do Fogo e integra o grupo dos recursos naturais do município de São Filipe. É uma depressão com cerca de 2 km de largura, coberta de escoadas lávicas e materiais piroclásticos resultantes das várias erupções vulcânicas, tendo a última ocorrida em Novembro de 2014.

Pico do Fogo

O Pico do Fogo, é um monumento natural, situado a norte da ilha, entre os municípios de S. Filipe, Mosteiros e Santa Catarina. Apresenta uma dissimetria cujo centro se encontra um pouco deslocado para nordeste. Em termos geomorfológicos caracteriza-se por uma descida abrupta para nordeste, onde se situam os municípios de Mosteiros e Santa Catarina, e mais suave para sudoeste e sul.

Possui uma altitude de cerca de 2 829 metros, com uma enorme cratera no seu topo. Em torno do cone principal podem observar-se vários cones adventícios, escoadas lávicas e materiais piroclásticos de natureza predominantemente basáltica que testemunham as várias erupções vulcânicas que têm fustigado a ilha, tendo a última ocorrido em novembro de 2014.

Este monumento ainda mantém os traços naturais da sua edificação, razão pela qual se apresenta em bom estado de conservação. Por outro lado, o uso para escalada, contemplação, estudos científicos ou sessões de fotografia não têm provocado impactos negativos na sua configuração o que demonstra que são atividades compatíveis.

Pico do Fogo, Vertente Nordeste

O Pico do Fogo é um atrativo natural localizado a norte da ilha Fogo, mais concretamente, a oeste do município de Santa Catarina, a cerca de 20 km da cidade de Cova Figueira.

Na parte noroeste do pico, sobressai uma paisagem negra, resultante das diversas escoadas lávicas em consequência das inúmeras erupções vulcânicas na ilha contrastando com o azul do oceano atlântico e o verde dos campos agrícolas.

São essas características marcantes que a tornam numa paisagem singular se comparada com outras partes da ilha.

Monte Preto

Trata-se de um monumento geológico localizado entre Figueira Pavão e Baluarte de Cima na parte intermédia deste município.

A cor negra, a morfologia e a presença de materiais piroclásticos testemunham a sua origem vulcânica, por conseguinte, constitui mais um geosítio deste município.

Ribeira Nha Lena

A Ribeira de Nha Lena Nasce no sopé do vulcão, vertente noroeste, confluindo com a Ribeira Campo Pico cuja foz é a ponta de Antoninha. É uma Ribeira estreita e extensa com cerca de 30 metros de largura e 20 a 30 metros de altura e que aumenta de profundidade em direção à foz.

Praia de Ponte Queimada

É uma praia situada nas proximidades da zona de Bombardeiro que é conhecida popularmente por “Recanto de Ponta Queimada”. Trata-se de uma praia abrigada, de pequena dimensão, de areia preta e fina, e água cristalina. O facto de ser uma praia acantonada e isolada, com predominância de escoadas lávicas à sua volta, torna este local, uma paisagem atrativa e singular.

Praia Grande

É uma praia localizada a sul do município de Santa Catarina que dista cerca de 3 km da cidade de Cova Figueira.

É uma praia de grande extensão, se comparada com outras existentes neste município. Possui areia preta e fina, água cristalina e sem sinais de poluição à vista e é ali que desova a maior parte das tartarugas desta ilha. Essas características atribuem-lhe singularidades e tornam-na num potencial atrativo turístico.

Baía de Alcatraz

A baía de Alcatraz é um acidente geográfico situado a sul do município de Santa Catarina, a cerca de 7 km da cidade de Cova Figueira, na proximidade da zona de Estância Aleixo, compreendida entre ponta Belcher e ponta do Alcatraz.

Trata-se de uma baía de forma semicircular, de grande extensão, com várias reentrâncias e de águas profundas, o que permitiu a construção do porto do Alcatraz. À sua volta sobressai uma paisagem marcada por um manto de escoadas lávicas, de cor negra e acastanhada o que lhe confere uma beleza cénica atraente. Possui ainda uma falésia que constitui mais um elemento harmoniza-te desta paisagem.

Serra de Bordeira

Trata-se de um hemiciclo, ou seja, “meia-lua” com cerca de 9 km de diâmetro, abertura para leste cujos pontos mais altos se situam-se a ocidente. Este património geomorfológico está delimitado a ocidente por escarpas semicirculares – a Serra da Bordeira – com cerca de 1 000 m de altitude.

 

No seu interior compara-se a uma “muralha abruta” com queda a pique que ainda está em construção.

Ao longo do percurso em direção à Serra da Bordeira observa-se um microclima típico das zonas montanhosas que vai variando de características, sendo a mais marcante a diminuição da temperatura, devido ao efeito da altitude.

Recursos histórico-culturais

Cidade de Cova Figueira

A Cidade de Cova Figueira situa-se no município de Santa Catarina e faz fronteira com os outros dois municípios da ilha. É uma antiga vila que ganhou o estatuto de cidade em 2010, constituída por um pequeno aglomerado urbano que se desenvolveu ao longo da estrada que a atravessa e a liga aos outros municípios.

Em termos urbanísticos é uma urbe de perfil longitudinal, que se estende ao longo da encosta oriental do pico do Vulcão. Os elementos histórico-culturais que ali se destacam são as duas igrejas e o cemitério, pelo que é mais um ponto de passagem para Chã das Caldeiras.

A Cidade de Cova Figueira está localizada muito próxima de um vulcão ainda ativo. Os riscos são iminentes no quadro das erupções, pela manifestação de abalos sísmicos e correntes de lava.

Existe um serviço de vigilância sismológica que faz a monitorização da atividade vulcânica com equipamentos instalados na Chã-das-Caldeiras. No entanto, a gestão dos riscos vulcânicos está assegurada pelo Serviço Nacional de Proteção Civil e tem uma abrangência nacional.

Outro risco potencial é a seca que, no passado, terá dizimado milhares de pessoas. O acompanhamento da seca é feito de forma sistémica pelos vários serviços centrais do Governo abrangendo a Proteção Civil, os Serviços de Proteção Social, a Agência de Segurança Alimentar, o Ministério da Agricultura e o Ministério de Saúde. No período recente, os casos de seca foram mitigados através de programas de emergência que permitiram a criação de postos de trabalhos para socorrer os camponeses atingidos, a distribuição de água por autotanques, etc.

A passagem de ciclones constitui um fenómeno raro mas não negligenciável, até porque são mais frequentes do que erupções vulcânicas, podendo ter riscos de sinistralidade na destruição pelos ventos tempestuosos e inundação das casas próximas das linhas de água pelas enxurradas.

Um risco presente são as pragas e as epidemias. As últimas pragas de grande envergadura registadas em Cabo Verde estão associadas à invasão do gafanhoto do deserto (Schistocerca gregaria) que constitui um perigo sobretudo, para agricultura se a invasão coincidir com a estação das chuvas.

Município de Mosteiros

O concelho de Mosteiros foi criado em 1991, pela lei nº 23/IV/91, de 30 de dezembro, que entrou em vigor a 2 de janeiro de 1992.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

À semelhança do município de São Filipe, o povoamento dos Mosteiros esteve ligado à produção agro-pastoril. É um concelho predominantemente agrícola, cujas culturas dominantes são: o café, a uva, o algodão e a purgueira.

A produção do algodão permitiu o desenvolvimento da indústria têxtil, nomeadamente, no fabrico de panos. O café do Fogo e o vinho (“Manecon” e outras marcas), produzidos em Mosteiros e Chã das Caldeiras respetivamente, têm vindo a ser um cartão-de-visita da ilha e um dos produtos mais exportados.

Criação

O concelho de Mosteiros foi criado em 1991, pela lei nº 23/IV/91, de 30 de dezembro, que entrou em vigor a 2 de janeiro de 1992. Porém, torna-se necessário dizer que a vocação autárquica e a tradição histórica-administrativa de Mosteiros são anteriores a 1991. Em 1917 foi criado através do decreto nº 3 108-B de 25 de junho e em 1974 pelo Decreto Provincial nº 10, de 11 de julho.

Localização Geográfica

O município dos Mosteiros localiza-se a Norte da ilha do Fogo e ocupa uma área de 85 Km2. É limitado a Norte e Leste pela orla costeira, a Oeste pelo município de São Filipe e a Sul pelo município de Santa Catarina. Trata-se de um município criado em 1991, através da Lei nº 23/ IV/9, II série de 30 de dezembro. O Município dos Mosteiros comporta uma única freguesia, a de Nossa Senhora da Ajuda, que se encontra dividido em 16 localidades, a saber: Vila de Igreja, Queimada-Guincho, Mosteiros-Trás, Fajãzinha, Feijoal, Ribeira do Ilhéu, Sumbango, Murro, Rocha-Fora/Ligeirão, Atalaia, CovaFeijoal, Pai-António, Cutelo-Alto, Corvo, Achada-Grande e Relva.

O Município do Mosteiros tem 476km2 de superfície e apresenta a forma quase que circular. A maior parte do território Mosteiros encontra-se coberto de lavas resultantes de uma série de erupções vulcânicas que aconteceram ao longo dos tempos, de diferentes idades em termos de escalonamento e de tonalidade.

Em termos geomorfológicos o município é caracterizado pela existência de profundos vales entalhados, com vertentes íngremes e recortados por barrancos. A arriba costeira é abrupta, com desníveis consideráveis, com exceção da zona de Fajãzinha e algumas praias, onde são definidas plataformas rebaixadas contíguas à orla marítima.

Apenas a localidade de Fajã nos Mosteiros possui superfície relativamente plana. As superfícies das encostas circundantes são talhadas por leitos de várias ribeiras, por vezes bastantes profundos.

O Concelho de Mosteiros, em virtude das suas características geomorfológicas, altitude e disposição dos ventos dominantes, possui características climatéricas muito próprias, com destaque para microclimas. Devido ao seu aspeto orográfico, verifica-se a predominância de microclimas áridos e semi-áridos que, à medida que aumenta a altitude, aumenta a pluviosidade e, consequentemente, a diminuição da aridez.

A parte do litoral é árida, ao contrário da zona alta em que se verifica uma vasta área florestal enquadrada na zona húmida. No cômputo geral, o município dos Mosteiros abrange as zonas: áridas na faixa litoral, semi-árida na faixa sub-litorânea e sub-húmidas nas zonas de maior altitude (inventário dos recursos turísticos).

População

O Município de Mosteiros tem uma população residente de 9.336 habitantes, correspondendo a 1,8% da população de Cabo Verde e 26,2% da população da ilha do Fogo, o que configura uma densidade populacional, aproximadamente, na ordem dos 110 hab/Km2, sendo que 48,1% são do sexo masculino e 51,9% do sexo feminino. A idade média é de 27,8 anos, sendo que 27,5 anos para homens e 31,1 anos para mulheres, inferior à média nacional (29 anos). O índice de masculinidade situa-se na ordem dos 92,5%, abaixo do índice nacional que é de 100,5%.

De notar que segundo as projeções demográficas 2010-2030 do INE, o nosso município apresenta uma taxa de crescimento natural de 1,24%, com uma taxa de crescimento médio anual de -0,3% e uma esperança média de vida à nascença de 71,8 anos para os homens e 80 anos para as mulheres (Diagnóstico territorial do município de Mosteiros).

O desemprego constitui um problema estrutural para a nossa economia e, como tal, pressupõe medidas de políticas integradas entre os principais stakeholders de desenvolvimento económico do país, máxime o governo, as autarquias locais e o setor privado. Em particular, no município de Mosteiros embora a taxa de desemprego seja abaixo da média nacional, o desemprego não deixa de constituir um problema social e que carece de políticas públicas que visam a sua mitigação.

Agricultura/ Silvicultura

A agricultura é a base da economia dos Mosteiros. Predomina a agricultura de sequeiro, tanto nas terras baixas como nos andares superiores, dominando as culturas de minifúndio, em pequenas parcelas, muitas vezes cercadas de muro de pedra solta. As culturas de regadio são feitas em pequenas parcelas, tiveram um grande incremento com a instalação da água de rede pública.

No quadro das condições ecológicas da ilha de Fogo, o Concelho dos Mosteiros possui boas potencialidades agrícolas pela existência de microclimas, favoráveis à fruticultura, leguminosas, pecuária e silvicultura.

A viticultura constitui uma imagem da revolução da agricultura nos Mosteiros e na ilha do Fogo. Existe uma Adega Cooperativa na Chã-das-Caldeiras que foi modernizada com ajuda de uma ONG italiana e com apoios da Cooperação Técnica Alemã.

A agricultura de regadio, com a utilização do sistema de rega gota-gota, configura-se como uma alternativa à melhoria das condições de vida das pessoas. No entanto, o elevado custo da água de rega constitui um obstáculo de peso.

A cultura do café, foi, no passado, uma das principais atividades de rendimento dos Mosteiros e da ilha do Fogo. Atualmente existe uma Fábrica de descasque, torrificação e embalagem do café do Fogo.

A silvicultura tem merecido especial atenção da Câmara Municipal e do Governo Central. O perímetro florestal de Monte-Velha situado a mil metros de altitude constitui um dos maiores perímetros florestais do país, tendo sido criado nos finais da década de quarenta do século XX, possui um plano de renovação das plantas e a cintura florestal tem crescido nos últimos anos com novas plantações na estação das chuvas.

Pecuária

A pecuária constitui uma atividade complementar da agricultura, o gado bovino, caprino, suíno bem como as aves de capoeira são as espécies às quais os criadores dispensam maior atenção. Existe uma forte tradição de produção de queijo, sobretudo de caprinos, destinada ao mercado.

Comércio

O setor privado desempenha, cada vez mais, um papel chave nas economias hodiernas, com especial enfoque na criação do emprego e crescimento económico. A nível do município de Mosteiros, pela pequenez do seu mercado, ainda o setor privado não se desenvolveu ao ponto de gerar muitos empregos e fomentar o crescimento da economia local. Neste sentido, é fundamental que haja políticas e incentivos locais às micro e pequenas empresas que atuam nos setores-chave de desenvolvimento do município, principalmente no domínio da agroindústria e serviços ligados ao turismo.

De acordo com o inquérito às empresas levado a cabo pelo INE em 2015 (IAE 2015), o município de Mosteiros dispõe de 157 empresas de categoria “micro e pequenas empresas”.

De sublinhar que de entre essas empresas, 63,7% enforma o grupo dos minimercados/mercearias e bares e cerca de 7,6% constitui as empresas de transformação do milho, café, vinho, corte e costura, venda de combustíveis, videoclube, clínica dentária, escola de condução, jardim infantil, entre outras.

Pesca

O sector da pesca é de importância vital para o desenvolvimento do Município. Para além de ser um sector que gera outros empregos, vem dando um contributo valioso a nível da segurança alimentar, existindo nos Mosteiros seis zonas piscatórias.

A pesca no Concelho abrange essencialmente, a pesca de grandes pelágicos com a utilização da técnica de linha (pesca de fundo), e de pequenos pelágicos com recurso a redes de cerco e de e malha introduzidas pelo Projeto – Alemão/ FOPESCA, que faz captura das espécies como cavala, chicharro, palombeta.

O turismo rural é uma potencialidade que poderia ser explorada com algum proveito para o município. Contudo, a sua promoção tem de passar, forçosamente, por algum investimento público, nomeadamente na formação de uma classe empreendedora ligada ao sector, formação, concessão de créditos e orientação dos investimentos.

Recursos turísticos Naturais

Perímetro florestal de Monte Velha

A Floresta de Monte Velha é um atrativo localizado a noroeste da ilha do Fogo, no andar sub-húmido e húmido da montanha que integra os municípios de S. Filipe e Mosteiros. É constituída essencialmente por mantos de eucaliptos de grande porte e espécies endémicas.

Esta mancha de eucalipto, associada a outras espécies ali existentes, harmoniza-se e forma uma paisagem verdejante e atrativa, ao contrário do lado leste da ilha e do interior da Serra de Bordeira.

Perímetro Florestal Monte Velha

A sua localização e exposição aos ventos húmidos têm garantido a exuberância desta floresta como paisagem verdejante, em consequência das precipitações ocultas. Por outro lado, as medidas administrativas implementadas para a sua gestão, como por exemplo, o repovoamento florestal, também tem garantido que esteja sempre verde, ou seja, apresenta-se em bom estado de conservação.

Das inúmeras espécies endémicas do país é ali que se encontra uma grande diversidade, sendo mais comum o Tortolho (Euphorbia Tuckeyana).

Orla Costeira dos Mosteiros

A orla costeira dos Mosteiros caracteriza-se por uma sucessão de reentrâncias, formando baías, enseadas e pontas com destaque para a Baia do Monte Vermelho, Ponta do Guincho, Ponta Queimada, Ponta do Guincho, Ponta da Lagoa Atráz, Lago e Baía e Ponta do Corvo.

Ao longo da costa, destaca-se a baía do Porto dos Mosteiros compreendida entre Ponta Gil e Ponta Queimada. Ali existe a praia de “Baxo Lá”, nome atribuído pelos moradores locais.

É uma praia extensa, de areia preta, indiciando forte dinâmica das ondas, o que reúne potencial para desportos náuticos.

Praia de Fajãzinha

É uma praia localizada a norte da cidade dos Mosteiros, na zona de Fajãzinha. Trata-se de uma praia de pequena dimensão, de calhaus rolados. É mais utilizada pelos pescadores para lançamento e arrastamento de botes de pesca. Dispõe de um caminho pedonal, ou seja, umas escadarias até ao local.

Recursos Histórico-culturais

Cidade dos Mosteiros

É um pequeno núcleo urbano situado na zona ribeirinha sobre uma planície abissal, de perfil longitudinal. Esta urbe possui um conjunto de edificações desde igrejas, praças e pracetas que se harmonizam formando uma paisagem cultural.

Cooperativa Sodadi

Encontra-se localizada na zona de Achada Grande. É de fácil acesso, por se situar na proximidade da estrada nacional que a liga a outros municípios. Trata-se de uma empresa agrícola de produção e transformação de uvas em vinho.

A produção é colocada tanto no mercado local como internacional. Neste local, o visitante pode apreciar o processo produtivo, visitar a adega, degustar o vinho e fazer a aquisição do vinho. Estas atividades constituem um “nicho” específico de turismo cultural, na sua vertente enoturismo.

A Cidade da Igreja está inserida numa ilha com vulcanismo ativo, embora o vulcão esteja longe do perímetro urbano. Os riscos são iminentes no quadro de erupção vulcânica, pela manifestação de abalos sísmicos, e da necessidade de socorrer os sinistrados. Existe um serviço de vigilância sismológica e vulcânica que faz a monitorização da atividade vulcânica como os microssismos e circulação do magma, estando a gestão dos riscos vulcânicos assegurada pelo Serviço Nacional de Proteção Civil que tem uma abrangência nacional.

Outro risco potencial é a seca, que, no passado terá dizimado milhares de pessoas. O acompanhamento da seca e seus efeitos é feito de forma sistémica por vários serviços centrais do Governo abrangendo a Segurança Civil, a Agência de Segurança Alimentar, o Ministério da Agricultura e o Ministério de Saúde.

Na estação das chuvas há o risco de ocorrência de inundações em consequência, nomeadamente, da passagem de ciclones, mas, em regra, na cidade da Igreja não se desenvolvem construções urbanas em zonas sujeitas a deslizamento de terras e arrombamentos, nem em áreas inundáveis.

Os ventos fortes da passagem de ciclones também constituem riscos pois, apesar de serem raros, são de difícil previsão. Um outro risco a ter em conta é a subida do mar, pois há aglomerações muito próximas do mar e a uma quota muito baixa, como a zona de Fajãzinha.

Um risco presente são as pragas e as epidemias, as últimas pragas de grande envergadura registadas em Cabo Verde estão associadas à invasão de gafanhotos do deserto (Schistocerca gregaria) o que constitui um perigo sobretudo para agricultura se a invasão coincidir com a estação das chuvas.

Município de Brava

A ilha Brava é a mais pequena ilha habitada do arquipélago e a mais a sul do país. A sua ocupação seguiu-se à da ilha do Fogo, podendo explicar-se pela proximidade geográfica.

10 METAS CIDADES mais SAUDÁVEIS

CABO VERDE AMBIÇÃO 2030

Em janeiro de 1798 os piratas franceses que invadiram a ilha entenderam que a povoação de São João Baptista (Nova Sintra) tinha gente bastante para justificar o saque. A população da ilha registou um rápido crescimento entre os finais do século XVIII, altura que começa a emigração para os Estados Unidos da América e a primeira metade do século XX.

As características topográficas e climáticas da ilha justificam uma concentração nas terras altas, acima de 450 metros, onde existe solo, terras planas e humidade suficiente para uma agricultura pluvial de sucesso.

O robusto crescimento demográfico justificou a criação em 1826 da freguesia de Nossa Senhora do Monte, ficando assim a ilha com duas freguesias, apesar do seu modesto território.

Por volta de 1830 chegou a ilha Brava a título de degredado o Padre João Henriques Moniz, que desempenhou o cargo de pároco da freguesia de São João Baptista (Nova Sintra), fundou uma escola primária na ilha, que passou a ser a Escola Primária Superior de Cabo Verde até 1860, altura que foi transferida para a Cidade da Praia.

A ilha Brava é a mais pequena ilha habitada do arquipélago e a mais a sul do país. A sua ocupação seguiu-se à da ilha do Fogo, podendo explicar-se pela proximidade geográfica.

A incorporação de indígenas nas tripulações das embarcações que por ali passavam e atracavam permitiu o conhecimento e familiarização com as rotas e técnicas de pesca da baleia, o que facilitou a emigração para os EUA.

Em meados de 1800, a Brava destacou-se por possuir a única escola ‘superior” do arquipélago e de ter sido a sede provisória do Bispado e do Governo.

Criação

A Cidade de Nova Sintra é o principal núcleo urbano da ilha Brava, foi elevada a essa categoria pela Lei nº77/VII/2010 de 23 de agosto, que estabelece o regime de divisão, designação e determinação das categorias das povoações. À data, tinha a categoria de vila com uma população da ordem de 1852 habitantes. As origens da cidade perdem-se nos tempos, mas provavelmente remontam ao povoamento da ilha que também não tem data segura.

Em 1604, Baltazar Barreira faz uma descrição das ilhas de Cabo Verde e das suas gentes, não tendo feito qualquer referência à ilha Brava. No entanto, em 1606 a Brava é referida com gado e alguns moradores. Em 1784, o autor da Notícia Corográfica e Cronológica do Bispado de Cabo Verde apresenta-a como sendo pequena e ter só uma freguesia por ter pouca gente e tão pobre que não pode sustentar outro sacerdote além do pároco.

Localização geográfica

Com uma área de 64 km2, a ilha Brava é a mais pequena ilha habitada do país, apresentando um relevo vigoroso a partir da costa. Ponto culminante, Fontainhas, está a menos de 5 km da costa e chega a 976 metros de altitude; do centro da ilha divergem barrancos profundos. A costa dominante é de arribas vigorosas, mesmos nas poucas baías como Furna, Ancião Ferreiros e Fajã de Água.

A ilha forma um único município, com duas freguesias desde os meados do século XIX. O povoamento remonta aos princípios do século XVII e, segundo Lopes de Lima (1841), teve um incremento com a chegada de mais moradores que fugiram da ilha do Fogo após a erupção vulcânica de 1645.

Do ponto de vista geomorfológico caracteriza-se por ser uma ilha montanhosa, sendo o ponto mais alto o monte Fontainhas com 957 m de altitude. Do ponto mais alto da ilha irradiam várias Ribeiras: Ribeira Garça, Ribeira da Cruz, Ribeira Fundão do Cachaço, Ribeira de Aguada, Ribeira do Sorno, Ribeira dos Ferreiros, Ribeira de Fajã de água, e Ribeira Renque, entre outras. Existem inúmeras baias com destaque para Furna, Fajã d’água, Porto de Ancião e do Caniço.

Do ponto de vista climático distingue-se pelo facto de apresentar uma diversidade de microclimas desde a aridez nas regiões litorais à humidade nas zonas altas, com forte presença de condensação à superfície - “Nevoeiro”.

População

A Ilha Brava em 2010 contou com uma população de 5.995 habitantes, dos quais 2.973 são homens e 3.021 são mulheres. Em 2017 o município contou com uma população de 5.579 segundo os dados do INE.

A ilha da Brava ou a ilha das flores, como costuma ser chamada, foi berço do imortal e grande escritor, músico e poeta, Eugénio Tavares, que ficou imortalizado na história da literatura Cabo-verdiana, da comunidade lusófona, e não só.

Essa ilha foi inicialmente povoada com gentes da Madeira, Algarve, Minho, e provavelmente com outras pessoas, mas agora tem uma população diversificada. O único concelho da ilha tem cerca de sete mil habitantes.

A economia interna da ilha vive do sector primário, nomeadamente da agricultura, pecuária e pescas, mas a ilha efetivamente tem uma grande dependência das remessas da emigração, sobretudo dos Estados Unidos da América.

Agricultura/pecuária

Agricultura de sequeiro, associada à criação de gado, constitui a principal ocupação da população da ilha Brava. A pecuária esteve presente desde a chegada dos primeiros moradores e o gado bravio esteve na ilha antes de moradores permanentes. Atualmente, a pecuária é uma atividade complementar da agricultura, embora nas vertentes rochosas e íngremes pastam cabras em regime livre.

Na ilha Brava, estima-se que cerca de 20% das terras de sequeiro são cultivadas por conta própria, 22% em regime de parceria, 14% por arrendamento e 45% por comodato (exploração que o agricultor faz da terra que não lhe pertence), sendo esta última, uma forma semidirecta de exploração e muito importante na ilha.

A criação de gado constitui uma atividade complementar à de agricultura e tem tido grande importância para a economia familiar, apesar da sua forma de exploração ser do tipo tradicional.

Comércio

O sector do comércio é de extrema importância para o município. Atualmente quase todas as zonas do município encontram-se cobertas de pequenas unidades de comercialização de bens, principalmente géneros de primeira necessidade.

O comércio está centralizado na cidade de Nova Sintra onde as lojas estão muito bem fornecidas sobretudo com produtos oriundos dos Estados Unidos da América. Domina o comércio clássico em lojas e minimercados.

O comércio informal está voltado sobretudo para os produtos agrícolas nos mercados e nas feiras. Não se instalou o sistema de venda na rua como nos grandes centros. O comércio a retalho de mercearia está presente em praticamente todas as aldeias fazendo a distribuição de bens essenciais.

Pesca

A pesca representa um sector de elevada importância para o desenvolvimento socioeconómico da ilha Brava, não só pela sua contribuição na segurança alimentar das populações, mas também pela criação de empregos.

O sector é caracterizado por um sistema de exploração do tipo artesanal. A pesca é feita fundamentalmente através de linhas e redes e a comercialização é feita localmente através de peixeiras enquanto que para fora da ilha a comercialização é assegurada pelos rabidantes que muitas vezes recorrem à conservação em gelo e salmoura.

As localidades com vocação para a pesca são Tantum, Furna Fajã D’ Água, Pedrinha e Incião. Os tipos de pescado que predomina são os grandes e pequenos pelágicos e os crustáceos.

Um outro fator que impede o desenvolvimento socioeconómico desta ilha, é a questão dos transportes, sobretudo o marítimo que se manifesta muito deficiente e irregular, fazendo com que a Brava se torne a ilha mais isolada do País.

O turismo está muito incipiente, mesmo num quadro de turismo interno étnico, geralmente os familiares que vêm de férias da diáspora vão para as suas casas ou de familiares próximos. Existe uma grande carência de infraestruturas de alojamento e restauração. O relativo isolamento da ilha durante as últimas décadas não favoreceu o desenvolvimento desse sector.

Paradoxalmente, as potencialidades em turismo de nicho, voltadas para o espaço rural e natureza, são extraordinárias, a qualidade estética das paisagens, os caminhos pedonais e os acidentes naturais como as crateras, falhas tectónicas, tipo de formas de relevo e afloramentos de rochas constituem autênticos laboratórios naturais para um turismo especializado.

Atrativos Naturais

Monte Vigia de Riba

Trata-se de uma estrutura geológica em forma de falha, com cerca de 750 metros de altitude, localizado a sudoeste da ilha Brava, confinando com outras geoformas tais como: Cratera de Chão de Ouro e de Campo Baixo e Ribeira dos Ferreiros, que é uma reserva ambiental.

A singularidade deste monte deve-se à sua composição geológica, de natureza predominantemente fonolítica, altitude e verticalidade. Estando no cimo deste monte tem-se uma ampla vista panorâmica para o sul da ilha, com destaque para a área protegida - a Ribeira dos Ferreiros.

Monte Fontainhas

É um monumento geológico, com cerca de 976 m de altitude, localizado na zona de Fontainhas, a Sudoeste da cidade de Nova Sintra, e a uma distância de cerca de 2,5 km.

Pertence a uma das formas de relevo vulcânico, designada de Doma endógena ou Cúpula, um modo de jazida de rochas magmáticas vulcânicas ou efusivas que resulta da consolidação de uma lava viscosa que se acumula no interior da cratera.

É o ponto mais alto da ilha - “cabeça da ilha”. Do seu cimo tem-se uma enorme vista panorâmica, o que permite contemplar as várias geoformas circundantes como a Cratera do Fundo Grande, Lima Doce, Tapume, Cova Joana, Francelha e Achada Benfica.

A sua elevada altitude e exposição aos ventos húmidos fazem com que o seu cimo esteja rodeado de nevoeiro, um elemento singular da ilha. Pode-se perfeitamente localizar um espelho de captação de água de nevoeiro.

Baía e Porto de Furna

Trata-se de um acidente geográfico localizado no litoral nordeste da ilha Brava, compreendida entre Ponta de Rasque e Ponta Badejo.

Esta baía tem uma forma semicircular ou um crescente, em resultado sobretudo de um intenso efeito erosivo do mar. Caracteriza-se, ainda, pela cristalinidade, limpeza e profundidade das suas águas, sendo esta última caraterística a que lhe permitiu abrigar o único e maior porto de água profunda da ilha, transformando-o num atrativo natural por excelência.

Também ao longo da margem desta baía nasceu e cresceu uma pequena povoação, que se dedica à atividade piscatória, e cujo modo de vida simples e manifestações de cariz cultural e religiosa (festa de Conacri, Nossa Senhora dos Navegantes, São João Batista) ali realizadas, dão a esse espaço um alto valor de atrativo cultural.

Baía e Porto Natural de Ancião

Trata-se de uma reentrância na costa sudoeste da ilha, compreendida entre a Ponta de Nhô Matinho e a Ponta de Quebra Cabeças, e cujo acesso é feito por via marítima.

À semelhança da Baía de Furna tem uma forma semicircular. O elemento harmonizante desta baía, o promontório Sul Ponta Nhô Matinho, foi durante muito tempo utilizado para seguir, tanto o rumo Norte da ilha como o rumo Sul, a todas a embarcações, razões pelas quais foi considerado um sítio estratégico onde se localizou um farol com o mesmo nome.

Esta baía tem um valor histórico, pois graça à sua configuração, permitiu a existência de um porto natural, onde muitos bravenses foram resgatados da fome no século XVI.

Baía e Fajã d’Água

Trata-se um acidente geográfico localizado a noroeste da ilha, mais concretamente, a oeste da cidade de Nova Sintra, compreendida entre a Ponta de Nhô Padre e Ponta Garbeiro.

É uma baía com uma extensa dimensão cujas as duas pontas apresentam várias reentrâncias, em consequência do contato entre a ação erosiva marinha e os materiais litológicos heterogéneos e de desigual dureza.

Essas reentrâncias configuram autênticas “piscinas naturais”, o que constitui uma singularidade desta baía, com destaque para a famosa “poça preta” e o seu “castelo filões”.

A “poça preta” e seu “castelo de filões” constituem um dos elementos atrativos desta baía em forma de pequenas depressões circulares, “piscinas naturais”, em contato com o mar, onde a renovação da água vai depender da maré que se faz sentir ao longo da baía.

É aproveitada pelos moradores locais e por visitantes para mergulho em horas de lazer, graças à sua água tépida e cristalina.

Realça-se a beleza cénica e paisagística desta baía pela sua configuração e extensão, bem como pela frescura da brisa que ali se sente e o verde que serpenteia o vale na sua proximidade.

À semelhança das outras baías da ilha ali nasceu e cresceu uma pequena povoação, com forte tradição migratória e manifestações culturais, com destaque para a comemoração do dia do emigrante no mês de junho.

Ilhéus

Na composição da geografia do País, há partes do território que, pela sua pequenez, não foram ocupadas permanentemente, servindo apenas como áreas de refúgio para fauna e flora: são os ilhéus.

Os Ilhéus Secos ou Ilhéus do Rombo situam-se no grupo de Sotavento do arquipélago de Cabo Verde, a Sul.

O isolamento destes territórios, quer das ilhas quer do continente, garantiu a preservação e a proteção de espécies de fauna e flora que, pelo seu valor científico, tornam essas áreas singulares.

O seu valor científico, cénico, geomorfológico e geológico, bem como a paisagem no seu todo, somam-se para se tornarem num território singular no cômputo do país, razões pelas quais, lhe foi atribuído o estatuto de área protegida, categorizada de Reserva Natural Integral, conforme o DL/03/2013.

O acesso a este espaço só é possível por via marítima, e apenas para fins científicos, apesar de frequentemente serem utilizados pelos pescadores para a realização da pesca.

Atrativos Históricos Culturais

A ilha da Brava apresenta, de forma dispersa, uma diversidade de atrativos com valores históricos e culturais, integrados em vários povoados, resultantes da apropriação do espaço e das relações sociais estabelecidas ao longo do tempo. Como exemplos desses atrativos destacamos o abrigo, conveniência e ambiente aprazível, a vista panorâmica, manifestações culturais, obras de políticas do paisagismo Municipal, equipamentos e infraestruturas, entre outros.

Esses atrativos subdividem-se em elementos patrimoniais materiais como edifícios antigos e de arquitetura colonial (casas, escolas, igrejas, mercados, farol, memórias e monumentos, espelho de captação de água superficial, praças e jardins) e imateriais com destaque para as festas de Romarias (Santa Cruz e Santo António, São João, São Pedro, São Paulo, S. Ana, Santa Aninha e Nossa Senhora dos Navegantes) e Populares (Colá São João).

A simbiose entre os diversos elementos faz dos diferentes povoados autênticas paisagens/áreas culturais claramente definidas, ou seja, resultantes de ações intencionais do homem, e nesta categoria podem ser integradas jardins, áreas urbanas e rurais.

Santa Bárbara

Trata-se de uma pequena povoação situada a oeste da cidade de Nova Sintra, indiciando um primeiro núcleo urbano antes da atual cidade.

Esta povoação carateriza-se, sobretudo, pela configuração arquitetónica dos seus edifícios em estilo colonial, cobertura em forma de quatro águas e de telha, distribuídos de maneira a formar um estilo de povoamento disperso.

No percurso pela povoação, os visitantes terão oportunidade de apreciar os edifícios e ruas com características arquitetónicas de estilo colonial, tais como habitações, uma igreja católica e, entre outras.

Estando na Ponta de Santa Bárbara, o visitante terá uma excelente vista panorâmica para o mar, podendo apreciar, se o dia for de boa visibilidade, grande parte do nordeste da ilha, onde sobressai o Porto e Baía de Furna, a Baía de Pesqueiro, Ribeira de Vinagre onde outrora se situava uma fonte que brotava água com caraterísticas mineromedicinais e os ilhéus Rombo ou Secos.

Cidade de Nova Sintra

A cidade de Nova Sintra fica num planalto de aproximadamente 520 m de altitude e apresenta uma vista panorâmica para o mar.

É um núcleo urbano, que evoluiu de uma antiga vila, e que ganhou o estatuto de cidade em 2010. Dada a sua altitude fica, por vezes, coberta de nevoeiro durante dias e semanas o que lhe confere uma paisagem singular e alguma tranquilidade. Nos dias de céu limpo pode avistar-se a ilha do Fogo.

Esta cidade apresenta um traçado urbano com marcas da arquitetura colonial. No seu centro histórico encontram-se vários edifícios antigos, com elevado valor arquitetónico, com destaque para igrejas, Praças e Museu, Mercado Municipal, Escolas antigas, Casas de estilo colonial, entre outros.

É uma cidade de pequena dimensão que não sofreu alterações profundas no seu traçado urbano e cujas ruas e edifícios mantêm praticamente as mesmas características da época colonial. Destaca-se pela sua originalidade arquitetónica e pelo seu traçado urbano planeado, pelo seu fácil acesso que facilita a mobilidade urbana, com forte presença de áreas verdes, o que a torna numa cidade atrativa.

Trata-se de um centro urbano onde reina o silêncio e é bastante convidativa para o relaxamento, descanso e contemplação da paisagem urbana. Do alto da cidade de Nova Sintra temos um autêntico miradouro, podendo avistar-se toda a cidade e a própria ilha do Fogo, num dia de céu aberto.

Casa Eugénio Tavares, atual Museu

A Casa de Eugénio Tavares, atualmente Museu da Brava, fica no centro histórico da cidade de Nova Sintra, na Rua da Cultura, Aldeia de Pé da Rocha. É um edifício tradicional e Senhorial marcado por traços característicos da arquitetura colonial.

Esta casa museu, para além do seu valor histórico, tem um valor simbólico muito forte, por estar associada a uma personalidade que marcou a sua época e a cultura cabo-verdiana. Pelo simbolismo que representa a figura de Eugénio Tavares, enquanto revolucionário, poeta e escritor, a Casa museu Eugénio Tavares é um ponto de visita quase “obrigatória” para quem se desloca à ilha Brava.

Praça Eugénio Tavares

A Praça Eugénio Tavares fica localizada na zona central do centro histórico da cidade, logo à frente dos Paços do Concelho. É uma praça de grande dimensão, forma retangular e que preserva ainda as suas características originais.

É um espaço de lazer convidativo para descanso, relaxe e contemplação. Ali, foi erguido um monumento em memória de Eugénio Tavares, em junho de 2002, pelo reconhecimento de todo o legado deixado durante a sua vida.

Cova Rodela

Trata-se de um pequeno povoado rural situado nas proximidades de Nova Sintra. Este pequeno aglomerado rural nasceu e cresceu dentro de uma antiga cratera vulcânica, onde alguns elementos se harmonizam para a tornar uma paisagem atrativa, nomeadamente edifícios com traçados arquitetónicos tradicionais muito simples, manchas de focos agrícolas e espécies endémicas de dragoeiro.

Cova Joana

Numa zona atravessada pela estrada nacional que liga o Norte ao Sul da ilha, encontra-se no cimo a Cova Joana, de onde o visitante poderá obter excelentes vistas panorâmicas, tendo como exemplo a enorme cratera frequentemente coberta pelo nevoeiro, que aparenta ser uma grande muralha a proteger o aglomerado populacional.

Ainda na sequência da contemplação dos elementos dessa paisagem sobressaem, à vista do visitante, vários edifícios com traços arquitetónicos simples, predominando as cobertas em forma de quatro águas e de telha, que marcam, de alguma forma, a arquitetura colonial.

Podem igualmente observar-se os campos agrícolas e um enorme espelho de captação de água de escoamento superficial, manchas verdejantes de cobertura arbórea e arbustiva, com destaque para figueiras, e que testemunham uma paisagem cultural muito humanizada.

Nossa Senhora do Monte

É uma povoação situada a sudoeste da cidade de Nova Sintra, fazendo fronteira com os povoados de Cova Joana, Lima Doce e Campo Baixo.

Trata-se de uma povoação com uma paisagem singular, pelo que o visitante, que optar por conhecer esta zona, terá a oportunidade de apreciar elementos ligados a patrimónios arquitetónicos, com traços originais europeus bem conservados, tais como uma Escola de característica colonial, a Igreja de Nossa Senhora do Monte, o Centro Social, antiga Residência da Família de Joaquim e Maria da Graça.

Os elementos naturais e históricos culturais harmonizam-se entre si, transformando a paisagem de Nossa Senhora do Monte num atrativo significativo para os que visitam a ilha. Os momentos de maior requinte devem obter-se são a altura da comemoração da festa da ilha (São João, 24 de junho) e da festa da localidade (Nossa Senhora dos Montes), bem como após a queda das chuvas.

Mato Grande

É uma localidade situada a sudeste de Nova Sintra, confinando com o povoado de João de Noli e Garça. Nesta localidade existe um miradouro que permite contemplar toda a cidade de Nova Sintra, um Forte supostamente relocalizado, com peças de canhões voltados para a cidade, o que pressupõe um ponto estratégico para a defesa desta urbe. Ali também uma pequena Capela onde se reza pontualmente a missa.

Do Mato Grande pode contemplar-se, na vertente do monte Amargosa, uma grande diversidade de espécies vegetais endémicas. Dali, ainda se pode apreciar até ao litoral, a extensa ribeira da Garça e a Ribeira da Cruz.

Cachaço

É uma localidade situada a sul da cidade de Nova Sintra, próxima de Fontainhas. É uma área com uma paisagem árida, de cor esbranquiçada devido à predominância da formação geológica de natureza fonolítica. Sobre esta paisagem existe um pequeno aglomerado populacional, cuja singularidade é a harmonização entre alguns elementos naturais e humanos.

Esta localidade destaca-se como atrativo histórico cultural por devido a ter uma capela de estilo arquitetónico moderno, se comparada com os outros patrimónios religiosos da ilha.

Baleia e Garça

A Baleia e Garça são duas pequenas localidades contíguas, situadas no sudeste da cidade de Nova Sintra, a seguir à zona de Mato Grande. Trata-se de dois pequenos núcleos populacionais, situados na encosta de uma montanha, com vista panorâmica para o mar. Apresentam um relevo bastante montanhoso com vales profundos, sendo, na parte alta, verdejantes contrastando com o litoral que possui uma paisagem semiárida. É uma localidade em que as pessoas se dedicam à agricultura, pecuária e pesca à moda tradicional.

Um dos aspetos que marcam esta localidade é a comemoração de duas festas religiosas muito vivenciada pelos moradores: a de Santa Aninha e a de N. S. dos Navegantes.

A Cidade de Nova Sintra está numa ilha vulcânica ativa, apesar de não ter sido registada nenhuma erupção desde o povoamento de Cabo Verde no século XV. As manifestações vulcânicas são registadas principalmente pelos abalos sísmicos de pequena intensidade, emissão de gás carbónico em algumas fendas e existência de uma nascente de água gasocarbónica.

A ilha apresenta muitas falhas tectónicas visíveis no terreno e crateras bem conservadas. A rocha dominante na ilha Brava é o fonólito e última fase eruptiva foi explo­siva e fonolítica.